O Brasil em Forma de Aquarela

translate

img20240711142907354

Por ANGELO CAVALCANTE*

O dia de hoje estremeceu o país!

Foram milhares e milhares de pessoas em todas as capitais, bem como em grandes cidades com um único grito e que combinou o já insuperável e libertário brado de “SEM ANISTIA” com denúncias e manifestações rasgadas contra este e que, de bem longe, já é o pior, mais pervertido e degenerado Congresso Nacional da muito acidentada história política brasileira.

A cidadania brasileira, todos vimos, deu o seu recado de forma democrática, com arte, poesia, política e muito compromisso com os destinos do Brasil considerando, sobretudo, as escancaradas manobras e ardis que o cínico e miúdo presidente da Câmara dos Deputados, o senhor Hugo Motta, vem fiando e enredando para livrar golpistas, criminosos e usurpadores do “08 de janeiro” e que, por muito pouco, não nos precipita – TODOS NÓS – em uma ditadura de fazer inveja aos golpistas de 1964.

Afinal, recordemos, “é preciso matar uns trinta mil”, porque “pelo voto, não se muda nada nesse país” e “vocês sabem que eu sou favorável à tortura” e “nordestino tem mesmo é que comer capim” e “vamos parar com esse MiMiMi… Porra!”.

Pois bem… Capitais como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Brasília e Belo Horizonte realizaram verdadeiros espetáculos políticos em favor da legalidade, da defesa da justiça e pela punição aos bandidos que ousaram romper com a frágil e ainda assim, muito importante democracia brasileira.

O que se infere desse processo é que, sob o viés político, os brasileiros encerram o ano com chave de ouro. Os eventos de hoje irão repercutir centralmente em todo o processo político do ano que vem.

Mais ainda… As ruas passam a ser “nortes” para um fazer político moderno, comum e, de fato, integrado com a população.

Sabem o que se viu no dia de hoje, além da peleja pelo prevalecimento da democracia? Então… Tratou-se de direitos, de investimentos em educação, na cultura, na saúde e em políticas habitacionais.

Nenhuma, mas nenhuma das lideranças e que se utilizaram dos microfones se tratou, se auto-elogiou, se auto-afirmou como “garanhão”, “pegador” ou “imbrochavel”!

Ao contrário, as falas, todas elas, foram respeitosas, porém específicas, direcionadas; foram enfáticas e do mesmo modo delicadas; foram enérgicas e sempre sensíveis e condicionadas ao imperativo de mantermos o sonho de um país possível, justo e igualitário sempre vivo, aceso e intenso.

Repara que nenhum pastor fundamentalista tomou voz para discursos fanatizados, supersticiosos e teratologicos; o candomblé ou a macumba não foram atacados e satanizados; o MST não foi tratado como movimento terrorista e; a comunidade LGBT não fora responsabilizada pelo “fim da família”.

Isso foi o dia de hoje, além de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Lenine, Chico César e mais um sem-número de artistas maravilhosos e que cuidam do Brasil e do povo brasileiro.

Por fim, o “boom” de dignidade popular e que explodiu das ruas brasileiras marca, nos marca o início político de 2026.

Agora, não tem jeito, o caminho é intensificar a luta, seguir impondo derrotas políticas e simbólicas sistematizadas para a direita e sua malta de reacionários para, ao fim, afirmar a cidadania brasileira como sujeito ativo e operante na construção do seu destino.

O dia de hoje não terminará!

Não terminará!


*Angelo Cavalcante é economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Itumbiara.

E-mail : angelo.cavalcante@ueg.br

Foto de capa: © Mário Agra/Câmara dos Deputados

Receba as novidades no seu email

* indica obrigatório

Intuit Mailchimp

Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia..

Gostou do texto? Tem críticas, correções ou complementações a fazer? Quer elogiar?

Deixe aqui o seu comentário.

Os comentários não representam a opinião da RED. A responsabilidade é do comentador.

Uma resposta

  1. Não podemos nos acomodar, a luta será ainda mais árdua em 2026.
    A vergonha do congresso bandido dura só alguns dias. Podemos nos preparar para manifestações frequentes no ano que vem. .

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress

Gostou do Conteúdo?

Considere apoiar o trabalho da RED para que possamos continuar produzindo

Toda ajuda é bem vinda! Faça uma contribuição única ou doe um valor mensalmente

Informação, Análise e Diálogo no Campo Democrático

Faça Parte do Nosso Grupo de Whatsapp

Fique por dentro das notícias e do debate democrático