Por CASTIGAT RIDENS*
Na Avenida Paulista, no 7 de setembro de 2025, o que brilhou não foi o verde e amarelo, mas uma bandeira colossal dos Estados Unidos. A cena parecia mais saída de um 4 de Julho mal localizado do que de um Dia da Independência brasileiro. E não foi um acidente isolado: em todos os estados, pipocaram bandeirinhas americanas, como se o verdadeiro patriotismo fosse terceirizado ao Tio Sam.

A bronca de Malafaia e o aplauso do clã
Silas Malafaia, sempre zeloso guardião da liturgia bolsonarista, ficou indignado: classificou a cena como “absurda” e prometeu proibir bandeiras dos EUA nos próximos atos. Chegou a insinuar sabotagem da esquerda — um truque narrativo tão velho quanto previsível. Já Eduardo Bolsonaro correu para o aplauso: exaltou a bandeira estrangeira e, claro, o presidente Donald Trump. É o velho jogo de pai orgulhoso e filho obediente, só que com a pátria em segundo plano.
Continências, hambúrgueres e constrangimentos
Não se trata de um deslize pontual. O próprio Jair Bolsonaro já havia dado mostras dessa devoção: ainda como candidato, prestou continência a uma bandeira americana em Miami, em gesto simbólico de submissão. Mais tarde, já presidente, tentou emplacar o filho Eduardo como embaixador em Washington — justificando a escolha porque o rapaz havia fritado hambúrguer nos “Steites”. O nepotismo serviu de tempero para a idolatria.
E como esquecer o episódio internacional em que, durante a Cúpula da Amazônia em Letícia, em 2019, Bolsonaro sugeriu ao então vice-presidente dos EUA, Mike Pence, uma parceria para explorar a floresta amazônica? O vice, atônito, esboçou uma risada amarela e saiu discretamente de cena, deixando Jair sozinho em seu devaneio diplomático. Uma metáfora perfeita: a piada correu o mundo, e o Brasil ficou com a vergonha.
O nacionalismo de joelhos
No 7 de Setembro de 2025, o que deveria ser o palco do orgulho nacional transformou-se em desfile de dependência. A bandeirona dos EUA na Paulista é apenas a versão ampliada de uma velha contradição: gritam “Brasil acima de tudo”, mas só se sentem grandes à sombra da águia americana. Nacionalismo de joelhos, patriotismo terceirizado.
O patriotismo que cultiva colônia
Se a independência brasileira precisa ser comemorada com símbolos estrangeiros, então já não é independência, mas confissão pública de subordinação. O que se viu na Paulista foi menos uma festa cívica e mais uma procissão de devoção colonial. Comemorar a independência nacional com continências e convites serve apenas para sublinhar o luto político pela própria dignidade.
*Castigat Ridens é um pseudônimo criado a partir da expressão latina “Castigat ridendo mores”, que significa “corrige os costumes rindo” ou “critica a sociedade pelo riso”, muito usada no contexto da comédia como instrumento de crítica social.
Foto da capa: Bandeirão dos EUA na manifestação bolsonarista no 7 de Setembro de 2025 na Avenida Paulista – Redes Sociais
Tags: nacionalismo subserviente, bandeira EUA 7 de Setembro, continência Miami, embaixador-hambúrguer, Bolsonaro submissão





Respostas de 2
BOLSONARO E O FILHO SÃO PATÉTICOS, NÃO TÊM CARÁTER NÃO TÊM PÁTRIA, PARA ELES AGORA É OS ESTADOS UNIDOS SE A RÚSSIA ACENAR UMA VANTAGEM PARA ELES JÁ VIRAM RUSSOS, ELES ADORAM ANARQUIAS, E OS IDIOTAS SEGUEM ELES MUITOS NEM SABEM O PORQUÊ, É O FANATISMO, SÃO PESSOAS DOENTES PSICOLOGICAMENTE NÃO TÊM EMPATIA, NÃO SABEM MUITOS O QUE É PÁTRIA TER AMOR AO LUGAR ONDE NASCERAM. NÃO SABEM NEM QUE CONTINENTE PERTENCE OS ESTADOS UNIDOS. MAIS SEGUEM BOLSONARO E O FILHO DOIS PSICOPATAS INCAPAZES DE FAZER NADA DE DIGNO. O MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES DEVE SE MECHER RÁPIDO E COLOCAR OS DOIS NA CADEIA, ÀS AMEACAS QUE. O EDUARDO FEZ SE REFERINDO A ELE, ESPOSA E FILHA SÃO MUITO GRAVES, E TODOS NÓS SABEMOS QUE ESTÃO LIGADOS ÀS FACÇÕES CRIMINOSAS, QUE MATAR NÃO É PROBLEMA, SÃO PESSOAS FRIAS E SEM ESCRÚPULOS.
Em princípio o mesmo bandeirão estava no evento da NFL de futebol americano em SP. Tem que ser investigado, é um ataque. Não há coincidências!