Morre aos 85 anos Nélida Piñon, primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras

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Escritora é uma das brasileiras mais lidas e premiadas no exterior e ajudou a difundir nomes como Machado de Assis.

Morreu neste sábado (17) em Lisboa a escritora Nélida Piñon, aos 85 anos, de causas não informadas. Em 1990, a brasileira ocupou a 30ª cadeira da Academia Brasileira de Letras (ABL) e, seis anos depois, tornou-se a primeira mulher a integrar a ABL.

Nascida em 1937 no Rio de Janeiro e um dos nomes da literatura brasileira mais conhecidos no exterior, Piñon ajudou a difundir escritores do país em palestras e aulas ao redor do mundo, entre eles Machado de Assis.

Foi a primeira mulher a levar e o prêmio Juan Rulfo de Literatura Latino-Americana e do Caribe e tem mais de 20 livros publicados. Seus romances, contos, ensaios, discursos, crônicas e memórias foram traduzidos em mais de 30 países.

Durante o auge da pandemia, fez críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL). “Ter um governante que não se dá conta do peso da pandemia e do que está acontecendo no mundo é uma enorme tristeza”, disse em entrevista ao El País.

Obras e prêmios

No seu livro de estreia, “Guia-mapa de Gabriel Arcanjo”, de 1961, os protagonistas do romance refletem sobre a relação com Deus e a buscar liberdade longe dos dogmas cristãos.

Em 2019, lançou “Uma Furtiva Lágrima”, uma reunião de memórias e reflexões sobre a mortalidade escrita após ser diagnosticada com um câncer que lhe daria poucos meses de vida. Pouco depois, descobriu que o diagnóstico era equivocado, mas prosseguiu com a obra.

Em 1972, lançou “A Casa da Paixão”, considerado um de seus melhores e mais conhecidos romances, que venceu o Prêmio Mário de Andrade. Entre as premiações acumuladas por Piñon, estão ainda o Bienal Nestlé e o Prêmio Ficção Pen Clube, por “A República dos Sonhos”.


Matéria publicada originalmente em Brasil de Fato.

Foto – Fernando Frazão/Agência Brasil.

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