Por RUDOLFO LAGO*, do Correio da Manhã
Iniciava-se a tarde de terça-feira (25) quando o advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Celso Vilardi, apresentou suas alegações no plenário da 1a Turma do Supremo Tribunal Federal. A cerca de sete quilômetros dali, no Lago Sul, o governador do Paraná, Ratinho Jr., do PSD, participava de um almoço do Grupo de Líderes Empresariais do Distrito Federal (Lide-DF), que funcionou como uma espécie de pré-lançamento em Brasília da sua candidatura à Presidência. Presente boa parte do PSD, como o líder do partido na Câmara, Antonio Brito (BA), e o senador Omar Aziz. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e sua vice, Celina Leão (PP). Parlamentares de outros partidos, como o deputado Eunício Oliveira (MDB-CE).
Outro foco
E uma grande quantidade de empresários. Os eventos simultâneos bem mostravam como, na política, a fila anda… Nenhum dos políticos e empresários presentes parecia acompanhar o que ia se desenrolando naquele momento na 1a Turma da Suprema Corte.
Chances
Já era mais do que claro que as chances jurídicas àquela altura de Bolsonaro reverter sua situação eram nulas. E as chances políticas reduziam-se ao mínimo. Até porque boa parte do Centrão não alinhado fortemente ao bolsonarismo estava no almoço.
Kassab e governador não negam candidatura
Kassab cogita Ratinho Jr. como opção | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Não se tratou de um lançamento explícito de candidatura. Mas de uma espécie de ensaio das chances, diante de um público considerado pelo PSD importante para a alavancagem: o mundo empresarial. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, não estava presente, mas gravou um vídeo. “Se um dia o Brasil for presidido por Ratinho Jr., estará em excelentes mãos”, disse Kassab. “Sobre a candidatura, quem tem que responder é o partido”, afirmou Ratinho Jr. Mas acrescentou: “O PSD tem a obrigação de apresentar uma proposta para o país”. E disse mais: “Quero fazer parte do projeto de modernização do país”. Os presentes aplaudiram.
Ibaneis
Presente ao almoço, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, também demonstrou simpatia pela ideia de Ratinho Jr. presidente. “É um nome que agrada toda a classe empresarial e política”, disse o governador, que deu apoio a Bolsonaro em 2022.
Amplo
Também presente, o deputado Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR) classificava Ratinho Jr. como um nome com capacidade ampliar, dentro do campo conservador. “Ele não é radical como Bolsonaro, nem raivoso como [o governador de Goiás, Ronaldo] Caiado”.
Caminho
É claro que uma eventual candidatura de Ratinho Jr. precisa ainda trilhar um longo caminho. Levantamento do Paraná Pesquisas em fevereiro o colocava com 15% das intenções de voto. Mas num cenário sem o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como candidato.
Apoios
Além de se viabilizar eleitoralmente, Ratinho Jr. terá que vencer a posição interna do pragmático PSD. Que tem alas tanto na oposição como muito próximas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como os senadores Otto Alencar (BA) e Eliziane Gama (MA).
*Rudolfo Lago é jornalista do Correio da Manhã / Brasília, foi editor do site Congresso em Foco e é diretor da Consultoria Imagem e Credibilidade
Publicado originalmente no Correio da Manhã.
Foto de capa: Ratinho Jr.: primeiro ensaio de candidatura |Rudolfo Lago/Correio da Manhã
Respostas de 2
parabens pela redação
Possíveis ou prováveis candidatos devem ter como projetos:
Dar continuidade aos projetos sociais, mesmo que aprimorem os critérios de acesso;
Estimulem o empreendedorismo;
Facilitem a emergência de pequenos empresarios, cobrando impostos diferentes daqueles que grandes empresas pagam.
Estas estratégias não podem ficar em segundo plano.
Além destas, é claro, dar continuidade e tentar aprimorar políticas de saúde, de educação ( apoio a pesquisas) e da segurança. Os partidos deveriam serem fundidos em Federações que unifiquem as Visões de Mundo e que também deixem os interesses pessoais em segundo plano.
Política é um tema cujo olhar deve ser voltadó para o coletivo.