Ofícios da Sesai enviados entre 2021 e 2022 mostram que o então presidente tinha conhecimento dos problemas na região
O governo de Jair Bolsonaro decidiu cortar o envio de alimentação aos indígenas yanomami propositalmente, mesmo tendo ciência dos problemas e dos pedidos de manutenção da entrega de alimentos às comunidades.
A revelação consta de ofícios encaminhados pela Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), ligada ao Ministério da Saúde, aos Ministérios da Justiça e Segurança Pública e da Cidadania entre junho de 2021 e março de 2022.
Segundo documentação obtida pelo articulista Carlos Madero, do portal UOL, o governo federal foi alertado pela Sesai pelo menos três vezes sobre a situação alimentar dos yanomami e o quanto a interrupção do fornecimento de alimentos afetaria as comunidades.
Vale lembrar que relatório elaborado pela ONG Missão Evangélica Caiuá no início deste ano revelou que a entrega de alimentos aos indígenas era praticamente inexistente – e que tal instituição recebeu R$ 872 milhões nos quatro anos de governo Bolsonaro.
A suspeita de genocídio yanomami é alvo de investigação da Polícia Federal a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O caso corre de forma sigilosa, sob responsabilidade da superintendência da PF em Roraima.
Matéria de GGN.
Foto: Dennison Berwick/survivalbrasil.org