Professora bolsonarista exclui alunos de esquerda na pós: ‘Ou estão comigo ou contra mim’

translate

16674763026363ab4e05ecf_1667476302_1x1_md

Matéria da Folha de São Paulo: Orientadora da federal do Amapá pediu em grupo de WhatsApp que estudantes solicitassem desligamento; laboratório e universidade repudiam.

Após o resultado do segundo turno das eleições, a professora universitária Sheylla Susan anunciou a exclusão da sua orientação estudantes que ela designa como “esquerdistas”. “Ou estão comigo, ou estão contra mim”, afirmou ela no grupo de WhatsApp do laboratório de farmacologia que dirige na Unifap (Universidade Federal do Amapá), na manhã desta quarta-feira (2).

“Não quero esquerdista no meu laboratório”, disse, conforme as reproduções de mensagens aos quais a Folha teve acesso. “Se tiver mais algum esquerdista, que faça o favor de pedir desligamento”, escreveu a apoiadora de Jair Bolsonaro (PL).

Procurada pela Folha, a professora pediu desculpas pela atitude, disse que se excedeu nas palavras e que sua profissão não serve a preferências políticas. “No calor das eleições, acabei me excedendo nas palavras”, afirmou. “Peço desculpas pelo ocorrido, as eleições passam e a educação fica”, afirmou.

Conforme apurado pela Folha, Susan se dirigiu especificamente a dois estudantes, a quem pediu para buscarem outro professor para auxiliar nas pesquisas, e disse que entregaria à universidade uma “carta de desistência”.

Nas suas redes sociais, Sheylla Susan já teve publicações retiradas do ar por infringirem a política de fake news, comparou o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao ditador nazista Adolf Hitler e postou uma imagem de uma seringa médica mesclada a uma munição de arma de fogo para criticar informações sobre a pandemia.

A postagem diz “eu confio na ciência, mas acontece que”, citando em seguida “censura”, “condicionamento social” e “instauração de pânico” —ecoando argumentos de bolsonaristas contra medidas de contenção da Covid-19.

Em nota nas redes sociais, a Universidade Federal do Amapá caracterizou o caso como “assédio”, disse repudiar a conduta e afirmou que “serão adotadas as providências necessárias” após a apuração dos fatos. A rede Bionorte disse que realizou a “instalação de comissão de sindicância para apuração dos fatos”, que é “totalmente contrária a qualquer tipo de discriminação” e que tomará “medidas cabíveis” sobre o caso.

A aluna Arraes também recebeu apoio público do sindicato de servidores, de diretores da instituição, da Universidade Estadual do Amapá —onde é professora— e diz que a Bionorte, pela qual cursa o doutorado, também tem lhe prestado o amparo necessário. Também afirma que recebeu mensagens de diversos professores e pesquisadores.

 

Com informações da Folha de São Paulo.

Imagem – reprodução.

Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia..

Gostou do texto? Tem críticas, correções ou complementações a fazer? Quer elogiar?

Deixe aqui o seu comentário.

Os comentários não representam a opinião da RED. A responsabilidade é do comentador.

plugins premium WordPress

Gostou do Conteúdo?

Considere apoiar o trabalho da RED para que possamos continuar produzindo

Toda ajuda é bem vinda! Faça uma contribuição única ou doe um valor mensalmente

Informação, Análise e Diálogo no Campo Democrático

Faça Parte do Nosso Grupo de Whatsapp

Fique por dentro das notícias e do debate democrático