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Comandante do Exército relatou apelos golpistas de Bolsonaro
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Oito oficiais-generais procurados pela Folha de São Paulo afirmam que o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, relatou a pessoas próximas os apelos de Bolsonaro e seu entorno por um golpe contra a eleição de Lula. O ex-chefe militar informou a seus pares, quando perguntado, que sempre respondeu ao ex-presidente e seus aliados que o Exército não embarcaria em aventuras. Segundo a matéria, Freire Gomes e os ex-comandantes Almir Garnier (Marinha) e Baptista Junior (Aeronáutica) foram chamados cerca de dez vezes por Bolsonaro para reuniões no Palácio da Alvorada em novembro e dezembro, após a vitória de Lula. Todas as reuniões ocorreram fora da agenda presidencial, e suas convocações eram feitas pelo celular do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, ou pelo próprio ex-presidente. A primeira conversa ocorreu em 1º de novembro —dois dias após o segundo turno das eleições. Na ocasião, segundo relatos, as pautas giraram em torno do fechamento de rodovias e dos acampamentos golpistas com bolsonaristas que se formavam em frente aos quartéis. Os assuntos que foram tratados nem sempre foram expostos previamente, segundo generais próximos a Freire Gomes. Eles contam que, em alguns casos, Bolsonaro apenas buscava conversar com os chefes militares. Em outras ocasiões, segundo essas fontes, Bolsonaro e militares de seu entorno defenderam abertamente intenções golpistas de se buscar formas de questionar ou reverter o resultado eleitoral. A decisão do Exército de que não apoiaria planos golpistas, como pediam os bolsonaristas, não foi uma posição definida formalmente em reuniões do Alto Comando. Ela surgiu de conversas espontâneas entre generais —e, especialmente, de consultas de representantes de governos estrangeiros à cúpula militar. Os encarregados de negócios dos EUA no Brasil, Douglas Knoff, e do Reino Unido, Melanie Hopkins, participaram de reuniões secretas com generais do Exército Brasileiro para sondar qual posição a Força pretendia adotar. Nessas ocasiões, os diplomatas estrangeiros manifestaram que haveria forte oposição de seus países a qualquer tentativa de ruptura democrática. Houve ainda recados diretos antes das eleições sobre o receio internacional com a situação brasileira, como o feito pelo secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, ao então ministro da Defesa general Paulo Sérgio Nogueira. Os dois se encontraram por cerca de 40 minutos durante a Conferência dos Ministros de Defesa das Américas, em Brasília, em julho do último ano. Tudo estava certo para Marco Antônio Freire Gomes assumir uma das cadeiras do STM (Superior Tribunal Militar) quando, em março de 2022, Bolsonaro o convidou para comandar o Exército. É praxe nas Forças os oficiais-generais mais antigos definirem seu futuro meses antes de irem para a reserva. No último ano, o acordo silencioso já estabelecia os próximos passos dos três generais mais antigos. Além de Freire Gomes, o general Valério Stumpf tinha garantida a presidência da Poupex (instituição que oferece crédito habitacional a militares). Os últimos quatro estrelas da lista, Tomás Paiva e Júlio Cesar Arruda, preferiam ir à reserva sem assumir, de imediato, novo cargo na burocracia de Brasília. O xadrez acabou invertido com os desdobramentos da interferência de Bolsonaro nas Forças Armadas, quando o então presidente decidiu, em 2021, demitir todos os chefes militares e o então ministro da Defesa, Fernando Azevedo, por falta de apoio às investidas palacianas em meio à pandemia da Covid. Durante a transição de governo, Freire Gomes disse ao ministro José Múcio Monteiro que gostaria de deixar o cargo antes da posse de Lula, por questões pessoais. Não entrou em detalhes, mas prometeu colaborar com a passagem de comando para o general Arruda —que havia sido escolhido por Múcio. Arruda acabou demitido no final de janeiro por Lula, em meio a uma crise de confiança aberta após os ataques antidemocráticos do dia 8 daquele mês, em Brasília. As consultas de Bolsonaro aos planos golpistas aventados no Palácio da Alvorada são alvo da delação de Mauro Cid à Polícia Federal, informação revelada pelo UOL e pelo jornal O Globo e confirmada pela Folha. Segundo Cid, Almir Garnier, da Marinha, manifestou-se favoravelmente às intenções golpistas durante as conversas de bastidor. Como a Folha revelou à época, o Almirantado não era favorável às posições de Garnier. O conjunto de almirantes ainda se opôs ao comandante às vésperas do Natal, em reunião no Rio de Janeiro, quando o chefe militar ameaçou deixar o cargo antes da posse de Lula. Em ato inédito na democracia, como protesto, Garnier faltou à passagem de comando da Marinha para o almirante Marcos Sampaio Olsen. Foto: Alan Santos/PR

Espaço Plural

CPI do MST atende a interesses eleitorais e acontece em momento de reposicionamento da esquerda, afirma dirigente do movimento
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) está chegando ao fim. Os parlamentares devem votar o relatório apresentado pelo relator, deputado Ricardo Salles (PL-SP), que pede o indiciamento de 11 pessoas e apresenta sete projetos de lei contra invasões de terras. Mas essa não foi a primeira vez que o movimento é alvo do Legislativo. Em 2003, 2005, 2007 e 2017 também foram criadas comissões que se propuseram investigar o movimento, como lembra o advogado e dirigente Nacional do MST do Rio Grande do Sul, Mauricio Roman. Para Roman, a criação da comissão procurar atender muito mais às pretensões políticas de integrantes. O relator Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, iria concorrer à Prefeitura de São Paulo, e o presidente da CPI, tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), cujo partido quer disputas prefeituras no Rio Grande do Sul ano que vem. "A gente não consegue identificar o que eles queriam ou querer atingir. Geralmente, quando você abre uma CPI é pra investigar se houve fraude, se houve roubo, se houve desvio de dinheiro público. Agora, novamente a gente volta ao palco dessa CPI num momento político equivocado. É um momento que o Lula, as forças de esquerda estão se reposicionando dentro do próprio conjunto brasileiro, afirma. "Talvez seja um pouco por isso que eles retomam essa investigação do movimento, porque a única a ação que a gente fez na verdade esse ano foi três ou quatro ocupações de áreas pequenas, de áreas simbólicas. Então, o movimento em si nem fez grandes ocupações nem veio também a público fazer afrontas ao governo. Me parece que é muito mais uma questões eleitoreira mesmo de alguns candidatos querendo aparecer e de mostrar força dentro do Congresso", completa. A votação do relatório apresentado por Salles estava prevista para ocorrer nesta terça-feira, 26, a partir das 15h, mas foi cancelada e prorrogada para quinta-feira, 28. Segundo a Câmara dos Deputados, o adiamento de dois dias é necessário para que se cumpra o prazo regimental de duas sessões em virtude do pedido de vista ao relatório final. Assista ao programa completo: [embed]https://www.youtube.com/watch?v=RPsLN7hKT1o&ab_channel=RedeEsta%C3%A7%C3%A3oDemocracia[/embed] O programa Espaço Plural vai ao ar no YouTube e no Facebook de segunda à sexta-feira, a partir das 14h, com a apresentação do jornalista Solon Saldanha. Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados. Para receber os boletins e notícias direto no seu Whatsapp, adicione o número da Rede Estação Democracia por este link aqui e mande um alô.

Geral

Agapan publica carta aberta sobre retrocessos na legislação ambiental; leia a íntegra
RED

A Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) publicou na segunda-feira, 25, uma carta aberta ao governador Eduardo Leite e aos deputados e deputadas do Rio Grande do Sul sobre os retrocessos na legislação ambiental no estado. O documento faz referência aos eventos climáticos extremos, como as seguidas estiagens e as enchentes que deixaram mortos e desabrigados na região de Caraá e no Vale do Taquari, neste ano. Leia a íntegra da carta aberta ao governador e aos deputados do Rio Grande do Sul: Diante das tragédias ocorridas no Estado, continuarão insistindo em retrocessos ambientais? No dia 22 de agosto, em artigo publicado no Jornal do Comércio, sob o título de “O gargalo do licenciamento ambiental”, um deputado do partido Republicanos, que atualmente preside a Comissão de Economia da Assembleia Legislativa, acusa o licenciamento ambiental de causar prejuízos à economia do Estado e insinua que quem defende o meio ambiente seria pertencente a um segmento que quer manter a sociedade na idade da pedra. O deputado é autor de projetos de lei em tramitação da Assembleia Legislativa que propõem alterações na legislação ambiental, causando retrocessos na proteção. Em síntese, para o presidente da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa, o meio ambiente preservado é um entrave ao desenvolvimento. Cabe a pergunta a todos deputados e deputadas: o pensamento desse senhor seria uma voz destoante ou representa a da maioria dos parlamentares? A sociedade gaúcha precisa saber. Afinal, os rumos do Estado passam pela Assembleia Legislativa e as tragédias ambientais estão aí, causando mortes e danos à vida da população. Embora alguns não percebam ou ainda prefiram dar de ombros, as crescentes tragédias já demonstram ser resultados da intensificação da atual crise climática, reforçadas por ações deletérias de alguns setores da sociedade. A Agapan considera como muito graves os reiterados ataques do deputado à legislação e às estruturas de proteção ao meio ambiente, sintetizados no conteúdo dos seus projetos de lei, no artigo e em manifestações. Assim, viemos a público colocar algumas questões para reflexão dos representantes da população no Legislativo e da sociedade gaúcha, assim como aos eleitores, que definem quem continuará nestes cargos públicos. Para início de diálogo, é importante todos terem consciência que o que está em debate diz respeito a nós, enquanto sociedade, e isso tem severas consequências. Por coincidência, neste período, o Rio Grande do Sul, lamentavelmente, passa por uma imensa tragédia ambiental. Falamos no desastre que impactou fortemente o Vale do Taquari, principalmente os municípios de Muçum e Roca Sales, entre outros, causando dezenas de mortes, destruição das cidades, bem como perdas econômicas e culturais. Uma verdadeira tragédia anunciada. Também é importante lembrar que, há poucas semanas, houve outro evento, o ciclone extratropical que impactou a região do litoral gaúcho, com perdas econômicas na produção e na vida das famílias que ali residem. O Rio Grande do Sul passou por quatro estiagens nos últimos anos, sendo uma delas a maior em sete décadas. Há pelo menos 30 anos, deste a conferência do Rio de Janeiro, realizada em 1992, que colocou as mudanças climáticas na pauta mundial, a Ciência tem apontado, com inúmeros estudos, que os potenciais impactos no mundo decorrentes das mudanças climáticas cresceriam em intensidade e frequência caso não se alterasse o modelo de economia predominante. No entanto, desde muito antes, enquanto entidade pioneira no Brasil, estamos buscando ecologizar a nossa sociedade, tarefa árdua da qual nunca abrimos mão e jamais desistiremos, ainda que os comandos dos governos e dos parlamentos se modifiquem. Infelizmente, os rumos apontam que tem sido para pior. Atualmente, todas as mídias do mundo mostram, todos os dias, que a mudança do clima já é uma realidade. Negar a emergência climática se torna até vexatório, indício de alienação a respeito da realidade ou má fé com interesses escusos. Em conjunto com outras entidades ambientalistas, e sempre com base científica, temos alertado para os prejuízos que as alterações na legislação ambiental e na precarização na gestão ambiental provocam para a sociedade. Desde o debate do Código Florestal (em 2012), passando pelo desastre da gestão irresponsável do ex-ministro Ricardo Salles (governo Bolsonaro, 2019-2022) no âmbito nacional, ainda lutamos contra a permissão criminosa do desmatamento da Amazônia e do Cerrado, entre outros biomas. Aqui no Estado, nos opomos às mudanças do Código Estadual de Meio Ambiente, patrocinada pelo governador Eduardo Leite, alertamos para a devastação dos biomas Pampa e Mata Atlântica e a irresponsabilidade do governo na gestão das águas. Nossos cursos d’água estão impactados, poluídos e desprotegidos por pressões comerciais e orientações equivocadas aos nossos pequenos e médios produtores rurais. No mesmo sentido, alertamos para a necessidade de abandonar as fontes fósseis de energia. Defendemos banir o uso do carvão – por meio da participação ativa no Comitê de Combate à Megamineração no Rio Grande – e acelerar a transição energética para fontes renováveis, com o incentivo a processos de instalações que respeitem o meio ambiente em sua totalidade, o que inclui a fauna, a flora e as comunidades tradicionais. A Agapan, há 52 anos, coloca esses temas na pauta do Estado, que é precursor do ambientalismo, bem como do Brasil e do mundo, através de suas participações nos mais variados fóruns, conselhos e coletivos de meio ambiente. As alterações nas legislações e visão como a apresentada no artigo e ações do deputado são motivadas por pressões de setores econômicos e pensamentos egoístas e retrógrados que somente pensam em lucros e vantagens imediatistas, mas que transferem o ônus e as consequências para toda a população, que posteriormente paga a conta, inclusive com vidas, incluindo as futuras gerações, para quem pouco ou nada restará a não ser lutar para sobreviver em meio a eventos extremos. Posturas negacionistas, irresponsáveis e lesivas à proteção ambiental prejudicam a sociedade porque comprometem o futuro, a qualidade de vida e mesmo a segurança das populações, expondo as pessoas a riscos e tragédias. O Governo do Estado do Rio Grande do Sul e a Assembleia Legislativa devem assumir a realidade da emergência climática e construir um pacto para não permitir mais retrocessos ambientais. Além disso, devem assumir o compromisso de tomar a frente em vultuosas campanhas e investimentos em recuperação de vegetação nativa, na proteção das áreas de preservação permanente, energias renováveis e sistemas de produção com uma economia industrial, comercial e agrícola de baixa emissão de carbono e em bases sustentáveis. Sem um novo modelo social, com base na sabedoria do pensamento ecológico, não há futuro. Diante dessas considerações, solicitamos que: Os seguintes Projetos de Lei sejam RETIRADOS de tramitação na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul por se caracterizarem por retrocessos ambientais: PL 218/2023; PL 268/2023; PL 151/2023; PL 204/2023; PL 433/2021; PL 97/2018. Os temas Mudanças Climáticas e Transição Energética sejam colocados como prioridade da pauta da Assembleia Legislativa e do Governo Estadual. Não se admitam mais projetos que reduzam cobertura de vegetação nativa, e que, por outro lado, se amplie as unidades de conservação no Estado. A legislação dos recursos hídricos seja totalmente implementada, impedindo que a água seja domínio de setores econômicos (sejam produtores rurais, energia ou indústria), garantindo-a como bem público de uso de todos, com prioridades e gestão sustentável. Os instrumentos de gestão ambiental como Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) e outros instrumentos de gestão ambiental sejam implementados e aperfeiçoados para que a produção não destrua mais o meio ambiente, com garantia de participação plena da sociedade e dos movimentos socioambientais interessados na proteção da vida natural. A Secretaria de Meio Ambiente volte a ter órgão independente da Infraestrutura, por ser inaceitável que o órgão central da gestão ambiental esteja subordinado a quem estimula projetos de mineração e infraestrutura, que sabidamente são impactantes para o ambiente natural. Essa junção é lesiva à gestão ambiental e deve ser revertida. A Casa do Povo se abra à participação e ao debate público, atuando decisivamente para a proteção do meio ambiente. As decisões da Assembleia Legislativa têm impactos na vida da população e podem ser as responsáveis por tragédias. Estamos consternados e solidários com as famílias que foram diretamente impactadas pelas recentes enchentes. No entanto, resta saber quem de fato em nosso Estado assumirá compromissos verdadeiros para que tragédias ambientais assim não se repitam. A sociedade gaúcha espera do governador Eduardo Leite um pedido de desculpas sinceras por ter tomado decisões tão erradas na gestão ambiental, e que daqui em diante haja de forma diferente, que ouça os alertas da Ciência, em especial dos especialistas em Meteorologia e Clima. Nós, ambientalistas, que sempre nos dedicamos voluntariamente no RS para ajudar a preparar um futuro melhor para todos, continuamos dispostos a colaborar. Entendemos que o Estado deveria perceber e valorizar a trajetória que construímos, reconhecida internacionalmente, e abra espaço para somarmos em prol de nossa sociedade. ASSOCIAÇÃO GAÚCHA DE PROTEÇÃO AO AMBIENTE NATURAL - AGAPAN A Vida Sempre em Primeiro Lugar Desde 1971 Foto: Mauricio Tonetto/Governo RS. Para receber os boletins e notícias direto no seu Whatsapp, adicione o número da Rede Estação Democracia por este link aqui e mande um alô.


Artigo

O quase presidiário é apresentado como líder do PL pelos jornalões

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O quase presidiário é apresentado como líder do PL pelos jornalões
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De MOISÉS MENDES* Impressiona a naturalidade com que os jornais da grande imprensa trataram, no domingo, as declarações de Bolsonaro sobre a eleição em São Paulo. Todos os jornalões informaram que o sujeito fez avaliações sobre a postura do PL, dando a entender que pode interferir nas campanhas municipais. A linha geral foi mais ou menos essa: Bolsonaro considera que o PL tem problemas a resolver na capital paulista e em outras cidades e que ele tem as soluções. As declarações foram dadas por intervenção online, mostrada em telão, em evento nacional da extrema direita, o CPAC Brasil 2023, em Belo Horizonte. Bolsonaro falou de platitudes, como essa dos problemas que não disse quais são, para sugerir que tem protagonismo assegurado nas próximas eleições. E que ele dirá quem é o candidato da direita. Bolsonaro foi delatado como criminoso pelo seu ex-ajudante de ordens, que o denunciou à Polícia Federal por envolvimento direto na trama do golpe. Bolsonaro não é nada na estrutura do PL, um partido que ele alugou para tentar a reeleição. Não é homem de comando, não é líder, não tem controle nenhum sobre os quadros do partido. Bolsonaro é um indivíduo cada vez mais cercado pelo sistema de Justiça, que só não o prendeu ainda, como um dia fizeram com Lula, sem provas, por causa de concessões que talvez possamos entender mais adiante. O cara que sugere estar falando de estratégias para 2024, mas que não diz nada com nada, não poderia ser visto como possível personagem da eleição pela imprensa, porque não é visto assim nem por Valdemar Costa Neto. A direita de São Paulo não quer nada com Bolsonaro. O Datafolha mostrou em agosto que 68% dos paulistanos não votariam em candidato indicado por ele. E que Lula tem aprovação de 45% na capital. O PL e o prefeito Ricardo Nunes, do MDB, que tentará a reeleição, não querem andar de mãos com Bolsonaro agora. O candidato do bolsonarismo a vice em uma possível chapa com Nunes, para enfrentar Guilherme Boulos, seria seu advogado Fabio Wajngarten, citado todas as semanas como envolvido em conversas com Mauro Cid sobre o rolo das joias. Nem Bolsonaro nem Wajngarten são companhias que alguém possa querer no momento e dificilmente irá querer mais adiante, com a tendência de agravamento da situação dos investigados em todos os rolos do bolsonarismo. As manchetes que apresentam Bolsonaro como possível líder do PL, e não como cabo eleitoral (porque talvez nem isso ele consiga ser), são uma tentativa de colocar o chefe dos muambeiros em algumas notícias ‘positivas’. Bolsonaro tem que aparecer em algum lugar, para que a extrema direita não reclame, e por isso surge como um líder que pode orientar a postura do PL em 2024. O que se sabe é que Bolsonaro passou a ser um aliado de alto risco e que, muito antes da campanha às eleições municipais, poderá estar na cadeia com outros golpistas. Bolsonaro é hoje apenas um quase presidiário. *Jornalista em Porto Alegre. Foi colunista e editor especial de Zero Hora. Escreve também para os jornais Extra Classe, Jornalistas pela Democracia e Brasil 247. É autor do livro de crônicas 'Todos querem ser Mujica' (Editora Diadorim). Publicado no Blog do Moisés Mendes. Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República. Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para [email protected]. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia. Para receber os boletins e notícias direto no seu Whatsapp, adicione o número da Rede Estação Democracia por este link aqui e mande um alô.

Cultura

O mágico encontro de Tom e Elis

Cultura

O mágico encontro de Tom e Elis
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De LÉA MARIA AARÃO REIS* Documentário torna pública a filmagem, quase clandestina, com os dois gigantes da música popular brasileira, em um exíguo ambiente de um estúdio da MGM, da gravação do disco ‘Elis & Tom, Só Tinha de Ser com Você’ Uma pequena joia, uma pérola, neste caso um pequeno filme de uma hora e quarenta, com o making-of imperdível dos bastidores da gravação, na cidade de Los Angeles em fevereiro de 1974, do disco Elis & Tom, Só Tinha de Ser com Você. De Roberto de Oliveira com coautoria de Jom Tob Azulay, só agora, quase meio século depois, o produtor musical e empresário de Elis naquela época, torna pública a sua filmagem, quase clandestina, com os dois gigantes da música popular brasileira em um exíguo ambiente de um estúdio da MGM. A dupla gravou ali um dos discos que perduram como um dos mais emocionantes, e para muitos, o melhor registro da MPB dos anos 60/70. Elis & Tom, Só Tinha de Ser com Você é o primeiro longa-metragem de Roberto. Em fevereiro de 74 Tom Jobim vivia nos Estados Unidos. Saíra do Brasil e vivia, naquele instante, uma fase quieta e meio depressiva. O maestro era um dos músicos e compositores mais famosos e respeitados no mundo inteiro. Elis arrastava multidões aos seus shows no Brasil. Mas não era muito bem-vista naquele instante. Cantara nas Olimpíadas do Exército, dois anos antes, e se encontrava numa fase em suspenso da sua carreira. A ditadura civil-militar fazia dez anos e o mundo artístico era severamente punido pelos censores militares. No ambiente musical da época a preferência dos fãs se dividia com paixão pela voz opulenta da Pimentinha e, do outro lado do espectro, daqueles que se identificavam com a de Maria Betânia. Acompanhando Elis na aventura do encontro com Tom, em Los Angeles, o seu segundo marido, o pianista e autor dos arranjos do disco, Cesar Camargo Mariano (o primeiro tinha sido Ronaldo Bôscoli). Roberto Oliveira montou uma pequena equipe e com sua sensibilidade percebeu que estava diante de um acontecimento histórico ao testemunhar a gravação que conseguira efetivar com a colaboração de diversos intermediários, entre eles o legendário produtor musical então radicado nos Estados Unidos, Aloisio Oliveira. O seu documentário é contextualizado com diversas entrevistas recentes. Beth Jobim, filha de Tom, João Marcelo Bôscoli, filho de Elis, os extraordinários Paulo Braga, baterista; Luizão Mario, baixo; Helio Delmiro, guitarra elétrica, são algumas delas. Oscar Castro Neves, no violão e Chico Batera na percussão completam o time de ouro.  André Midani, outro personagem ícone da indústria fonográfica daquele tempo, a Polygram, comenta no filme, em entrevista concedida em 2018, antes de morrer: “Elis, botando para fora o sentimento, era uma escrava do seu talento; ele, Tom, era o banquinho e um violão”. Já o jornalista Nelson Motta, outro participante ativo do mundo musical da época, chama a atenção para os belos acordes, “o ambiente aberto, livre, moderno, daquela música distante de uma ditadura”. Ele escreveu: “Elis detestava a Bossa Nova; gostava de jazz, samba e de boleros”. No começo, o encontro entre os dois não foi fácil. Questão de estilo e de personalidades. Elis e Tom se respeitavam, mas não eram aficionados do trabalho um do outro. Ela interpretava de modo exuberante, expansivo. Tom fazia música minimalista. Ambos começaram discutindo se cada nota, cada respiração estava no lugar certo. A discórdia entre Tom e Cesar Mariano era permanente sobre o uso do piano elétrico do marido de Elis, apontado como uma ‘heresia’ pelo maestro. Depois, tudo foi se ajeitando. Ao apresentar o seu lindo filme no site Papo de Cinema, Roberto lembra: “Montei uma equipe nos Estados Unidos e dei a sorte de ter nela um fotógrafo brasileiro muito bom, o falecido Fernando Duarte, e também dei a sorte de ter meu grande amigo Jom Tob Azulay, estudante de cinema na UCLA e vice-cônsul do Brasil em Los Angeles, fazendo o som direto”. Elis & Tom, Só Tinha de Ser com Você está estreando nos cinemas, já conquistou a crítica e foi reconhecido como o Melhor Filme Brasileiro na 46ª Mostra de São Paulo. Sua carreira começou com exibições especiais no Festival do Rio, ano passado. Quanto a Roberto Oliveira, há cerca de 50 anos ele atua no audiovisual da MPB. É autor das séries Chico, sobre Chico Buarque, Maestro Soberano, sobre Tom Jobim, Biograffiti, com Rita Lee, e Falso Brilhante, de Elis Regina. E estão no horizonte um projeto de livro e uma exposição, agendados para 2024, onde o filme é o personagem principal. São desdobramentos do documentário sobre o histórico álbum. Sobre esse disco memorável, consta que o excelente artista gráfico Elifas Andreato, falecido ano passado, mais um personagem relevante da cultura da época, poucas semanas antes da morte da cantora, em 1982, em uma visita a sua amiga, encontrou-a ouvindo Elis & Tom e ela teria comentado: “Elifas, nunca mais vai acontecer uma coisa dessas. Jamais! É muito bonito!”. Realmente: trata-se de um disco emocionante, com Águas de março, Soneto da Separação, Por toda a minha vida, Modinha, Retrato em branco e preto e outras faixas de clássicos memoráveis; e de um documentário também muito especial. https://www.youtube.com/watch?v=gg2KqW74Cug *Jornalista carioca. Foi editora e redatora em programas da TV Globo e assessora de Comunicação da mesma emissora e da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Foi também colaboradora de Carta Maior e atualmente escreve para o Fórum 21 sobre Cinema, Livros, faz eventuais entrevistas. É autora de vários livros, entre eles Novos velhos: Viver e envelhecer bem (2011), Manual Prático de Assessoria de Imprensa (Coautora Claudia Carvalho, 2008), Maturidade – Manual De Sobrevivência Da Mulher De Meia-Idade (2001), entre outros. Imagem: reprodução. Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para [email protected]. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

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Retrato de Lindolfo Collor

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Retrato de Lindolfo Collor
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De ADELI SELL* Em 1988, no Rio de Janeiro, por Leda Collor de Mello, sua filha mais velha, foi publicado o livro "Retratos de Lindolfo Collor - dados sobre sua vida e obra". Há uma "cronologia" de sua vida, desde seu nascimento em São Leopoldo, morte do pai, adoção pelo padrasto de quem herda o nome Collor, estudos, andanças pelo mundo, prisões, até sua morte no Rio aos 52 anos de idade. Os dados biográficos em seguida não tem assinatura, devendo ser de Leda, feito por ela ou por outrem, depois vem mais de 30 artigos assinados pelas mais variadas personalidades tecendo os mais altos elogios a Lindolfo Collor. Collor tinha formação luterana, estudou Farmácia, mas foi sempre um jornalista de raiz, militante das causas populares e militante político, além de estudioso e intelectual de proa. Mesmo tendo começado sua ligação política com o castilhismo na redação de "A Federação", inclusive durante a Guerra Civil de 1923, e eleito deputado estadual e federal pelo partido borgista, manteve suas posturas bem mais abertas que seus pares. Mesmo tendo sido essencial na Revolução de 30, ajudando Vargas a assumir o poder da Nação, foi alçado a primeiro Ministro do Trabalho, por pressão de amigos, contrariando Vargas. Ele foi Ministro por pouco mais de 15 meses e realizou seu objetivo de legar ao país a mais ousada legislação trabalhista para aqueles tempos. Demitiu-se e com ele alguns outros membros do governo. Voltando ao Rio Grande do Sul, chegou a participar do governo de Flores da Cunha, em oposição à tentativa de golpe de Vargas que veio a se consumar depois. Com a mudança de posição de Flores, apoiando Vargas, Collor sai de seu governo. Foi preso muitas e muitas vezes, esteve por duas vezes exilado, primeiro no Sul e depois na Europa. Do exílio da Alemanha, da França e Portugal mandava artigos contra o nazismo para jornais brasileiros. Viveu e sobreviveu do seu trabalho como jornalista e por ter sociedade numa empresa de seguros. Voltou ao país por mediações feitas por amigos junto a Vargas, indo morar e trabalhar no Rio de Janeiro, ainda assim mais duas vezes foi preso, sem justificativa qualquer, como a exigência anterior de sair do país, sem qualquer processo. Um perseguido político, um defensor da integração do proletariado à sociedade com base no respeito ao trabalho, Collor deixou um grande legado, muitas vezes esquecido e até apagado, muito por conta das patifarias praticadas por Fernando Collor de Melo, seu neto. Duas personalidades políticas completamente opostas. O povo do Rio Grande do Sul não pode passar uma borracha nesta História. Entendemos que a tradição varguista, castilhista, autoritária da política local contribua com o apagamento de suas lutas, sua vida e sua obra. *Escritor, professor e bacharel em Direito. Imagem em Wikipedia. Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para [email protected] . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

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Imperialismo e neoliberalismo

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Imperialismo e neoliberalismo
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De LINCOLN PENNA* O presidente Lula ao mencionar o neoliberalismo como a origem mais recente da crise em que está mergulhado o mundo reacendeu a fúria dos ideólogos de plantão. Esta reação era previsível uma vez que os demais pontos contidos no discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU proferido pelo presidente brasileiro, como costuma acontecer tradicionalmente, não cabia críticas, uma vez tratar de temas consensuais, pelo menos da boca para fora. O que Lula não citou ao se referir ao neoliberalismo é que tanto esta etapa mais assanhada dos interesses do grande capital internacionalizado quanto o imperialismo dos períodos de expansão das investidas do capital são meros nomes fantasias do capitalismo. Na verdade, o que Lula quis dizer, e disse, é que o modo de produção e de vida promovido pelo regime do capital é o responsável por grande parte das mazelas existentes nos países submetidos direta ou indiretamente a sua sanha acumuladora. Para a grande mídia passou sem maiores registros os aplausos durante o discurso do presidente do Brasil, que embora seja um país fundador da organização mundial e visto com simpatia pelos demais, nem sempre a receptividade foi acolhedora. Pesou nesses aplausos a liderança inconteste de Lula, cujos reparos mais críticos acabaram se concentrando exatamente nas pautas que tornaram público a independência do governo brasileiro no que diz respeito à conjuntura internacional. Ao dispensar o bom mocismo para evitar eventuais constrangimentos junto a lideranças ocidentais mais alinhadas a políticas de preservação da atual ordem mundial, Lula foi direto e sem rodeios aos temas que têm merecido sua prioridade, como de resto a prioridade dos países emergentes. Dentre essas prioridades estão o combate às desigualdades sociais gritantes, a defesa das teses ambientais e o absoluto acolhimento ao governo ucraniano por parte dos países que formam a OTAN, cuja guerra é incentivada com dinheiro e armamentos, a despeito dos males que têm causados ao povo daquele país. A tese que o Brasil abraça, a da paz imediata, é correta, mesmo para os que justificam o ato de Putin ao reagir ao cerco da OTAN. Daí com razão alguns analistas considerarem que a guerra entre os dois países na verdade é um embate entre as pretensões daquele órgão a serviço do Ocidente e monitorado pelos EUA do que um conflito entre Rússia e Ucrânia, muito embora objetivamente é assim que é visto pela opinião pública e publicada, esta pela via das agências noticiosas internacionais. Além dessas questões já esperadas, o presidente brasileiro não deixou de mencionar o bloqueio imposto à Cuba, e com isso sustentou a defesa de uma nação latino-americana e a sua autodeterminação, reafirmando ainda a liderança brasileira na região. Assim como fez menção à prisão injustificável do jornalista Julian Assange. Por sinal, já em outras oportunidades e sempre que pode Lula externou sua indignação por mais essa violação nos direitos humanos e no acinte à liberdade de imprensa. Palmas se seguiram a essas menções passageiras de um discurso recheado de importantes questões a provocar algum impacto nacional e internacionalmente. É preciso salientar que não se trata apenas de uma formalidade em ocasiões em que um chefe de estado se manifesta para ser ouvido em todos os continentes e países que compõem o organismo simbolicamente mais importante desde o término da Segunda Grande Guerra Mundial. Estes chefes de estados falam e expressam de alguma maneira o pensamento médio de seus concidadãos. Lula logrou fazê-lo sem que se possa contestá-lo em seus propósitos, pois ele jamais mascarou sua origem política. Os que pensam diferentemente têm o direito de criticá-lo, pois faz parte da democracia, mas não podem desfigurar ou simplificar os seus argumentos só porque são contrários ao que pensam. Talvez o único reparo esteja no fato de criticar ´- com razão, diga-se de passagem – a ONU pela incapacidade de evitar os seguidos conflitos regionais e agora o que envolve duas nações que dela fazem parte, a Rússia, por sinal membro do seu Conselho de Segurança Permanente, e a Ucrânia, da mesma forma que em muitos outros casos; e ao mesmo tempo se apresentar para integrar o mesmo Conselho amplificado. Ora, se este organismo mundial já não expressa o mundo atual, uma vez que ele foi constituído no imediato pós-guerra, reformá-lo é manter algo que precisa ser radicalmente reestruturado. Não é acrescentando novos membros a esse Conselho que a ONU alterará em sua essência. A mudança é mais profunda. A mesma lógica se dá em relação à crítica ao neoliberalismo. Não é esta nova e acentuada etapa da escalada caótica e voraz de uma economia de mercado que manifesta a crise aguda do capitalismo que deve ser mudada, e sim o próprio capitalismo. Como de resto antes se pensava em conter o imperialismo como se isso impedisse a maré montante da voracidade do capitalismo em sua fúria expansionista durante os dois últimos séculos, e antes do advento da financeirização da economia mundial. Lula tem consciência disso e os seus mais próximos conselheiros idem, mas como em certas ocasiões esse tipo de análise ainda necessita de algum trato próprio aos governantes em fóruns internacionais. Contudo, o mais importante é que Lula nos livrou da continuidade de um governante obtuso e vocacionado para o que pior poderia acontecer no Brasil, no continente americano e no mundo. Que nós o acompanhemos em sua trajetória convencidos de que acertamos na sua escolha para presidir o nosso país, mas a melhor forma de colaborar é exercer o nosso direito de eventualmente divergir de algumas de suas atitudes e proposições. *Doutor em História Social; Conferencista Honorário do Real Gabinete Português de Leitura; Professor Aposentado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Presidente do Movimento em Defesa da Economia Nacional (MODECON); Vice-presidente do IBEP (Instituto Brasileiro de Estudos Políticos). Foto: Ricardo Stuckert/PR. Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para [email protected]. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

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