Por CARLOS R. WINCKLER*
Nicolas é apenas o mensageiro. Não é o autor da peça que se alastrou nas últimas horas, um aglomerado de fake news que compõe o senso comum da extrema direita ( fardada ou não) e que teve 180 milhões de visualizações com impulsionamentos artificiais. É parte da guerra informacional (guerra de quarta geração diriam militares) em curso e que se desdobrará até às eleições de 2026. Se puderem abreviarão com impeachment, modelito Dilma Rousseff. Não são meras bravatas as ameaças finais. Tudo indica a existência de um núcleo operativo interno com muita competência com ramificações externas. É guerra e o Estado carece de núcleo que trabalhe contra-informação (marketing é insuficiente), sem uma robusta estrutura investigativa à altura do embate e de varas especializadas na Justiça, céleres no julgamento dos crimes em curso. Se está além dos limites da democracia liberal, parte do inimigo está no interior do próprio Estado , corroendo por dentro os frágeis estruturas com alguma eficácia na defesa do Estado Democrático de Direito. A guerra de quarta geração é a continuidade da tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023, a rigor um ato patético e final de um acúmulo de crimes desde 2021. A denúncia pela PGR, o julgamento pelo STF, a responsabilização exemplar dos golpistas devem ser concomitantes ao fortalecimento do Estado Democrático de Direito, que não deve hesitar na firme repressão daqueles que criam um estado de pânico moral com propósito de impor um Estado Fascista.
*Carlos R. Winckler
Mestre em Sociologia pela UFRGS. Pesquisador da Fundação de Economia e Estatística, órgão do Governo RS, professor da Fundação Universidade de Caxias do Sul. Aposentado.
Foto de capa: Reprodução
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