Senado aprova “SUS da Educação”, que cria base nacional de dados e integração entre redes de ensino

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Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa ordinária. Ordem do dia. 

Na pauta, PLP 235/2019 que institui o Sistema Nacional de Educação (SNE). 

Obs: PL 1.707/ 2025, que dispõe sobre medidas excepcionais destinadas ao enfrentamento de impactos decorrentes de estado de calamidade pública aplicáveis às parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil foi retirado da pauta. 

Mesa: 
senador Efraim Filho (União-PB); 
senador Alessandro Vieira (MDB-SE);
presidente do Senado Federal, senador Davi Alcolumbre (União-AP); 
secretário-geral da Mesa do Senado Federal, Danilo Augusto Barboza de Aguiar. 

Foto: Carlos Moura/Agência Senado

O Senado Federal aprovou, por 70 votos favoráveis e uma abstenção, o projeto que cria o Sistema Nacional de Educação (SNE) — apelidado de “SUS da Educação”. A proposta busca integrar políticas educacionais entre União, estados, Distrito Federal e municípios, de forma semelhante à organização do Sistema Único de Saúde (SUS). O texto agora segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O objetivo é garantir a cooperação entre os entes federados, reduzir desigualdades regionais e assegurar um padrão mínimo de qualidade em todo o território nacional. O SNE foi apresentado originalmente pelo senador Flávio Arns (PSB-PR) e relatado pela senadora Dorinha Seabra (União-TO), que destacou a importância de uma estrutura nacional para organizar responsabilidades e compartilhar dados da educação básica.

“O SNE é uma conquista histórica. Ele permitirá que a educação pública brasileira tenha planejamento articulado, metas claras e mecanismos de cooperação federativa, o que hoje não acontece de forma estruturada”, afirmou Dorinha durante a votação.

Cadastro único e prontuário escolar

O texto aprovado cria o Identificador Nacional Único do Estudante (Inue) — um número vinculado ao CPF — que servirá como registro nacional do histórico escolar de cada aluno, desde a educação infantil até o ensino médio. A medida permitirá o acompanhamento contínuo da trajetória educacional, inclusive em casos de mudança de escola ou de rede.

O projeto também prevê a criação da Infraestrutura Nacional de Dados da Educação (INDE), uma plataforma integrada que reunirá informações sobre alunos, escolas e redes de ensino de todo o país. A ideia é facilitar a formulação de políticas públicas, a gestão de recursos e o monitoramento de metas educacionais.

Além disso, será implementado o Prontuário Escolar Nacional, que funcionará como um histórico único de desempenho e frequência, permitindo que gestores, professores e famílias acompanhem a trajetória dos estudantes.

Diretrizes e metas nacionais

De acordo com o texto, o SNE estabelecerá diretrizes e metas nacionais para orientar as políticas de ensino em todos os níveis. Entre os princípios destacados estão:

  • Erradicação do analfabetismo;
  • Valorização dos profissionais da educação, com ênfase na formação continuada;
  • Garantia de padrões de qualidade, com base no Custo Aluno-Qualidade (CAQ);
  • Promoção da equidade entre regiões e redes de ensino;
  • Integração entre políticas educacionais e sociais.

O sistema também buscará alinhar as metas dos planos estaduais e municipais de educação ao Plano Nacional de Educação (PNE), que orienta as políticas educacionais brasileiras até 2034.

Amplo apoio no Congresso

O projeto havia sido aprovado pelo Senado em 2022, mas precisou retornar à Casa após alterações feitas pela Câmara dos Deputados. Na votação desta semana, o texto recebeu apoio de diferentes bancadas e foi considerado um avanço estrutural na política pública de educação.

Para a relatora, Dorinha Seabra, a aprovação do SNE é “fundamental para construir um sistema educacional mais justo e eficiente, que garanta o direito à aprendizagem e a cooperação efetiva entre governos”.

Já o autor, senador Flávio Arns, destacou que o sistema permitirá “superar a fragmentação das políticas educacionais e assegurar continuidade entre governos”.

Próximos passos

Com a aprovação no Senado, o texto segue para sanção do presidente Lula, que poderá aprová-lo integralmente ou vetar trechos específicos. A expectativa do governo é que o novo sistema seja implementado de forma gradual, com regulamentação prevista para os próximos meses.

Segundo o Ministério da Educação, o SNE deverá se tornar a principal base de integração de dados educacionais do país, permitindo ações coordenadas nas áreas de formação de professores, financiamento, avaliação e gestão.


Imagem destacada: Carlos Moura/Agência Senado

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