Da REDAÇÃO
A decisão dos Estados Unidos de impor tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros expôs mais do que uma disputa comercial. É uma ofensiva política e ideológica contra o Brasil, articulada com a ajuda direta de Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente.
Eduardo teve papel central na articulação de sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, com base na Lei Magnitsky — legislação americana usada para punir regimes autoritários. Ao defender que autoridades brasileiras fossem tratadas como inimigas por uma potência estrangeira, Eduardo assumiu, na prática, o papel de agente externo contra os interesses do Estado brasileiro.
Traição à pátria: o que diz a lei
No Brasil, o Código Penal prevê pena de até 30 anos de reclusão para quem colabora com potências estrangeiras contra a soberania nacional. Em caso de guerra, a pena pode chegar à pena de morte conforme o Código Penal Militar.
Nos Estados Unidos, a punição por traição inclui prisão perpétua ou pena capital. No Reino Unido e França, a pena é de prisão perpétua. Em países como Alemanha, Rússia e China, a punição varia de 15 a 30 anos, podendo incluir pena de morte em contextos extremos.
Diante desse cenário, a conduta de Eduardo Bolsonaro, se fosse praticada em outros países, seria tratada com a máxima severidade legal e institucional. No Brasil, ainda não houve qualquer responsabilização — mas o precedente é grave.
Tarifas de Trump: retaliação ideológica e contenção geopolítica
Trump alega “perseguição política” contra Bolsonaro e “censura” nas redes sociais, ao mesmo tempo em que é sócio de uma plataforma digital usada para difundir fake news. Também fala em “déficit comercial com o Brasil” — fato que os dados desmentem: os EUA têm superávit nas trocas com o Brasil.
Mais do que tarifas, trata-se de um instrumento de pressão ideológica e geopolítica, com três objetivos centrais:
- Proteger Bolsonaro das investigações e atacar o Judiciário brasileiro;
- Punir Lula por sua postura soberana e independente;
- Conter a aproximação estratégica do Brasil com a China e a Rússia.
BRICS, moeda alternativa e papel de Lula
Desde seu retorno à presidência, Lula recolocou o Brasil no centro das articulações globais do Sul Global. O país passou a exercer papel ativo nos BRICS, bloco que agora inclui também Irã, Egito, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes.
Uma das principais propostas em debate é a criação de uma moeda comum para transações internacionais, alternativa ao dólar. Essa iniciativa visa reduzir a dependência do sistema financeiro controlado por Washington — e representa ameaça direta à hegemonia dos EUA.
Lula também fortaleceu os laços diplomáticos com China e Rússia, firmando acordos em áreas como tecnologia, infraestrutura e energia. Essa reaproximação irrita profundamente setores estratégicos norte-americanos, que veem na política externa brasileira um risco à influência dos EUA na América Latina.
Terras raras e o jogo por recursos estratégicos
Além do campo diplomático, há interesses econômicos concretos. O Brasil possui as segundas maiores reservas de terras raras do mundo, fundamentais para a indústria de defesa, mobilidade elétrica e semicondutores.
Washington teme que essas riquezas sejam exploradas com participação chinesa ou russa — especialmente diante do novo ciclo de investimentos previstos no PAC e em acordos bilaterais com potências asiáticas. A pressão tarifária é também uma tentativa de limitar esse avanço.
Impactos econômicos e reação brasileira
As tarifas afetam diretamente setores como o agronegócio, siderurgia e aviação, podendo causar prejuízos de até US$ 10 bilhões ao ano. O governo Lula já prepara ações na OMC e pode retaliar com medidas comerciais e diplomáticas. Empresários e exportadores também devem acionar a Justiça americana, alegando abuso de poder e ausência de base legal.
Internamente, Lula ganha respaldo político ao adotar um discurso de defesa da soberania e reafirmar o Brasil como ator global independente.
Um país soberano sob ataque coordenado
O que está em curso é mais do que uma disputa bilateral. É uma tentativa de enfraquecer o Brasil como potência regional e global. Eduardo Bolsonaro, ao se aliar a essa agenda externa, se posiciona contra os interesses nacionais e a favor de uma potência estrangeira. Em qualquer país sério, isso se chama traição e seria tratado como tál.
Trump, por sua vez, utiliza o Brasil como palco para sua guerra ideológica global — mirando no STF, no BRICS e no próprio modelo democrático brasileiro.
A resposta de Lula e das instituições será determinante para mostrar que o Brasil não aceita ser subordinado a interesses alheios à sua soberania e à sua Constituição.
Ilustração da capa: Dono do mundo – Imagem gerada por IA ChatGPT
Tags: Eduardo Bolsonaro, traição à pátria, Trump, STF, Alexandre de Moraes, BRICS, Lula, China, Rússia, terras raras, soberania nacional, sanções, geopolítica.





Uma resposta
A HISTÓRIA SE REPETE. Mais uma vez, como em todos os momentos em que o Brasil tentou impor a sua soberania frente ao jugo norte-americano, aparece de forma decisiva a figura do inimigo interno, traidor da pátria. Este visa a manutenção de seus privilégios, como sempre, negando qualquer possibilidade de reequilíbrio social na balança das desigualdades. A única diferença é que desta vez a atitude é escancarada, ao contrário das vezes anteriores, quando em momentos decisivos de nossa história, o golpe era dado de forma mais ou menos sutil. Hoje, figuras grotescas de ambos os lados, norte-americano e brasileiro, agem descaradamente. São os tristes sinais dos tempos, onde não há mais preocupações morais nem o mínimo compromisso com a verdade.