Lula em Roma: destaque para a saída do Brasil do Mapa da Fome e encontro histórico com o Papa Leão XIV

Em Roma nesta segunda-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou compromissos com a segurança alimentar global e com a justiça social durante sua participação no Fórum Mundial da Alimentação da FAO, e em audiência privada com o papa Leão XIV. Os episódios declararam o tom da agenda internacional brasileira: da afirmação de conquistas sociais ao convite para fortalecimento de causas globais.

Saída do Brasil do Mapa da Fome e orçamento com foco nos mais pobres

Durante evento no âmbito da FAO, Lula celebrou que o Brasil foi retirado pela segunda vez do Mapa da Fome, conforme relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura — um marco simbólico e político de seus mandatos.

“Em dois anos e meio, tiramos pela segunda vez o Brasil do Mapa da Fome e, agora, estamos levando este debate para o mundo por meio da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.”

Lula aproveitou para criticar governos que negligenciam programas sociais e destacou a necessidade de incluir a população mais vulnerável no planejamento orçamentário:

“Governos precisam incluir pobres no orçamento”, disse em Roma, reafirmando que o combate à insegurança alimentar e à desigualdade deve estar no centro da ação estatal.

Esses posicionamentos dialogam com a estratégia diplomática brasileira de ressaltar sua liderança no combate à fome — como na criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza — e aumentar o protagonismo do país nos fóruns multilaterais.

Primeiro encontro entre Lula e Papa Leão XIV

No Vaticano, Lula foi recebido em audiência privada de cerca de 30 minutos pelo papa Leão XIV, na Biblioteca do Palácio Apostólico. A conversa abordou temas como religião, fé, as desigualdades sociais no Brasil e os desafios globais contemporâneos.

O presidente felicitou o Pontífice pela Exortação Apostólica “Dilexi Te”, que, segundo Lula, reafirma que não se pode separar fé do compromisso com os mais pobres. Ele afirmou que o documento precisa ser “lido e praticado por todos”.

Lula lembrou ainda sua proximidade com lideranças católicas brasileiras emblemáticas, como Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Hélder Câmara, Dom Luciano Mendes de Almeida, Pedro Casaldáliga e o presidente da CNBB, Dom Jaime Spengler.

No encontro, ele reforçou o convite ao papa para a COP30, que será realizada em Belém (PA) em novembro, e mencionou o interesse do Vaticano em enviar representantes ao evento, já que o papa disse não poder comparecer pessoalmente por conta das celebrações do Jubileu.

“Ficamos muito felizes em saber que Sua Santidade pretende visitar o Brasil no momento oportuno. Será muito bem recebido”, escreveu o presidente em postagem nas redes sociais.

Estiveram presentes no encontro Lula, a primeira-dama Janja, além dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil), entre outras autoridades.

Imagem destacada: Ricardo Stuckert/PR