Eliane Brum é eleita pensadora do ano pela revista britânica ‘Prospect’

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Da REDAÇÃO DA RED, com informações da SUMAÚMA*

Reconhecimento de prestígio internacional para a diretora de redação da SUMAÚMA 

Em uma notícia que traz grande alegria à comunidade, Eliane Brum, diretora de redação de SUMAÚMA, foi eleita a pensadora do ano pela revista britânica Prospect. Esta é a primeira vez que uma pessoa brasileira conquista essa distinção, que começou em 2005 com o linguista americano Noam Chomsky.

Os editores, escritores e colaboradores da Prospect apresentaram uma lista de 25 pessoas de várias partes do mundo, reconhecidas por ajudarem a pensar novas formas de existir na incerteza. Eliane Brum foi a mais votada pelo público. “Dessa vez foi escolhida alguém que escolheu estar em Altamira, uma cidade no epicentro da destruição, dos incêndios, dos desmatamentos, de violências. E também de resistências. Eu não venho da academia, da tradição dos intelectuais. Eu venho da experiência visceral da reportagem, da escuta das oralidades, eu venho do chão”, declarou Eliane ao saber do reconhecimento. 

O livro Banzeiro òkòtó – Uma Viagem à Amazônia Centro do Mundo (Companhia das Letras), hoje traduzido para o inglês, francês, espanhol, italiano e búlgaro, foi determinante para essa escolha. “As ideias deste livro estão presentes na concepção de SUMAÚMA, que há mais de dois anos conta a Amazônia desde dentro, com a redação crescendo com jornalistas-floresta do nosso programa de coformação Micélio-SUMAÚMA.” 

Eliane Brum ressalta a importância da recentralização do mundo. “Não apenas a centralidade da Amazônia, mas de todos os biomas e dos oceanos. Defendo o deslocamento do que é centro e do que é periferia. E isso não é nem pode ser apenas retórica. A recentralização do mundo é urgente”, explicou. “Esse reconhecimento da Prospect me dá muita alegria porque esse deslocamento de centralidades parece estar presente nessa escolha, ao colocar no centro outros valores e outras ideias.” 

Ela frequentemente é questionada por muitos sobre o que podem fazer diante do colapso. “Aprendi muitos anos atrás que no momento-limite que nos foi dado viver é preciso fazer mais do que sabemos, é preciso fazer também o que não sabemos, é preciso criar coisas que não existem. Criamos coisas que não sabemos a partir do que sabemos. SUMAÚMA, por exemplo, começa a nascer como um exercício de imaginação meu e de Jonathan Watts durante a pandemia. Começamos a imaginar o que não sabemos a partir do que sabemos – e criamos juntos com todos vocês [de SUMAÚMA] algo que não existia”, disse Eliane. “Eu não sou um indivíduo criando algo, eu represento um monte de gente pensando e criando junto.” 

2025 não é um ano fácil, conforme destaca Jonathan Watts, com o retorno de Donald Trump ao poder, a floresta tropical sob maior pressão extrativista, e a extrema direita encorajada, acelerando o colapso climático. No entanto, este é também o ano da COP-30 em Belém, quando os Indígenas reivindicam a copresidência da conferência, que acontece pela primeira vez na Amazônia – no centro do mundo. SUMAÚMA estará presente com uma cobertura prioritária, para avaliar se esta será uma COP realmente amazônica ou apenas um evento que usa a Amazônia como cenário. 

A cobertura já começou com o artigo “COP-30: O Brasil precisa cair na real”, da jornalista Claudia Antunes, que destaca a última chance de tirar o planeta – e o país – da rota do colapso e devolver credibilidade aos acordos climáticos. Além disso, Claudia Antunes também inaugura a seção Ideias para Agir com “Um freio de emergência para impedir o fim do mundo”, que escuta pensadores do decrescimento, pós-extrativismo e ecossocialismo, propondo que, para sobreviver, precisamos desafiar a lógica capitalista do crescimento infinito. 

Apesar das dificuldades, a equipe da SUMAÚMA segue com alegria e determinação, acreditando na potência de agir e criar um futuro sustentável. 

Saiba mais sobre a SUMAÚMA 

*Este texto é uma versão adaptada do editorial da Revista Sumaúma. Para ler a matéria toda, acesse este aqui.

Para ter acessos à matéria completa, clique aqui.

Foto da capa: “Estamos em uma guerra climática, contra a minoria dominante que produziu essa catástrofe. E aqui é uma das linhas de frente. Eu vim até ela” – Foto: Lilo Clareto

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