Por ADROALDO QUINTELA*
Refiro-me ao ditado popular falado por Deus e a torcida do Bahia, cantado nos repentes dos violeiros e versejado pelos vendedores de remédios e poções mágicas na extinta feira livre, situada no centro de Feira de Santana e ao longo da Avenida Getúlio Vargas.
Usei esse aforismo popular até em sala de aula nas universidades e escolas de governo onde lecionei. O Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago trata de metáfora sobre a cegueira real e passageira, em Portugal. Foi adaptado para o cinema.
Na minha prática docente de planejamento e gestão estratégica, o foco é a cegueira institucional. Alta direção e gerências absorvidas pela rotina diária não conseguem enxergar o óbvio. Aliás, segundo a sabedoria popular, “o óbvio não é tão óbvio como parece”.
Gestores de todos os níveis hierárquicos se perdem no retrabalho insano. Não conseguem sair da pororoca da ineficiência e da ineficácia. Quando a cegueira institucional perdura, os gestores adoecem e contaminam os trabalhadores/servidores operacionais.
Portanto, alguém precisa mandar parar visando ao freio de arrumação no tecido organizacional da instituição. Então, o momento da ação desorientada é substituído pelo momento da reflexão, significando o pensamento orientando a ação.
Portanto, o remédio para a cura da cegueira institucional é a adoção do Planejamento Estratégico Situacional – PES trienal em bases móveis, servindo como estrela guia para iluminar a gestão estratégica, tática e operacional.
Este tema é objeto de livro – em revisão para edição – baseado no curso de Planejamento estratégico em Instituições Públicas, ofertado desde 1996, no Centro de Treinamento para o Desenvolvimento Econômico e Social ( CENDEC-IPEA) e Escola Nacional de Administração Pública – ENAP.
*Adroaldo Quintela é Economista.Diretor-Executivo do Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (IDESNE) Fundador da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (ABED).
Foto de capa: Reprodução