Lula lidera presidenciabilidade e Bolsonaro mantém hegemonia simbólica na direita, aponta IPESPE

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Presidenciabilidade

Da REDAÇÃO

A mais recente edição da pesquisa Pulso Brasil do IPESPE, realizada entre os dias 19 e 22 de setembro de 2025, revela um cenário de intensificação da polarização e resistência das bases do bolsonarismo, mesmo diante da inelegibilidade e das condenações do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Entre os onze nomes testados, Lula é o único com saldo positivo na avaliação de presidenciabilidade — isto é, a diferença entre os que o consideram um bom presidente e os que não o consideram. Seu percentual cresceu de 39% em maio para 47% em setembro. Apenas 50% o consideram um mau presidente, resultado que lhe garante o menor saldo negativo (-3 pontos) entre os nomes apresentados.

A pergunta utilizada na pesquisa foi direta e compreensível:
“No próximo ano teremos novamente eleição para presidente. Independentemente do seu voto, o(a) Sr(a) acha que cada um desses nomes que vou ler seria ou não seria um(a) bom(a) presidente para o Brasil, ou não conhece o suficiente para opinar?”

Esse indicador, denominado “presidenciabilidade”, é reconhecido como uma métrica sintética que condensa atributos como competência, preparo, integridade e capacidade de articulação.

Já no indicador de presidenciabilidade, Bolsonaro alcança apenas 35% de avaliação positiva — uma queda em relação à sua presença simbólica na direita. Sua rejeição, por outro lado, chega a 62%, resultando em um dos piores saldos entre os nomes testados.

Outros nomes da direita, como Tarcísio de Freitas (13%), Romeu Zema, Ratinho Jr. e Ronaldo Caiado, aparecem muito atrás, e em situação de menor conhecimento e aceitação nacional. A avaliação de que Tarcísio “seria um bom presidente” é de 33%, mas 50% rejeitam seu nome — mantendo um saldo negativo de 17 pontos. Romeu Zema e Ratinho Jr., apesar da visibilidade regional, seguem com altos índices de desconhecimento ou rejeição nacional.

Do campo progressista, Fernando Haddad registra 32% de avaliação positiva e 54% negativa — um saldo semelhante ao de Tarcísio, mas com perfil de rejeição mais concentrado entre eleitores de direita.

A segmentação por renda e por posição ideológica dos entrevistados revela a profundidade da polarização:

Avaliação por faixa de renda – “Seria um bom presidente” (%)

NomePobres (40%)Classe Média (55%)Ricos (2%)NS/NR (4%)
Lula51%50%46%42%
Tarcísio de Freitas27%37%46%43%
Fernando Haddad27%37%46%26%
Jair Bolsonaro32%29%38%42%

Lula lidera entre os mais pobres e mantém desempenho relevante entre a classe média e até entre os mais ricos. Tarcísio e Bolsonaro têm melhor performance no topo da pirâmide.

Avaliação por posição ideológica – “Seria um bom presidente” (%)

NomeEsquerda (28%)Centro (18%)Direita (33%)NS/NR (21%)
Lula93%50%11%54%
Tarcísio de Freitas4%38%64%20%
Fernando Haddad69%32%4%28%
Jair Bolsonaro1%16%72%19%

Identificação da principal liderança da direita no Brasil

Jair Bolsonaro segue como o principal nome da direita, mesmo fora da disputa. Ele é considerado o principal representante dos valores e do pensamento da direita por 45% dos brasileiros — e por 63% dos que se identificam como eleitores de direita. Esse número, praticamente estável desde julho, revela o enraizamento simbólico do bolsonarismo no campo conservador.

PERGUNTA: Na sua opinião, qual desses nomes é o principal representante dos valores e do pensamento da Direita no Brasil? (Menção estimulada)

A permanência de Bolsonaro como nome central da direita, mesmo inelegível, revela a incapacidade de setores conservadores em renovar seu campo político com figuras democráticas e menos polarizadoras. O bolsonarismo não é apenas um projeto de poder: é uma gramática simbólica que ancora identidades e molda horizontes políticos. Superá-lo exigirá mais do que articulações eleitorais — será preciso enfrentar seu núcleo autoritário e construir alternativas enraizadas na democracia, na justiça social e na soberania nacional.

O estudo ouviu 2.500 pessoas em todas as regiões do país, com método híbrido (CATI e online) e margem de erro de 2 pontos percentuais. A amostra foi estratificada por sexo, idade, instrução, renda e localidade, garantindo representatividade nacional.

Ilustração da capa: Presidenciabilidade – Imagem gerada por IA ChatGPT


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