Por Redação Rede Estação Democracia
O anúncio feito nesta segunda-feira (2), em Glasgow, pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, marca uma virada estratégica na política de defesa do Reino Unido. Ao apresentar uma nova doutrina militar, Starmer declarou que o país está “pronto para a guerra” e que pretende liderar a defesa do continente europeu por meio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
A estratégia prevê um aumento dos investimentos em defesa para 2,5% do PIB até 2027, além da construção de 12 novos submarinos de ataque, modernização tecnológica das Forças Armadas e ampliação das parcerias com os aliados ocidentais. A narrativa adotada pelo premiê britânico resgata o clima da Guerra Fria e reposiciona o Reino Unido como potência militar de referência no Atlântico Norte.
“Cada cidadão neste país tem um papel a desempenhar. A ameaça que enfrentamos agora é mais séria, mais imediata e mais imprevisível do que qualquer outra desde a Guerra Fria”, afirmou Starmer.
O discurso foi proferido em meio à intensificação do conflito entre Rússia e Ucrânia, que tem ampliado os riscos de instabilidade na Europa. No último domingo (1º), drones ucranianos atingiram bases aéreas estratégicas russas, enquanto mísseis lançados por Moscou mataram 12 pessoas em território ucraniano. Diante disso, o Reino Unido apresenta-se como pilar de sustentação da segurança europeia.
A nova doutrina também tem objetivos internos. Ao vincular a crise do custo de vida à suposta ameaça russa no espaço aéreo e marítimo britânico, o governo tenta justificar os altos investimentos em defesa e fortalecer sua base política. Trata-se de uma clássica operação de deslocamento da atenção: transformar a insegurança econômica em medo estratégico e, assim, legitimar o rearmamento.
Fora da União Europeia, mas atuante na Otan, o Reino Unido busca reocupar um espaço de liderança que lhe confere relevância global em tempos de transição da ordem internacional. Mas a aposta no poder militar como chave da estabilidade levanta questionamentos: até que ponto essa estratégia responde aos desafios mais amplos — e urgentes — da atualidade?
A militarização da política externa britânica aponta para uma Europa cada vez mais dividida entre projetos de segurança armada e esforços de integração multilateral. O discurso de prontidão para a guerra, ainda que simbólico, reacende o jogo de forças entre potências nucleares e adiciona tensão a um mundo já marcado pela fragmentação e pela emergência de novos polos de poder.
📌 Este artigo integra a cobertura internacional da Rede Estação Democracia. Para outros artigos e análises, acesse:
A Europa se prepara para a guerra
O G7, os BRICS, a guerra e a paz
A invasão da região de Kursk, na Rússia
Os critérios, as narrativas, e as “guerras hegemônicas”
Ilustração da capa: Keir Starme, primeiro-ministro britânico – Criado por IA ChatGPT
Respostas de 4
Sim, o texto traz nuances importantes sobre o jogo de poder, no caso aqui em epígrafe, sinaliza mais uma vez, para a velha estratégia das nações centrais, quando duas economias vão mal, procuram na arte da guerra, o meio natural para reerguer as suas cambalidas economias. O problema é que agora, as armas são de destruição em massa, portanto, em caso de uma ação militar de caráter transnacionais, não sobrará nada, nem para vencidos e nem para vencedores e todos pagaram um preço muito alto, pelas suas ações tresloucadas.
Estes ingleses estão cada vez mais ridículos: precisam investir estes milhões instalando boias gigantes em toda a costa para retardar o afundamento da ilhota em que a “great albion” se tornou. Economia capenga não dá para cantar de galo! É mais um “me engana que eu gosto”!
Não sei se é pra rir ou pra chorar, pois o Reino Unido nunca esteve tão fragilizado nos últimos cem anos como está agora. Não tem a menor condição de lançar reptos a seus supostos inimigos ou cantar de galo com suas forças armadas totalmente desorganizadas e desmoralizadas, depois de repetidas derrotas em aventuras bélicas com seu sempre sócio EUA; e o escolhido para inimigo, a Rússia, tem um exército e uma força aérea bem equipados e treinados para aceitar e repelir qualquer desafiante na Europa.
Esse espírito de colonizador dos ingleses falidos é ridículo. Se nutriam das colônias como parasitas e sem isso, sem seiva pra sugar, esses decadentes estribucham e ameaçam. Não tem mais God save The King. O God dos britânicos eram colônias.