Da REDAÇÃO
Em meio à crise diplomática provocada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e quatro líderes latino-americanos e europeus divulgaram neste domingo (20) um manifesto conjunto em defesa da democracia e contra discursos autoritários. O texto, publicado pela Folha de S. Paulo, antecede a Reunião de Alto Nível “Democracia Sempre”, que ocorre nesta segunda-feira, em Santiago, no Chile.
O documento é assinado por Lula, Gabriel Boric (Chile), Pedro Sánchez (Espanha), Yamandú Orsi (Uruguai) e Gustavo Petro (Colômbia). Sem citar diretamente Trump, o manifesto faz referência aos ataques às instituições, à proliferação de desinformação nas redes sociais e aos discursos de ódio nas plataformas digitais — temas centrais na recente tensão entre o Brasil e os Estados Unidos, agravada após o governo Trump anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
“Não cabe o imobilismo nem o medo. Defendemos a esperança”, afirma o texto, apontando a necessidade de reformas estruturais para enfrentar desigualdades, proteger os direitos humanos e promover o desenvolvimento sustentável. Os líderes reforçam a defesa da sociedade civil como pilar essencial na preservação da democracia.
A iniciativa fortalece o papel de Lula como articulador internacional em defesa da ordem democrática, posicionando-o à frente de uma aliança informal entre América Latina e Europa contra retrocessos autoritários. Segundo o Planalto, o manifesto dá continuidade aos esforços de cooperação internacional iniciados na Assembleia Geral da ONU, em 2023, quando Lula e Sánchez propuseram o pacto global em defesa da democracia.
A reunião desta segunda-feira, em Santiago, reunirá chefes de Estado, representantes da sociedade civil, pesquisadores e organizações não governamentais para debater respostas coordenadas ao avanço do extremismo político, da desigualdade social e da polarização mundial.
Embora o governo brasileiro evite ataques diretos, o documento é interpretado nos bastidores como uma resposta estratégica ao governo Trump, especialmente diante das críticas feitas à proposta brasileira de regulamentação das chamadas big techs, consideradas pelo presidente norte-americano como ameaça à liberdade de expressão.
“Defender a democracia nestes tempos difíceis não é apenas resistir e proteger, mas propor e seguir avançando. Essa é a tarefa urgente do nosso tempo”, conclui o manifesto.
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Lula, democracia, Donald Trump, crise diplomática, big techs, manifesto internacional, Gabriel Boric, Pedro Sánchez, Gustavo Petro, Yamandú Orsi, polarização política, direitos humanos, desenvolvimento sustentável
Ilustração da capa: IA ChatGPT sobre fotos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Gabriel Boric (Chile), Yamandú Orsi (Uruguai) e Gustavo Petro (Colômbia) e o primeiro ministro , Pedro Sánchez (Espanha).





Respostas de 2
Um ótimo texto , está na hora de nós unirmos contra qq ameassa ao nosso País e a nossa Democracia.
Parabéns a folha e aos representantes de todos os Países.
O homem cri e destrói. Vamos salvar o mundo cuidando da natureza, olhem as consequencias que estão aí. Saúde e paz.
josepaulodarosa@yahoo.com.br