Por J. CARLOS DE ASSIS*
A China já anunciou formalmente sua disposição de ajudar países afetados pelo tarifaço de Trump a escapar de suas chantagens. O Brasil, que recentemente assinou com Pequim um acordo para construir a ferrovia bioceânica, ligando o Atlântico ao Pacífico e passando pelo interior do seu território, pode expandir esse acordo até o ponto de modernizar completamente a logística de transporte do País, indevidamente concentrada em rodovias.
A construção de ferrovias é um dos maiores sorvedouros de insumos siderúrgicos e de alumínio na área industrial. Essas indústrias, cujas exportações para os Estados Unidos foram antes taxadas por Donald Trump em 25%, já insuportáveis, no início do próximo mês passarão a pagar tarifas de 50%, o que torna inviável a exportação de aço e alumínio para os Estados Unidos. Isso significa que teremos de buscar alternativas.
A melhor é, justamente, substituir o mercado de importações norte-americano desses metais pelo mercado interno brasileiro, com a construção de uma ampla rede ferroviária no País, aproveitando a oferta de cooperação chinesa. Salvaremos nossas indústrias e, com elas, centenas de milhares de empregos de alta qualidade, o que fortalece o mercado interno também em outras áreas, como a construção civil.
O poderio econômico chinês está por trás também da oferta de cooperação com outros países sul americanos. Se isso significa investir neles em mais infraestrutura e mais logística, como é o caso da Rota da Seda, o mercado para o aço e o alumínio brasileiro poderá ampliar-se ainda mais, pois a maioria de nossos vizinhos não tem produção industrial suficiente pra atender à demanda desses metais e, muitas vezes, sequer base econômica para a construção civil em grande escala.
Às favas, portanto, com os preconceitos ideológicos estúpidos que tentam impedir o Brasil de ampliar suas relações internacionais para além do círculo de Washington. Já era tempo de se reconhecer, de forma definitiva, que o comunismo acabou. O que está em seu lugar, com pleno sucesso, é o social capitalismo chinês, que mostra para o mundo a grande vantagem de superar os modelos superados do capitalismo selvagem e do socialismo utópico.
Em outras áreas, como na exportação de laranja e café em que o Brasil também foi fortemente atingido, há soluções práticas importantes mediante a substituição das vendas para os Estados Unidos por ampla distribuição de suco de laranja para alunos da rede primária no País. As vendas de suco de laranja poderão ser financiadas pelas secretarias de educação a preços baixos, mas justos, a partir de negociações com os produtores e os exportadores que perderam seu mercado externo.
No caso do café, a solução para a perda do mercado norte-americano implicaria um processo indireto. O Brasil, primeiro produtor e exportador do mundo, teria que fazer com a Colômbia, o segundo produtor, um acordo de alinhamento de preços a fim de que a disputa de mercados internacionais decorrente do tarifaço de Trump não implicasse uma guerra comercial. Os dois países, atraindo os exportadores menores que também estarão buscando mercados alternativos ao norte americano, se espelhariam na forma como a OPEP regula os preços do petróleo, para impedir concorrências predatórias de preços.
Portanto, para cada produto ou serviço exportado ou importado, há algum tipo de solução mediante negociações bilaterais ou mesmo envolvendo mais de dois países, desde que haja boa fé entre eles, e que não sejam perturbados por injunções políticas. Por exemplo, quando um país exportador perde o mercado norte-americano por causa do tarifaço, ele pode exportar seu produto para um terceiro, que por sua vez pode vendê-lo para um quarto sem consumi-lo internamente, dependendo da situação específica de seu comércio exterior.
Ao final de todo esse processo, quem acabará saindo perdendo são os próprios Estados Unidos, pelo enfraquecimento de suas empresas por causa dos insumos mais caros, e por causa do desconforto de suas classes baixas e médias pela falta em suas mesas de derivados de produtos que costumavam consumir secularmente, como suco de laranja e café. Com isso, Trump terá dado enorme contribuição à transferência de renda real no planeta. A laranja tradicionalmente consumida por suas classes médias acabará na mesa dos alunos pobres das escolas brasileiras, com maior acesso a ela em quantidade e qualidade, e menor preço em função da maior concorrência regulada pelos estados.
*J. Carlos de Assis é jornalista, economista, doutor em Engenharia de Produção, professor aposentado de Economia Política da UEPB, e atualmente economista chefe do Grupo Videirainvest-Agroviva e editor chefe do jornal online “Tribuna da Imprensa”, a ser relançado brevemente.
Foto de capa: Reprodução





Respostas de 9
Texto com viés esquerdista, que como sempre ataca a maior democracia e liberdade que é os EUA, ao invés de conjecturar as tarifas impostas que é um direito de cada País, este colunista deveria pedir ao nosso presidente CALAR A BOCA, com discursos de ofensas e gracinhas no qual prejudica só o Brasil, preservar a soberania é não roubar o País, aposentados, incentivar a corrupção. Quem foi preso até agora no caso aposentados NINGUEM, no entanto perseguem, criam, fantasiam golpes, para calar o único presidente que nunca pegou um centavo dos cofres públicos, o único presidente que mesmo enfrentando uma pandemia mundial, preservou empregos e manteve industrias e comércios, o único presidente que saiu e deixou superavit. O presidente que elevou de 190,00 para 600,00 um auxílio emergencial para ajudar os mais necessitados e os chamados invisíveis. E sem roubar, mostrou que sobra dinheiro e dá para fazer um País melhor.
CONCORDO PLENAMENTE COM VOCÊ👍😃🤝🤝🤗🌻
Nós devemos tratar com todos. Nem devemos ter viés ideológico em negócio, aproveitar oportunidade para desenvolver tecnologia e fazer crescer a renda de nosso povo.
Brasil no debe arrodillar frente al imperio,que un delincuente,defienda un golpista como el burro facho de Bolsonaro,cárcel con estos venden patria
Não vale a pena defender lula ou Bolsonaro ou qualquer um político, todos roubam, todos só pensam no próprio umbigo, o colunista está certo nossa economia tem que ir a frente independente de qualquer presidente deste país, temos que pensar que somos capazes de ir a frente sem ficar alienados a Washington, é o famoso ” levanta, sacode a poeira e da a volta por cima”.
“Jamais defender quem quer nos oprimir”.
Perfeito seu comentário!
Que Matéria Maravilhosa, É isso aí, Pra frente BRASIL. E deixa pra trás esses Loucos e Psicopatas que só querem querra e confusão, o que vai acontecer com esse louco de lá, é o mesmo que aconteceu com o louco daqui, se fosse eu teria vergonha de falar alguma coisa de uma pessoa que só fez merda e arrumou confusão e perdeu pra um cara que dizem que foi Ladrão. Então ele é pior que o ladrão. Kkkkkkkkkkk
Lula é o melhor articulador geopolítico da America Latina. Ele estar como presidente no momento mais crítico da história desse século vai ser muito importante
O tiro saiu pela culatra. A clã dos Bolsonaro queriam terminar com o Brasil, mantendo o eterno servilismo perante os EUA, o Brasil acordou, o LULA foi visitar a China e trouxe centenas de investimentos para o Brasil, assim vai fazer, e deve, com todos os países dispostos a negociar de maneira civilizada.