(edição especial atrasada, mas tão surreal que continua atual)
1. A PEC da Blindagem
No Brasil, ladrão de galinha pega 10 anos. Já o deputado que assalta a pátria inteira ganha uma “PEC de blindagem”, com capa de invisibilidade e tudo. É como se Hogwarts tivesse feito intercâmbio em Brasília. O povo protesta, mas no Congresso o único som ouvido é o tilintar das taças de espumante na festa da impunidade.
2. Movimento Reaja Brasil
Bolsonaristas inventaram o “Reaja Brasil”, um clube de anistia e chororô. Eles querem soltar presos, derrubar Lula e ainda dar cartão vermelho pro Alexandre de Moraes. É basicamente a torcida organizada da Seleção Sub-17 da Democracia: muito grito, pouca bola.
3. Conspirações Made in Bolsonaro
Enquanto a NASA caça vida em Marte, Bolsonaro ainda caça comunistas em Niterói. Agora a moda é dizer que o “globalismo” quer transformar o Brasil em filial do Starbucks woke. O que sobra? Teoria conspiratória em escala industrial, vendida a R$ 29,90 no grupo de zap da família.
4. Crise Brasil x EUA
Foi Donald Trump, presidente dos EUA, quem taxou os produtos brasileiros. O homem conseguiu transformar o comércio internacional em um reality show de quinta. O Brasil respondeu taxando amendoim e cranberry, numa guerra comercial que parece briga de vizinhos discutindo quem roubou a mangueira do jardim.
5. Alimento com tempero de hediondo
A Câmara quer transformar adulteração de alimentos em crime hediondo. Ótimo. Agora, cada vez que você comer um pãozinho com gosto de isopor, poderá ligar para a Polícia Federal. A indústria alimentícia já prepara a defesa: “Excelência, era só fermento vencido, não tentativa de homicídio”.
6. O Brasil Separatista
Bolsonaristas do Sul querem separar o Brasil. Afinal, encarar os problemas de frente dá trabalho — e eles preferem a solução preguiçosa de fundar um novo país. O projeto é tão sério que já pensam na moeda oficial, o “Real do Bem”, e na capital: um grande condomínio fechado em Balneário Camboriú.
7. Telegram do Ódio
Enquanto você manda figurinhas fofas no WhatsApp, no Telegram a galera radical anda organizando sua própria Idade das Trevas. São fóruns de ódio, anti-woke, revisionistas históricos e defensores de que “Hitler só errou na execução do plano”. É tipo Orkut raiz, só que com neonazista no lugar de comunidade “Eu amo pão de queijo”.
8. O decifrador da extrema-direita
No meio do caos, surge Odilon Caldeira Neto, historiador especialista em neofascismo. Autor de Neofascism and the Far Right in Brazil (2025) e coautor de O Fascismo em Camisas Verdes (2020), ele estuda o bolsonarismo como quem observa uma colônia de cupins: sempre cresce, sempre incomoda e ninguém sabe ao certo como exterminar. O problema é que os cupins ainda elegem vereadores, deputados e senadores.
9. Terrorismo parlamentar
Congresso virou ringue, e insultos são armas de campanha. Xingar adversário virou “debate democrático” — desde que o xingo seja calibrado para viralizar. A nova oratória é simples: mais palavrão, mais like.
10. Partidos startup
Enquanto partidos tentam se reinventar para 2026, surgem siglas “de direita raiz” com nomes esquisitos tipo “Pátria Forte”, “Brasil Desperto” e “Sociedade Patriótica”. É marketing bolsonarista em regime de startup: muito pitch, pouco projeto.
11. Mídia comunitária bolsonarista
Rádios de bairro, blogs rurais e jornais de esquina começam a replicar narrativas extremistas. O “furo jornalístico” agora vem em caixa de isopor, direto do zap. A verdade virou cortesia de patrocinador fantasma.
12. Paz em Gaza, versão 171
Israel apresentou uma “proposta de paz” para Gaza que mantém a ocupação militar. É tipo o ladrão devolver sua carteira, mas continuar morando na sua casa. Chama-se “paz com grilagem”: você pode até plantar flores na sacada, desde que peça autorização ao soldado na portaria.
13. O grupo Arimateia: o marketing da fé
O pastor Silas Malafaia não brinca em serviço: seu grupo Arimateia é basicamente a Cambridge Analytica do Senhor. Transformaram templos, redes sociais e até grupos de oração em cabos eleitorais. Controlam cadastros de fiéis, inclusive títulos de eleitor, como quem atualiza planilha de Excel. A Universal diz ter 7 milhões de seguidores. Sete milhões de votos. Ou, como preferem chamar: o verdadeiro partido de Deus.
O que é o Surrealômetro do Dia
O Surrealômetro mede o nível de delírio político da extrema-direita no noticiário, numa escala de 0 a 5 Gados de Ouro 🐂.
👉 Quanto mais gado, mais bizarro, insano e digno de virar meme histórico.
📊 Surrealômetro do Dia – 03/10/2025
- Trump e a guerra do amendoim: 🐂🐂🐂🐂🐂
- Separatismo em Balneário Camboriú: 🐂🐂🐂🐂
- Paz em Gaza versão 171: 🐂🐂🐂🐂🐂
- Grupo Arimateia, o call center de Deus: 🐂🐂🐂🐂🐂
- Bolsonaro e o globalismo de Niterói: 🐂🐂🐂🐂
- PEC da Blindagem versão Hogwarts: 🐂🐂🐂🐂🐂
- Telegram neonazista raiz: 🐂🐂🐂🐂
🏆 Média do Dia: 4,6 Gados de Ouro 🐂
A extrema-direita entregou um festival completo: Trump brigando com frutas secas, separatistas planejando condomínio-country, Malafaia jogando Excel ungido e Israel reinventando a paz como “invasão com contrato”. Um dia digno de stand-up político com final de tragédia grega.
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Jornal do Mundo Surreal, Donald Trump, crise Brasil EUA, PEC da blindagem, separatismo bolsonarista, Silas Malafaia, grupo Arimateia, Gaza, Surrealômetro do Dia




