Em reunião do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) na sexta-feira, 03, o Itamaraty não se juntou aos 55 países que assinaram uma declaração que denuncia os crimes d presidente da Nicarágua, Daniel Ortega.
Segundo apuração da coluna do Jamil Chade do portal UOL, o governo fez parte da negociação do texto final, mas a sugestão de uma nova linguagem que mantivesse espaço para um diálogo com o país não foi aceita. Por essa razão, o Itamaraty não aderiu à declaração.
Países da América Latina como Chile, Colômbia, Equador, Guatemala, Paraguai e Peru assinaram o documento junto com Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos e França.
Crimes contra a humanidade
Os peritos da ONU concluíram que Daniel Ortega cometeu supostos abusou como execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, tortura, privação arbitrária da nacionalidade e do direito de permanecer no próprio país. Além de ter promover desmonte deliberado das instituições do país, minando o espaço cívico e democrático.
Desde dezembro de 2018, diversas organizações da sociedade civil encerram suas atividades. As organizações independentes de mídia e de direitos humanos trabalham fora do país.
Em fevereiro deste ano, cerca de 222 pessoas foram privadas de sua nacionalidade e expulsas do país. O governo nicaraguense as acusam de serem “traidoras da pátria”. Outras 94 pessoas residentes do país e no exteriores tiveram a mesma sentença, além de terem seus bens confiscados pelo Estado.
Posicionamento brasileiro
O governo Lula quer explorar mais os canais de diálogo com o Ortega antes de se juntar a pressão internacional contra o país. O Brasil quer evitar que a repressão aumente dentro da Nicarágua conforme aumenta a pressão em cima de Ortega.
Para ativistas, o silêncio do governo brasileiro está se tornando um incômodo. Para o escritor nicaraguense Sergio Ramirez, exilado pelo regime, o Brasil precisa se pronunciar sobre a democracia na Nicarágua antes de falar sobre diálogo.
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