Mais uma vida negra interrompida pela violência de seguranças de supermercado

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Um segurança do Supermercado Loyola, de Santo André, assassinou a tiros o artista negro Felipe Morais de Oliveira, de 29 anos, para impedí-lo de entrar na loja com o seu cachorro de estimação. O crime ocorreu na manhã de terça-feira (26/08). O assassino foi preso, porém, seu nome está sendo protegido pelo anonimato que viola o princípio básico do direito à informação. Nesta sexta-feira (29/08), às 18h, em frente ao supermercado, na Praça dos Carijós, em Santo André, haverá manifestação “Justiça por Felipe”, em protesto pelo crime.

Felipe saiu de casa por volta das 7h50 da manhã para comprar pão no supermercado que fica na Avenida Aclimação, bairro Jardim do Estádio. Estava acompanhado por seu cão de estimação. Sua entrada foi barrada pelo segurança, segundo consta, apenas porque estava com o animal. Na rápida discussão que teria havido “entra” “não entra”, o segurança sacou da arma e fez o disparo.

Na manifestação marcada para esta sexta, ativistas dos direitos humanos e do movimento negro  de S. Paulo e do ABC, militantes da Unidade Popular (UP) e amigos de Felipe exigirão que o assassino continue preso (está em prisão provisória) e que a rede de supermercados seja responsabilizada civilmente pelo crime ocorrido nas dependências da loja.

Felipe é mais um negro morto por seguranças a serviço de grandes redes de supermercados. Há cerca de 5 anos, seguranças do Carrefour assassinaram o soldador João Alberto Silvleira Freitas na loja do bairro Passo D’Areia, de Porto Alegre. O assassinato do soldador gerou uma onda de protesto e revolta porque aconteceu no dia 19 de novembro, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, somente 6 meses depois do assassinato de George Floyd pela Polícia de Minneapolis, Estado de Minnesota,nos EUA.

O QUE ACONTECEU

Segundo contam amigos do artista morto, mesmo ferido, ele teria tentado amarrar o cão em um poste e buscado ajuda em uma farmácia próxima, mas não resistiu. Quando as equipes de socorro chegaram o encontraram inconsciente. Não houve tempo para que fosse levado ao hospital. Felipe era artista visual, músico, artesão, percussionista e capoeirista e bastante conhecido na comunidade. “Reivindicamos o direito à narrativa verdadeira. Exigimos justiça por nosso irmão, companheiro, amigo e filho da periferia”, acrescenta a Nota divulgada.

Segundo amigos de Felipe o supermercado teria retirado câmeras de segurança após o ocorrido. Até o momento, a empresa não se manifestou sobre o caso.


Publicado originalmente em Afropress.

Foto de capa: Reprodução

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