A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (25) a 19ª fase da Operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar pessoas que incitaram, participaram e fomentaram os atos ocorridos em 8 de janeiro, em Brasília (DF).
Com ordens expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, os agentes cumprem cinco prisões preventivas e 13 mandados de busca e apreensão em Cuiabá (MT), Cáceres (MT), Santos (SP), São Gonçalo (RJ) e em Brasília (DF).
Um dos alvos da operação é Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, primo dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Essa é a segunda vez que a PF realiza buscas em endereços dele em Brasília e no Rio.
Léo Índio esteve nos atos golpistas, conforme uma foto que ele mesmo publicou em suas redes sociais. Na ocasião, o primeiro dos filhos de Bolsonaro escreveu que “patriotas não cometem vandalismo”. Ele mesmo se apresenta como sobrinho de Bolsonaro na internet, e concorreu pelo PL nas eleições para a Câmara Legislativa do Distrito Federal em 2022, porém não foi eleito.
Leonardo é filho de Rosemeire Nantes Braga Rodrigues, irmã de Rogéria Nantes Braga Rodrigues, primeira esposa de Jair Bolsonaro e mãe de Flávio, Carlos e Eduardo. Morador do Rio de Janeiro, onde dividiu um imóvel com Carlos Bolsonaro, Léo se mudou para Brasília no primeiro ano do governo Bolsonaro, em 2019.
O primo Carlos chegou a procurar cargos para Léo Índio no Palácio do Planalto, sem sucesso. Mas ele chegou a ser assessor do senador Chico Rodrigues (União-RR), com um salário bruto de R$ 22.943,73, entre abril de 2019 e outubro de 2020. Ele pediu exoneração depois que o parlamentar foi flagrado com R$ 30 mil na cueca. Segundo a PF, o dinheiro era proveniente de desvio de recursos da Saúde durante a pandemia.
No ano seguinte, em dezembro, ele foi nomeado auxiliar administrativo júnior na liderança do PL no Senado com salário de R$ 5.735,93. No entanto, ele foi exonerado do cargo, depois que uma reportagem do UOL mostrou que Índio, na verdade, era um funcionário fantasma.
Atualmente, ele também é alvo de um inquérito aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar as manifestações bolsonaristas de 7 de setembro de 2021 que reverberaram ataques ao STF. Léo Índio publicou, dias antes da manifestação, uma campanha de arrecadação de dinheiro para viabilizar os atos.
Em nota, a PF afirma que os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo.
As investigações da Operação Lesa Pátria iniciaram ainda em janeiro e são permanentes, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais cumpridos.
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