Na ONU, Lula Condena Sanções Contra o Brasil e Trump diz que países “estão indo para o inferno” – veja os discursos

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Lula e Trump discursam na abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU - Imagem gerad a por IA ChatGPT

Da REDAÇÃO

Lula e Trump expõem visões opostas na ONU

Na abertura da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump apresentaram discursos que evidenciam caminhos distintos para o cenário internacional. Lula defendeu soberania, democracia e multilateralismo, enquanto Trump reiterou sua agenda de liderança unilateral dos Estados Unidos, com ênfase em segurança e imigração.

Lula: soberania e democracia como “inegociáveis”

Lula afirmou que “democracia e soberania do Brasil são inegociáveis”. O presidente condenou medidas “unilaterais e arbitrárias” contra o Brasil, como sanções econômicas, tarifas comerciais e restrições de vistos. Fez menção direta às tentativas de enfraquecer o Judiciário brasileiro, classificando-as como ataques “inaceitáveis” à democracia.

O discurso também apontou para o risco de enfraquecimento do multilateralismo, que, segundo Lula, ameaça a ordem internacional. Ele defendeu a necessidade de fortalecer a cooperação entre países e reforçou direitos básicos como alimentação, moradia, saúde e segurança como condições universais.

A fala foi recebida com aplausos e destacada por apoiadores como um recado firme ao presidente dos Estados Unidos.

Trump: críticas à ONU e lições aos líderes mundiais

Donald Trump centrou sua fala em críticas à ONU, afirmando que a organização e outros organismos globais “não estão entregando” soluções para crises como Gaza, Ucrânia e Sudão. Ele defendeu que os Estados Unidos voltaram a ser respeitados no mundo e destacou que armas nucleares representam a principal ameaça à segurança global.

Trump também deu lições a líderes mundiais, dizendo que muitos governos estão conduzindo seus povos ao fracasso. Em tom duro, afirmou que “seus países estão indo para o inferno”. Outro ponto de destaque foi a ênfase em imigração: segundo ele, fronteiras descontroladas “destroem países” e exigem respostas firmes.

A fala reafirma sua política externa “America First”, marcada por distanciamento de organismos multilaterais e busca de acordos bilaterais em termos mais favoráveis aos EUA.

Repercussão no Brasil

A mídia brasileira destacou o contraste entre os discursos. Portais como Brasil 247 e Poder360 ressaltaram que Lula enviou um recado claro contra ingerências externas e reafirmou a autonomia das instituições brasileiras.

Nos grandes jornais, o tom foi de cautela. A Folha de S.Paulo ressaltou que o discurso de Lula é parte de uma estratégia de confronto diplomático, mas observou que ainda falta clareza sobre como o Brasil responderá de forma prática às sanções. O Estadão destacou a fala como um gesto de defesa das instituições, mas lembrou que a dependência econômica do Brasil de mercados externos pode limitar a eficácia dessa retórica. Já O Globo enfatizou que Lula procurou se firmar como voz do Sul Global, contrapondo-se ao discurso de Trump, mas registrou que a postura firme pode aumentar as tensões bilaterais com os Estados Unidos.

Em relação a Trump, a cobertura nacional enfatizou a continuidade de sua postura de confronto com organismos multilaterais, seu tom agressivo contra outros governos e sua insistência em pautas domésticas, como imigração e segurança.

Repercussão internacional

A Reuters noticiou que Lula classificou como “inaceitáveis” os ataques às instituições brasileiras, interpretando a fala como crítica direta às medidas do governo norte-americano. O Le Monde recordou que Lula resiste há meses à pressão da Casa Branca, especialmente em relação a tarifas e sanções.

O Financial Times analisou que o Brasil vive uma “disputa sem precedentes” com os Estados Unidos, destacando as consequências econômicas de tarifas e restrições impostas por Trump. Já a Associated Press ressaltou as medidas de retaliação diplomática, como restrições de vistos a membros do governo brasileiro, que Lula abordou em seu discurso.

Sobre Trump, veículos como The Washington Post e The Independent destacaram sua crítica ao multilateralismo, seu discurso em tom de alerta e sua visão de que muitos países estão fracassando por não adotar uma agenda semelhante à dos EUA.

Choque de visões

Não houve menções diretas de Lula a Trump nem de Trump a Lula durante os discursos. Ainda assim, os dois presidentes expuseram visões antagônicas. Lula defendeu um mundo mais equilibrado, com respeito à soberania de cada país e fortalecimento do multilateralismo. Trump insistiu em reafirmar a liderança norte-americana, com base em força econômica e militar, além do controle migratório.

A justaposição das falas revelou dois caminhos possíveis para a política global: um Brasil que busca se posicionar como voz do Sul Global e um Estados Unidos que reafirma sua agenda unilateral.

Ilustração da capa: Lula e Trump discursam na abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU – Imagem gerad a por IA ChatGPT

Veja o discurso de Lula

Veja o discurso de Trump (em inglês)


Tags

Lula, Trump, ONU, Assembleia Geral, soberania, democracia, multilateralismo, America First, imigração, sanções, Brasil, Estados Unidos, Judiciário, diplomacia, Folha de S.Paulo, Estadão, O Globo

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Respostas de 2

  1. As palavras dos dois mandatários, são antagônicas. Porém, foram harmoniosas e ao final se cumprimentaram. Soube que Trump elogiou o Presidente Lula e marcaram um encontro, na próxima semana. Isto me parece que será também um tratado de paz.

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