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Opinião

“Marxistas” destruíram Guernica

“Marxistas” destruíram Guernica

Artigo por RED
25/10/2023 05:25 • Atualizado em 26/10/2023 10:13
“Marxistas” destruíram Guernica

De ALEXANDRE CRUZ*

O título deste artigo por si só confirma o  ditado ‘a primeira vítima da guerra é a verdade’ e é um lembrete crucial de como as informações podem ser distorcidas ou manipuladas durante conflitos. Essa distorção muitas vezes ocorre como parte da estratégia de guerra, onde os lados envolvidos na luta buscam moldar a percepção pública e a narrativa em seu favor. As notícias falsas ou informações enganosas desempenham um papel significativo nesse processo, e a disseminação de desinformação se tornou mais dominante na era digital.

Um exemplo histórico notório dessa manipulação de informações durante um conflito é o bombardeio de Guernica, em 1937, durante a Guerra Civil Espanhola. Na época, as forças franquistas, lideradas por Francisco Franco, afirmaram que Guernica havia sido bombardeada pelos marxistas (ou republicanos) para justificar o ataque. No entanto, mais tarde, descobriu-se que o ataque foi conduzido pela aviação nazista alemã em apoio às forças franquistas. Isso ilustra como as informações podem ser manipuladas para fins políticos e de guerra.

No contexto atual do conflito entre Israel e o grupo Hamas, as disputas de narrativas e informações conflitantes também desempenham um papel significativo. Ambos os lados buscam moldar a percepção internacional e a opinião pública em seu favor. Isso inclui a disseminação de informações que podem ser tendenciosas ou imprecisas, embora a imprensa Ocidental esteja com dificuldade, digamos assim, em divulgar informações verdadeiras sobre os acontecimentos em Gaza e  uma “facilidade” em espalhar notícias falsas que fica uma  percepção de um jornalismo pró-israel.

É fundamental que os jornalistas desempenhem um papel crítico na verificação de fatos e na busca da verdade, especialmente durante conflitos. A disseminação de notícias falsas ou informações tendenciosas pode inflamar ainda mais o conflito e prejudicar a busca por uma solução pacífica. E a postura de Israel de silenciar qualquer empresa de comunicação que gere outra perspectiva dos acontecimentos somente ajuda em eliminar a verdade e encobrir os crimes de guerra e a tentativa de genocídio contra os palestinos.

Portanto, o ditado ‘a primeira vítima da guerra é a verdade’ continua sendo relevante, tanto no contexto histórico quanto no cenário atual de conflitos, lembrando-nos da importância do jornalismo independente e do papel vital que os meios de comunicação desempenham na busca pela verdade em tempos de guerra. Enfim, o questionamento de quem bombardeou o hospital em Gaza segue uma linha de raciocínio de Guernica: culpam os palestinos, assim como responsabilizaram os vermelhos. A verdade virá à tona como emergiu os responsáveis pela destruição da cidade espanhola em que foram os nazistas.


*Jornalista.

Imagem em Pixabay.

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