Ligação de vídeo entre presidentes ocorre em meio a tentativas do Brasil de mediar conflito contra Rússia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou em videoconferência nesta quinta-feira, 2, com o líder ucraniano Volodimir Zelenski. Na conversa, Lula reforçou sua proposta em torno da criação de um grupo de países neutros para intermediarem negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia.
“Reafirmei o desejo do Brasil de conversar com outros países e participar de qualquer iniciativa em torno da construção da paz e do diálogo. A guerra não pode interessar a ninguém”, escreveu Lula.
Zelensky reafirmou o convite para que Lula visitasse a Ucrânia, e agradeceu o brasileiro pelo apoio à resolução aprovada por ampla maioria na ONU que condenou a invasão russa na Ucrânia e exigiu a retirada imediata das tropas russas.
“Destacamos a importância de mantermos os princípios da soberania e integridade territorial dos Estados. Também discutimos esforços diplomáticos para trazer de volta a paz para a Ucrânia e para o mundo”, escreveu o presidente ucraniano no Twitter.
Até mesmo a Rússia vê com bons olhos a proposta de Lula. O vice-ministro russo do Exterior, Mikhail Galuzi, elogiou o governo brasileiro por não “sucumbir à pressão” das potências ocidentais e se recusar a enviar armas para a Ucrânia.
O governo brasileiro mantém sua posição de não tomar um lado na guerra, apesar de condenar publicamente a Rússia pelas agressões na Ucrânia. As estratégias de conciliação podem colocar o país em um papel de liderança internacional.
No esforço para acabar com a guerra, em outras oportunidades Lula conversou com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e com o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, sobre a ideia de criar um grupo em prol da paz, mas ambos não levaram adiante a proposta, provavelmente por interesses econômicos, já que são os maiores fornecedores de armamentos para Kiev.
Imagem: reprodução