Em seu novo livro, Breno Serafini faz uma análise das crônicas de Gregório Duvivier durante o governo Bolsonaro (2019-2022), justapondo o humor cáustico do cronista com a realidade dos acontecimentos da época
O escritor Breno Serafini lança Humor em tempos de cólera: a crônica de Gregório Duvivier e o desgoverno Bolsonaro (Editora Parangolé, 2025, 248 páginas). O livro apresenta uma análise das crônicas de Gregório Duvivier escritas no jornal Folha de São Paulo durante o período do Governo Bolsonaro, de 2019 a 2022, tendo como pano de fundo as notícias da grande mídia brasileira, particularmente as publicações impressas, mas não só.
No dia 02 de outubro (quinta-feira), às 16h, Breno Serafini recebe Gregório Duvivier e Claudia Tajes para o bate-papo Humor em tempos de cólera, com participação do caricaturista Moa, no Átrio do Centro Histórico Cultural Santa Casa (Av. Independência, 75 – Porto Alegre-RS). Ingresso: 1 kg de alimento não perecível. Na sequência, acontece uma sessão de autógrafos.
A obra coteja as informações apontadas nos textos, sempre permeadas pelo humor cáustico do cronista, com a realidade dos acontecimentos. Como um Stanislaw Ponte Preta do terceiro milênio, Gregório comenta os fatos da política cotidiana, os quais compõem um novo Febeapá, o Festival Bolsonarista que Assolou o País, cujos eventos muitas vezes superam o real e adentram na ficção, misturando um ao outro.
Na orelha, o professor de Literatura Brasileira (UFRGS) Antonio M. V. Sanseverino destaca que com a leitura do livro temos a sensação de revisitar nossa história recente: “Como é possível rir diante de uma realidade tão melancólica? Lidas em conjunto, com o olhar atento de Breno, as crônicas de Duvivier ganham densidade: intensificam o estranhamento e provocam o riso — que, como disse Benjamin, em O autor como produtor, ao falar do teatro épico de Bertolt Brecht, é um ótimo ponto de partida para o pensamento”.
Vale ainda destacar a capa do livro. A pintura escolhida é emblemática: A parábola dos cegos, de Bruegel. Narrativamente, da esquerda para a direita, vemos um primeiro cego com feições tranquilas. Mas logo percebemos que ele está prestes a cair num buraco — e leva os outros com ele. Um cego guiando outros cegos. Há humor na imagem, sim, mas também muito desconsolo diante da condição de quem não vê — e ainda assim guia.
Sobre o livro, publicação devidamente autorizada pelo próprio cronista, Duvivier afirma:
“Nunca sofri tamanha homenagem quanto este livro que você tem em mãos. Digo “sofri” porque acho que aqui a honra se mistura com a dúvida, e com a dívida: será que mereço um olhar tão carinhoso? Certamente não. Ao mesmo tempo, fico feliz em nome da minha categoria. Raramente perde-se tempo conosco. E acho que o humor é a tecnologia de ponta desse país, junto com a música, a farra, e outras atividades mal remuneradas, quando remuneradas. E raramente pensam sobre elas, apesar do impacto gigante que têm”.
Com este livro, Breno completa sua trilogia iniciada porMillôres dias virão (Libretos, 2013) e Colloríssimo: a coroação e o destronamento de Collor segundo Verissimo, (AGE, 2016). Os títulospodem ser adquiridos no site www.editoraparangole.com.br.
Breno Camargo Serafini, nascido em Santiago-RS, em 14 de março de 1961, reside na capital gaúcha desde 1969. Doutor em Letras pela UFRGS, desenvolve pesquisa sobre a temática humor & ideologia. Ex-professor de língua portuguesa e literatura da rede privada de Porto Alegre, é revisor concursado do Estado do Rio Grande do Sul. Atuou na Fundação de Economia e Estatística e atualmente trabalha na Assessoria de Comunicação da Polícia Penal, vinculada à Secretaria de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo (SJSPS).
É autor dos livros Mosaico Laico (poesia – CBJE, 2010), Geração Pixel (poesia – Edições do Autor, 2012), Millôres Dias Virão (ensaio – Libretos, 2013), Picassos Falsos (crônicas – Buqui, 2014), Bichos de Todos os Reinos (poesia infantil – Edições do Autor, 2015 – ilustrado por Moa); Colloríssimo – a coroação e o destronamento de Collor segundo Verissimo (ensaio – AGE, 2016); e POAlaroides urbanas – uma ode visupoética a Porto Alegre (fotografia & texto, Editora Parangolé, 2022) – lançado juntamente com uma exposição do mesmo nome. Mantém as páginas @poalaroides e @brenoserafini no Instagram e Breno Serafini no Facebook, com publicações diárias de arte urbana, majoritariamente graffitis.
Serviço:
Bate-papo e sessão de autógrafos Humor em tempos de cólera, com Gregório Duvivier, Claudia Tajes e Breno Serafini e o caricaturista do evento Moa.
Dia 02 de outubro, às 16 horas
Átrio do Centro Histórico Cultural Santa Casa (Av. Independência, 75 – Porto Alegre-RS) Ingresso 1 kg de alimento não perecível
Imagem: Divulgação




