Por ANGELO CAVALCANTE*
Cena 01:
Professor : Eu vou pedir que você desligue seu celular, que não grave as aulas.
Wilker : Com base em quê? Eu tenho direito. A Universidade é pública e o senhor é um funcionário público.
Professor : Rapaz… Eu tenho direito de imagem, temos um regimento interno e, de novo, peço que desligue o celular.
Cena 02 :
Wilker : Eu vou entrar sim!
Professor : Mas você precisa se inscrever! Há limite de inscritos para essa palestra.
Wilker : Não importa… Eu vou entrar!
Cena 03 :
Estudante : Mas você viu as regras? Você consegue cumprir?
Wilker : Vocês, dessa Universidade, são fraquinhos demais. Um monte de gente doutrinada!
O estudante do curso de História, Wilker Leão, da Universidade Estadual de Goiás, em sua Unidade de Formosa, já é um fenômeno.
Repara…
Wilker não é um prodígio, sequer possui perfil acadêmico e, de verdade, pouco se importa com o ensino superior, com seus ritos, rotinas e formalismos.
O sujeito não elabora, não teoriza e ninguém jamais vai encontrar um, apenas um, texto de sua lavra, analisando qualquer tema e de efetiva importância histórica.
Wilker não é educado, não tem elegância, trato ou modos com termos e palavras e, não raro, é ofensivo, invasivo e vaidoso.
Não obstante, em que pese toda essa adjetivação negativa, Wilker é um fenômeno, aliás, já é dos maiores fenômenos internos da breve história da Universidade Estadual de Goiás.
Como se sabe, não se notabilizou por virtudes ou qualidades acadêmicas, aliás e, bem ao contrário, sua performance e grandiloqüencia se dão, justamente porque combate a Universidade, suas regras, princípios, condutas e formas de organização.
É impressionante!
Sua afirmação é seu contrário! Sua força reside não na custosa e demorada construção de uma carreira acadêmica, formativa, profissional e intelectual, bem distante disso… Wilker abertamente optou por não fazer, não construir, não erguer, não SER .
E sua fórmula, entre altos e baixos, tem lhe garantido notoriedade, publicidade e conhecimento institucional.
Militante da extrema direita insiste em teses absurdas e improváveis a envolver certo “doutrinamento”. Vejam só… Caso o professor ensine as bases e fundamentos históricos do marxismo e seu vínculo com o anarquismo francês de Proudhon… Pronto… Está “provado” de que o professor é ativo militante do komintern .
Caso o infeliz professor defenda que isentar trabalhadores que percebam até cinco mil reais do imposto de renda é porque está defendendo o governo petista, logo, está “doutrinando”.
E por aí vai a métrica, o modus e as intenções desse insólito indivíduo.
Gerador de desorganização, constrangimento e instabilidade, Wilker personifica um tempo! Um tempo ácido, patologizado, de ódio, desagregação e mentiras. Um escancarado e malcheiroso tempo fascista!
É do que se trata!
De outra forma, a história, essa senhora sábia, atenta e caprichosa sempre nos ensina. Serão os russos sob a inconteste liderança do Marechal Stalin e que, para bem adiante de teorias e análises, ensinará ao mundo como o fascismo deve ser tratado.
Ora, ora…. Com decisão, energia e ação ou… Tudo se perde!
Pois bem… Wilker deve ser desligado imediatamente dos quadros da Universidade Estadual de Goiás.
*Angelo Cavalcante é economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Itumbiara.
E-mail : angelo.cavalcante@ueg.br
Foto de capa: Reprodução X




