PIB cresce 0,4% no segundo trimestre de 2025, puxado por Indústria e Serviços

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PIB varia 0,4% no segundo semestre de 2025 - Imagem gerada por IA ChatGPT

Da REDAÇÃO, com dados do IBGE

Atividade econômica segue em expansão, mas ritmo desacelera em relação ao início do ano

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (2) os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2025. A economia brasileira cresceu 0,4% na comparação com os três primeiros meses do ano. O resultado vem na esteira de uma alta de 1,3% registrada no primeiro trimestre, e indica desaceleração no ritmo de crescimento.

Serviços e Indústria sustentam alta

Pela ótica da produção, os Serviços cresceram 0,6% e continuam sendo o principal motor da economia, respondendo por mais de 70% do PIB. A Indústria avançou 0,5%, impulsionada pelas Indústrias Extrativas, que subiram 5,4% com destaque para a extração de petróleo e gás. Já a Agropecuária teve leve queda de 0,1%, considerada estável pelo IBGE.

No setor industrial, houve retrações em Eletricidade e Gás (-2,7%), Indústrias de Transformação (-0,5%) e Construção (-0,2%). Entre os serviços, as maiores altas vieram de atividades financeiras (2,1%), comunicação (1,2%) e transporte (1,0%). O comércio ficou estável e o setor público registrou queda de 0,4%.

Período de comparaçãoIndicadores
PIBAGROINDUSSERVFBCFCONS. FAMCONS. GOV
Trimestre / trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal)0,40%-0,10%0,50%0,60%-2,20%0,50%-0,60%
Trimestre / mesmo trimestre do ano anterior (sem ajuste sazonal)2,20%10,10%1,10%2,00%4,10%1,80%0,40%
Acumulado em quatro trimestres / mesmo período do ano anterior (sem ajuste sazonal)3,20%5,80%2,40%2,90%8,30%3,40%1,00%
Valores correntes no 2º trimestre de 2025 (R$)3,2 trilhões239,1 bilhões638,0 bilhões1,9 trilhão532,9 bilhões2,0 trilhões583,9 bilhões
Taxa de Investimento (FBCF/PIB) no 2º trimestre de 2025 = 16,8%
Taxa de Poupança (POUP/PIB) no 2º trimestre de 2025 = 16,8%

Na ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 0,5%, beneficiado pelo aumento da massa salarial e do crédito. Por outro lado, os investimentos (FBCF) caíram 2,2%, e o consumo do governo recuou 0,6%.

No setor externo, as exportações cresceram 0,7% e as importações caíram 2,9% frente ao primeiro trimestre.

PIB cresce 2,2% em relação ao segundo trimestre de 2024

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o PIB cresceu 2,2%, com forte desempenho da Agropecuária (10,1%), que se beneficiou de safra robusta de milho, soja, arroz, algodão e café. A Indústria cresceu 1,1%, com destaque para as Indústrias Extrativas (8,7%), enquanto os Serviços subiram 2,0%.

O consumo das famílias teve alta de 1,8% nessa comparação, e os investimentos cresceram 4,1%, impulsionados pela importação de bens de capital e desenvolvimento de software.

Principais resultados do PIB a preços de mercado
do 2º Trimestre de 2024 ao 2º Trimestre de 2025
Taxas (%)2024.II2024.III2024.IV2025.I2025.II
Acumulado ao longo do ano / mesmo período do ano anterior33,33,42,92,5
Últimos quatro trimestres / quatro trimestres imediatamente anteriores2,73,13,43,53,2
Trimestre / mesmo trimestre do ano anterior 3,343,62,92,2
Trimestre / trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal)1,50,80,11,30,4
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais

PIB acumula alta de 3,2% em quatro trimestres

Nos quatro trimestres encerrados em junho, a economia brasileira acumula crescimento de 3,2%, reflexo das altas na Agropecuária (5,8%), Indústria (2,4%) e Serviços (2,9%). Entre os serviços, destacam-se os segmentos de informação e comunicação (6,8%) e atividades financeiras (3,3%).

A taxa de investimento foi de 16,8% do PIB, levemente acima dos 16,6% registrados um ano antes. A taxa de poupança também subiu, passando de 16,2% para 16,8%.

Semestre fecha com alta de 2,5%

No primeiro semestre de 2025, o PIB brasileiro cresceu 2,5% em relação ao mesmo período de 2024. O destaque continua sendo a Agropecuária (10,1%), seguida pela Indústria (1,7%) e pelos Serviços (2,0%).

As exportações cresceram 1,6% e as importações, 9,0% no acumulado do semestre.

Análise: crescimento moderado em cenário de incertezas

Apesar do crescimento positivo, os números do segundo trimestre apontam para uma desaceleração em relação ao ritmo observado no início do ano. O avanço de apenas 0,4% frente ao primeiro trimestre sugere que a economia brasileira enfrenta desafios para manter um crescimento mais robusto.

O recuo nos investimentos é um sinal de alerta, especialmente em um contexto de juros ainda elevados e incertezas no ambiente político e fiscal. A queda de 2,2% na Formação Bruta de Capital Fixo pode indicar cautela por parte do setor privado e redução no ritmo de obras públicas.

Por outro lado, o consumo das famílias segue firme, sustentado pelo mercado de trabalho aquecido e programas de transferência de renda. O bom desempenho das exportações e o crescimento contínuo dos serviços ajudam a sustentar a atividade econômica.

O cenário internacional, com desaceleração em grandes economias e oscilação nos preços de commodities, também impõe limites ao crescimento brasileiro. A manutenção da taxa de poupança em 16,8% é um dado positivo, mas ainda insuficiente para financiar investimentos de longo prazo sem dependência externa.

Ilustração da capa: PIB varia 0,4% no segundo semestre de 2025 – Imagem gerada por IA ChatGPT


Tags: PIB, economia brasileira, crescimento econômico, IBGE, segundo trimestre 2025, indústria, serviços, agropecuária, consumo das famílias, investimentos, exportações, poupança

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Uma resposta

  1. A desaceleração do PIB era a proposta do BC com a Selic chegando a 15%. Um absurdo.
    Agora , quero ver reverter este quadro.
    Seguramente vamos amargar um PIB desacelerado ou até negativo por um tempo.

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