Argentinos são resgatados de trabalho análogo à escravidão em Nova Petrópolis/RS

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Trabalhadores atuavam no corte de eucaliptos. Adolescente de 14 anos está entre os resgatados

A Polícia Federal (PF) investiga a situação de quatro trabalhadores em situação análoga à escravidão em Nova Petrópolis, na Serra do Rio Grande do Sul. Das quatro pessoas, uma é um adolescente de 14 anos. Eles trabalhavam em uma propriedade rural e atuavam no corte de eucaliptos.

A descoberta do caso foi possível quando dois homens, abandonados pelos empregadores, procuraram o Batalhão de Polícia Militar em Bom Princípio (RS), distante cerca de 40 quilômetros de Nova Petrópolis e relataram a situação.

De acordo com o gerente do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) da Serra, Vanius Corte, os dois trabalhadores, de 24 e 45 anos, chegaram à cidade da Serra em agosto do ano passado e outros dois, pai e adolescente, no início de março deste ano. O acordo era de que seriam pagos no fim do serviço, mas, desde então, nunca receberam salário pela função de lenhador, apenas poucos recursos para a alimentação.

“Foi uma situação bem ruim porque na verdade eles não tinham alojamento, eles estavam acampados. Era uma barraca de lona, sem água potável, sem banheiro, sem cozinha. Comida eles faziam em uma chapa em cima de umas pedras. Mínimas condições, nada adequado. Ficou completamente caracterizada essa condição degradante do trabalho pelo próprio local onde eles viviam enquanto trabalhavam”, destaca Corte.

Um homem foi preso em flagrante por redução à condição análoga à escravisão. Ele não teve o nome divulgado e foi conduzido para a sede da Polícia Federal em Caxias do Sul e encaminhado ao sistema penitenciário. Segundo o MTE, ele é a pessoa que foi contratada pelo dono da propriedade para providenciar o trabalho de corte das árvores e  responsável pela contratação da mão de obra.

Já os trabalhadores são do Norte da Argentina e entraram ilegalmente no Brasil, por isso, precisam retornar ao país vizinho. O MTE já está em contato com o governo da Argentina para viabilizar o retorno.


Foto: Divulgação/Polícia Federal

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