Eduardo Leite é acionado na justiça pelo Partido dos Trabalhadores

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Por REDAÇÃO*

O Partido dos Trabalhadores (PT) entrou com uma representação no Ministério Público do Rio Grande do Sul contra o governador Eduardo Leite (PSDB), alegando autopromoção com recursos públicos por meio do documentário “Todos Nós por Todos Nós”, lançado para marcar um ano das enchentes de maio de 2024 no estado. A legenda pede a suspensão imediata da veiculação do filme e a abertura de investigação por suposto ato de improbidade administrativa.

A iniciativa foi liderada pelo deputado estadual Miguel Rossetto, líder da bancada petista na Assembleia Legislativa gaúcha. Segundo a representação, o documentário — já exibido em cinemas locais — apresenta-se como uma peça institucional, mas seria, na visão dos petistas, uma estratégia de promoção pessoal do governador com vistas às eleições presidenciais de 2026, para as quais Leite já é pré-candidato declarado.

“O que se vê nitidamente é uma peça de publicidade cujo objetivo é promover nacionalmente a imagem do senhor governador com vistas a projetá-lo enquanto futuro candidato ao cargo de Presidente da República”, afirma o documento entregue ao procurador-geral de Justiça do estado, Alexandre Saltz.

Uso de dinheiro público

O PT alega que a obra foi financiada com recursos do governo estadual, o que configura uso indevido de verba pública. Os petistas pedem que Eduardo Leite seja responsabilizado pessoalmente e obrigado a ressarcir os cofres públicos.

Um dos principais argumentos é a expressiva presença do governador no filme. De acordo com a representação, em um total de 42 minutos e 14 segundos de duração, Eduardo Leite aparece em 9 minutos e 2 segundos — o que representa 21,83% do tempo. “É possível concluir de forma objetiva que o filme não é sobre o papel dos gaúchos perante a tragédia, mas para exaltar a participação de Eduardo Leite nos eventos”, diz o texto.

Reação de lideranças petistas

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que atuou como ministro extraordinário da Reconstrução do Rio Grande do Sul durante a catástrofe climática, afirmou que o partido tomará outras medidas contra o governador. Em tom crítico, Pimenta comparou a situação com sua própria atuação institucional:

— Imagina se eu, como ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, tivesse produzido um documentário comigo e com Lula sobre nossas ações no Rio Grande do Sul? O que Leite fez é um escândalo. Ele só fez isso porque tem certeza da impunidade — afirmou.

Governo do RS nega irregularidades

Em nota, a Secretaria de Comunicação do governo estadual defendeu a produção e negou qualquer tentativa de promoção pessoal. Segundo o órgão, o documentário foi elaborado com material captado pelo próprio Departamento de Jornalismo do governo, e tem como objetivo prestar contas à população, destacando ações de enfrentamento à crise e o andamento do Plano Rio Grande — programa voltado à reconstrução do estado.

“A obra tem valor histórico, reúne depoimentos de pessoas da comunidade atingida, além de falas de diversas autoridades, incluindo o presidente Lula”, afirmou a secretaria. O governo diz ainda que a exibição faz parte de uma ampla programação organizada para lembrar a maior tragédia climática da história gaúcha e destacar os esforços de reconstrução.

Próximos passos

A representação agora está sob análise do procurador-geral Alexandre Saltz, que decidirá se há indícios suficientes para instaurar uma investigação formal contra o governador.

Caso avance, o processo poderá ter desdobramentos judiciais relevantes, em um momento em que Eduardo Leite busca consolidar seu nome como presidenciável do campo da centro-direita. Já o PT, que lidera o governo federal com Lula, vê no episódio uma oportunidade de conter o avanço político do adversário em um estado onde as disputas entre as duas legendas têm se acirrado nos últimos anos.


Com informações de O Globo.

Foto de capa: José Cruz/Agência Brasil

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