Da REDAÇÃO
Donald Trump impôs um tarifaço de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto de 2025. A medida foi justificada por três alegações: o julgamento de Jair Bolsonaro no Brasil, um suposto déficit comercial dos EUA frente ao Brasil — o que é falso — e a regulação brasileira sobre big techs. Nos bastidores, porém, o movimento esconde uma ofensiva geopolítica para garantir o acesso norte-americano às terras raras brasileiras, recursos estratégicos para a indústria digital, bélica e energética.
Tarifaço de 50%: sem base econômica, mas com motivação política
A nova tarifa linear anunciada por Trump é vista por analistas como uma retaliação direta ao Supremo Tribunal Federal, que julga Bolsonaro por sua participação em tentativas de golpe após as eleições de 2022. Trump chamou o processo de “perseguição política” e uma “caça às bruxas” política que ameaça “líderes conservadores”.
Ao justificar a medida, a Casa Branca afirmou que os EUA enfrentam “desequilíbrio comercial crônico com o Brasil”. No entanto, dados do próprio governo norte-americano mostram o contrário: os EUA tiveram superávit comercial de US$ 7,4 bilhões com o Brasil em 2024.
Big Techs no centro do conflito digital
Outro argumento usado por Trump é a regulação brasileira sobre as big techs. O governo norte-americano alega que o Brasil está “restringindo juridicamente” a operação de empresas como Google, Meta, Amazon, Apple e Microsoft, especialmente após a aprovação do Projeto de Lei das Fake News e investigações sobre monetização de conteúdo político extremista.
A questão é que Trump é sócio direto da Trump Media & Technology Group (TMTG), dona da rede Truth Social, criada após seu banimento do Twitter. Ele detém cerca de 59% das ações da empresa, que também mantém parcerias com plataformas como Rumble.
Grupos de lobby digital, como a Computer & Communications Industry Association (CCIA), pressionaram Trump a investigar o Brasil por suposta “discriminação digital”, abrindo caminho para o uso do tarifaço como forma de pressão comercial e política.
Terras raras: o verdadeiro prêmio
Ao mesmo tempo, os Estados Unidos intensificam esforços diplomáticos para garantir acesso privilegiado às terras raras brasileiras. Esses 17 elementos químicos são fundamentais para produção de turbinas eólicas, painéis solares, veículos elétricos, mísseis, radares e smartphones.
O Brasil possui a terceira maior reserva do mundo, atrás apenas da China e do Vietnã, mas responde por menos de 1% da produção global. Jazidas estão concentradas em estados como Pará, Goiás, Amazonas e Minas Gerais, com destaque para o projeto Serra Verde, que já atraiu atenção da Mineral Security Partnership, consórcio liderado pelos EUA.
Especialistas apontam que o tarifaço também funciona como instrumento de barganha: os EUA pressionam o Brasil economicamente ao mesmo tempo que tentam seduzi-lo com promessas de investimento em mineração de alta tecnologia.
Pressão política e dependência tecnológica
O paradoxo é evidente: Trump pune o Brasil com tarifas drásticas, mas quer o país como parceiro estratégico na disputa global contra a China. Ao fazer isso, busca enfraquecer a dependência norte-americana da cadeia mineral chinesa e forçar países do Sul Global a aderirem ao seu bloco de influência.
O risco para o Brasil é repetir padrões históricos de espoliação mineral, com exportação bruta de matérias-primas, sem agregar valor localmente nem proteger comunidades e ecossistemas afetados.
Brasil diante de um dilema geopolítico
O governo brasileiro já sinalizou medidas de retaliação comercial recíproca, aplicando também tarifas de 50% sobre produtos norte-americanos. Ao mesmo tempo, mantém conversas com a União Europeia e a China para diversificar sua pauta de exportações e reduzir a dependência do mercado dos EUA.
A situação impõe um desafio ao Brasil: ou define uma estratégia soberana para seus recursos e regulações digitais, ou se submete à pressão de uma potência que mistura interesses privados, vingança política e ambições geoeconômicas.
Ilustração da capa: Trump Tarifaço e Terras Raras – Imagem gerada por IA ChatGPT
Tags:
Trump, tarifaço, Brasil, big tech, Truth Social, TMTG, terras raras, Bolsonaro, STF, Serra Verde, mineração, comércio internacional, lobby, geopolítica, EUA-Brasil.





Uma resposta
Não interessa…Resolvam esse problema com os USA..Desde que Lula entrou no governo o Brasil virou confusão…Na real eu não voto em ninguém, NÃOTENHO PARTIDO NENHUM…
MAS A VERDADE É QUE HÁ UMA BRIGA CIRRADA ENTRE LULA E BOLSONARO.NUNCA SE VIU NA HISTÓRIA DO BRASIL TAMANHA DISCÓRDIA.E QUEM PAGA TUDO ISSO É O POVO..A GENTE SENTE QUE LULA NÃO TIRA O OPONENTE DA CABEÇA, O TEMPO TODO SÓ FALA EM BOLSONARO.UMA RICHA MUITO GRANDE ENTRE AMBOS E QUEM VEM SÓ PREJUDICANDO O POVO E O BRASIL.O BRASIL ESTÁ FALIDO..É MUITO BOM MESMO QUE VENHA UMA INTERVENÇÃO EXTERNA PRA VER SE BOTA ORDEM NO GALINHEIRO…TÁ CERTO QUE HOUVE MANIFESTO NOS 3 PODERES COM DEPREDAÇÕES E QUE SEJAM PUNIDOS DE ACORDO QUE DIZ A LEI. NÃO HÁ PROVAS CONCRETAS DE QUE HAVERIA GOLPE POR PARTE DO OPONENTE DE LULA.HÁ MUITAS IMAGENS QUE GERARAM DÚVIDA SE REALMENTE FORAM OS MANIFESTANTES QUE DEPREDARAM O PATRIMÔNIO PÚBLICO OU PODE TER OCORRIDO INFILTRAÇÃO DE TERCEIROS.ENTÃO COMO TUDO É CONFUSO O LULA DEVERIA TER SEGUIDO A CARRUAGEM DE FAZER UMA BOA GESTÃO SEM VINGANÇAS E DE PENALIDADES DO STF CONTRA PESSOAS COM 17 ANOS DE CADEIA.ISSO É EXAGERO.TUDO ISSO ATRAPALHA O BRASIL DE CRESCER E CAUSA DESARMONIA E DESGOSTO COM SÉRIAS CONSEQUENCIAS A TODOS…