Programação Cultural de 11 a 17 de Outubro

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Por LÉA MARIA AARÃO REIS*

*Dois anos de devastação à Palestina. Gaza arrasada, Israel isolado e a ONU abalada.

*Gigantescas manifestações se sucedem mundo afora, em Amsterdã, Bangkok, Atenas, Paris — sempre — na Espanha, onde a Coca-Cola, o McDonald’s, Carrefour e Reebok estão sendo boicotados. (EuroPalestine).

*Aqui, produtos israelenses já estão começando a encalhar nas prateleiras de mercados da Zona Sul do Rio de Janeiro e colocados à venda com preços 70% mais baixos.

*O Centro Palestino para Pessoas Desaparecidas estima que cerca de 8.500 pessoas estejam desaparecidas na Faixa de Gaza desde o início do genocídio, que já causou mais de 67 mil mortes. Apela à comunidade internacional para pressionar Israel a autorizar a entrada de equipes de resgate e equipamentos técnicos na região para recuperar e identificar corpos de milhares de pessoas desaparecidas. Suas famílias continuam à procura de parentes entre escombros, sepulturas improvisadas e prisões, sem qualquer informação confiável.

*Do cientista político Luis Felipe Miguel, professor de Ciência Política da Universidade de Brasília: “Quem tem fome tem pressa, dizia Betinho. Pois é: as crianças de Gaza não podem esperar o tempo dilatado dos comunicados diplomáticos sobre os dois últimos anos de massacre em Gaza, dois anos de cumplicidade mundial” (…) “O plano ‘de paz’ apresentado por Trump é diversionista e hipócrita. Não restabelece a soberania palestina sobre Gaza, não exige garantias de Israel, nem mesmo um calendário de retirada de tropas garante a continuidade do cerco ao território. Coloca o futuro do enclave nas mãos de gente como o próprio Trump e de Tony Blair que não escondem o fato de que o povo é um entrave a seus projetos de lucrar com Gaza”.

*Dia 12 de outubro. Sugestão para levar crianças aos cinemas porque todos os dias são dias das meninas e dos meninos, e acaba de entrar em cartaz, Totto-Chan: a Menina na Janela, adaptação do best-seller japonês de Tetsuko Kuroyanagi, Embaixadora da Unicef em Tóquio. O tema: Toto tem sete anos, é cheia de energia, mas considerada “problemática”. Sua vida, no entanto, dá uma virada quando ela muda de escola.

*E no streaming são encontrados os famosos clássicos de animação, também japoneses, A Viagem de ChihiroMeu Amigo Totoro, e o mais recente, O Menino e a Garça do aclamado diretor Hayao Miyazaki, com legendados ou dublados. É a indústria de audiovisual de animação japonesa a todo vapor. Na Netflix.

*Contemplado com o Nobel de Literatura deste ano, o escritor húngaro László Krasznahorkai. Seu livro, Sátántangó será publicado em português pela Companhia das Letras.

*Inaugurado o Museu das Amazônias, em Belém. Objetivo: valorizar a identidade e a diversidade da população que vive no maior bioma tropical do planeta. Já era tempo.

*Honestino, documentário de Aurélio Michiles sobre o líder estudantil desaparecido durante a ditadura militar, foi um dos cartazes mais em evidência do Festival do Rio. Honestino foi presidente da União Nacional dos Estudantes/UNE, um dos maiores símbolos da resistência contra o regime militar, foi preso e desaparecido em 1973, aos 26 anos de idade. No filme, falam sobre ele amigos, políticos e militantes, como Almino Afonso, Jorge Bodanzky, Franklin Martins, Betty Almeida, biógrafa do líder estudantil e sua filha, Juliana Guimarães. A propósito, o diretor Michiles observa: “Nosso propósito é não deixar o personagem congelado numa fotografia antiga, mas torná-lo tangível, vivo. O ontem é hoje e o hoje pode ser o futuro”.

*Almirante, “a mais alta patente do rádio”, livro de Giuliana Souza de Lima Almeida, resgata a trajetória de Almirante, pioneiro do nosso rádio, músico e pesquisador que reuniu arte e inovação na construção da MPB de 1938 a 1958. (Alameda Casa Editorial).

*Do escritor amazonense Milton Hatoum, no Diário do Centro do Mundo: “(…) Só mobilização popular será capaz de deter o avanço da extrema-direita. Eles operam com a divulgação maciça de mentiras criminosas para uma massa desinformada. Se o STF fechar as portas dessas fábricas de fake news insidiosas, os extremistas perderão força. O filósofo alemão Theodor Adorno diz que a propaganda manipuladora é baseada em técnicas psicológicas de enganação. Ou seja, há sete décadas ele já se referia às fake news”.

*Lançado há poucos dias, na ABI/Associação Brasileira de Imprensa do Rio de Janeiro, o livro Memória de um desafio — A guerra da TV Pública e a criação do Sistema EBC, da jornalista Tereza Cruvinel, quando a ex-presidente da Empresa Brasil de Comunicação comentou à Agência Pública: “A comunicação pública tornou-se ainda mais necessária no atual cenário político e econômico marcado por recentes ameaças à democracia e à soberania brasileira”.

*Cruvinel prossegue: “Aqui, no Brasil, precisamos de um compromisso claro do Estado com a comunicação pública. Mas precisamos também de uma sociedade mais exigente em relação a essas mídias públicas, mais consciente do que elas significam. A educação para a mídia ainda é algo incipiente entre nós e ela precisa ser impulsionada”. (Volume da Ed. Tagore).

*O Conselho Federal de Economia acaba de conceder o importante Prêmio Brasil Economia de 2025 ao renomado economista e professor titular de pós-graduação na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Ladislau Dowbor, pelo seu mais recente livro, Os Desafios da Revolução Digital. Dowbor é consultor de agências da ONU, de governos e de municípios, e, sobretudo é conhecido pela sua generosidade em manter a sua obra gratuita, na internet. (Ed. Elefante).

*Outro lançamento recente dessa semana literária é o volume retratando a vida e militância política da revolucionária Vera Silvia Magalhães: Revolucionar a Vida, Reconstruir o Mundo, de Higor Codarin. O autor reconstrói a trajetória da emblemática participante do MR-8, o Movimento Revolucionário 8 de Outubro pontuada por utopias, coragem, revoluções, exílios e derrotas. Lembramos que o personagem de Vera Silvia faz parte do doc O Que É Isso, Companheiro, de 1997, que narra a história do histórico sequestro do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, no qual ela foi a única mulher participante. (Paco Editorial).

*Do jornalista Moises Mendes no Diário do Centro do Mundo: “José Dirceu não acrescenta contribuição nenhuma aos esforços para a contenção do golpismo ao defender prisão domiciliar para Bolsonaro, que até antes do julgamento vagabundeava de jet ski e liderava motociatas”.

*Chega aos cinemas no próximo dia 30 o doc Rejeito, de Pedro de Filippis, véspera dos dez anos do desastre de Mariana.

*Do sempre cáustico vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev. “Macron é um brilhante advogado de Kiev, amigo íntimo da Alemanha e do Reino Unido”, diz, em meio à turbulência política na França. (RT)

*E a Deputada Luiza Erundina, de 90 anos, do PSOL/SP, um dos poucos membros do atual parlamento brasileiro que honram a política brasileira, comentando a proposta do colega, deputado Antonio Bivar (PSL/PE), 80 anos, sugerindo seguir sessões à distância por causa da… idade. “Se não tem condições para isso, não se candidate”, disparou a guerreira Erundina, autora de uma das frases mais lúcidas e honestas da semana.


*Léa Maria Aarão Reis é jornalista.

Ilustração de capa: Marcos Diniz

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