Por ANGELO CAVALCANTE*
O dia de hoje estremeceu o país!
Foram milhares e milhares de pessoas em todas as capitais, bem como em grandes cidades com um único grito e que combinou o já insuperável e libertário brado de “SEM ANISTIA” com denúncias e manifestações rasgadas contra este e que, de bem longe, já é o pior, mais pervertido e degenerado Congresso Nacional da muito acidentada história política brasileira.
A cidadania brasileira, todos vimos, deu o seu recado de forma democrática, com arte, poesia, política e muito compromisso com os destinos do Brasil considerando, sobretudo, as escancaradas manobras e ardis que o cínico e miúdo presidente da Câmara dos Deputados, o senhor Hugo Motta, vem fiando e enredando para livrar golpistas, criminosos e usurpadores do “08 de janeiro” e que, por muito pouco, não nos precipita – TODOS NÓS – em uma ditadura de fazer inveja aos golpistas de 1964.
Afinal, recordemos, “é preciso matar uns trinta mil”, porque “pelo voto, não se muda nada nesse país” e “vocês sabem que eu sou favorável à tortura” e “nordestino tem mesmo é que comer capim” e “vamos parar com esse MiMiMi… Porra!”.
Pois bem… Capitais como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Brasília e Belo Horizonte realizaram verdadeiros espetáculos políticos em favor da legalidade, da defesa da justiça e pela punição aos bandidos que ousaram romper com a frágil e ainda assim, muito importante democracia brasileira.
O que se infere desse processo é que, sob o viés político, os brasileiros encerram o ano com chave de ouro. Os eventos de hoje irão repercutir centralmente em todo o processo político do ano que vem.
Mais ainda… As ruas passam a ser “nortes” para um fazer político moderno, comum e, de fato, integrado com a população.
Sabem o que se viu no dia de hoje, além da peleja pelo prevalecimento da democracia? Então… Tratou-se de direitos, de investimentos em educação, na cultura, na saúde e em políticas habitacionais.
Nenhuma, mas nenhuma das lideranças e que se utilizaram dos microfones se tratou, se auto-elogiou, se auto-afirmou como “garanhão”, “pegador” ou “imbrochavel”!
Ao contrário, as falas, todas elas, foram respeitosas, porém específicas, direcionadas; foram enfáticas e do mesmo modo delicadas; foram enérgicas e sempre sensíveis e condicionadas ao imperativo de mantermos o sonho de um país possível, justo e igualitário sempre vivo, aceso e intenso.
Repara que nenhum pastor fundamentalista tomou voz para discursos fanatizados, supersticiosos e teratologicos; o candomblé ou a macumba não foram atacados e satanizados; o MST não foi tratado como movimento terrorista e; a comunidade LGBT não fora responsabilizada pelo “fim da família”.
Isso foi o dia de hoje, além de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Lenine, Chico César e mais um sem-número de artistas maravilhosos e que cuidam do Brasil e do povo brasileiro.
Por fim, o “boom” de dignidade popular e que explodiu das ruas brasileiras marca, nos marca o início político de 2026.
Agora, não tem jeito, o caminho é intensificar a luta, seguir impondo derrotas políticas e simbólicas sistematizadas para a direita e sua malta de reacionários para, ao fim, afirmar a cidadania brasileira como sujeito ativo e operante na construção do seu destino.
O dia de hoje não terminará!
Não terminará!
*Angelo Cavalcante é economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Itumbiara.
E-mail : angelo.cavalcante@ueg.br
Foto de capa: © Mário Agra/Câmara dos Deputados





Uma resposta
Não podemos nos acomodar, a luta será ainda mais árdua em 2026.
A vergonha do congresso bandido dura só alguns dias. Podemos nos preparar para manifestações frequentes no ano que vem. .