Mais profundo do que aparenta

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Por ANGELO CAVALCANTE*

Patriotismo sem sinceridade e estratégia é tão somente, discurso; soberania sem planejamento amplo e sensível é retórica barata como nação sem povo coeso e integrado e que a faça no cotidiano da vida é mero impressionismo.

A taxação que Donald Trump pretende impor ao Brasil é algo que, por suas condições, desmantela, arrasa com a economia brasileira.

Não é exagero… Isto, de fato, gera uma quebradeira dos diabos!

É importante a recordação de que estamos a tratar da principal potência econômica da história… Em tamanho, abrangência, força e capacidade de influência não há similar ou paralelo e que se compare com os Estados Unidos.

Não é correto, sensato ou prudente desmerecer desse leviatã!

Em que pese as prioridades brasileiras, a afirmação da autonomia de nossas instituições e a inaceitabilidade de qualquer sorte de ingerência nos rumos do governo brasileiro, urge retirar a economia brasileira dessa crise.

Aliás, crise inventada, fabricada, produzida… Intencional e odiosamente produzida!

O efetivo fim do comércio com os Estados Unidos e que movimenta para mais de cinquenta bilhões de dólares ao ano entre os dois países desmantela, tanto da parte brasileira como dos Estados Unidos, imensas e largas cadeias de produção e de comércio.

Não foi por acaso que a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham/Brasil) tomou a si essa grave questão e demonstrou que, de pronto e de imediato, 6.500 empresas americanas terão suas atividades diretamente comprometidas com o tarifaço do senhor Trump.

Isso implica, ora, ora… Na demissão de milhares de trabalhadores, na dispensa de fornecedores, na inadimplência com tributos e contratos e na desativação enfim, de atividades e processos econômicos para áreas e regiões inteiras.

Do lado brasileiro, o sul/sudeste “maravilha” é atingido de frente!

O importante setor citricola e que, pelo menos, abastece todo o mercado americano, aliás, cerca de setenta por cento das laranjas espremidas e consumidas no mundo saem do Brasil.

Tem mais… O setor coureiro, calçadista e metal-mecânico terá enormes prejuízos.

Por fim, uma outra acomodação econômica leva tempo, exige prazos e novos acordos… As coisas não são tão simples e automáticas como se pensa. Enquanto as canetas do poder não correm sobre garbosas escrivaninhas de madeira-de-lei, a agonia do desemprego e do desamparo irá invadir a casa e a vida de milhares de trabalhadores daqui e das planícies norte-americanas.

A pequena e miúda sugestão que esse analista do fim-do-mundo propõe é que o governo brasileiro negocie bem e até o fim em favor do trabalho, dos empregos e da economia brasileira.


*Angelo Cavalcante_ – Economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Itumbiara.

Foto de capa: IA

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Respostas de 3

  1. Exatamente! Discursos e arroubos patrióticos servem apenas aos interesses políticos. Precisa-se de negociadores objetivos e desarmados para resolver os impasses.

  2. Sim, eu concordo totalmente com a análise. Mas temos que construir formas urgentes para consolidar a nossa soberania com um Novo Plano Nacional de Desenvolvimento, no intuito de reduzir a dependência estratégica nos pontos sensíveis da nossas “cadeia de valores”, como está hoje. Não em só em relação aos EUA.

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