Instalação da CPI é defendida por opositores do governo Lula, como o senador Marcos do Val
Um relatório sigiloso enviado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ao Congresso aponta que o governo foi informado sobre a possibilidade de haver atos violentos em Brasília no dia 8 de janeiro. Segundo o Globo, agora o documento tem sido usado para pressionar a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos atos golpistas.
No comunicado de alerta, produzido pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), braço do GSI, foi informado sobre “manifestantes com acesso a armas e com a intenção manifesta de invadir o Congresso Nacional”.
O documento foi compartilhado em um sistema integrado por 48 órgãos, inclusive federais, dois dias antes da invasão às sedes dos Três Poderes. Além disso, o alerta também foi enviado em grupo de WhatsApp formado por representantes de diferentes áreas do governo, mas uma parte da lista de contatos estava desatualizada, segundo a revista “Piauí”.
Para o Globo, o Ministério da Justiça informou que não sabia da existência desse canal de troca de informações. Algumas pastas também alegaram que não receberam a informação sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.
O mesmo documento só foi enviado dia 20 de janeiro à Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência (CCAI), com a assinatura do chefe do GSI, o general da reserva Gonçalves Dias. Dias após a invasão, o presidente Lula (PT) criticou as autoridades responsáveis pelas forças de segurança e inteligência, inclusive o GSI.
Agora o relatório tem sido usado para turbinar um pedido de instalação da CPI para investigar os atos golpistas. A ação é defendida por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), como o senador Marcos do Val (Podemos-ES). A ideia dos opositores ao governo petista, é implicar ministros do governo nas suspeitas de omissão sobre os ataques do dia 8.
Matéria publicada originalmente pelo Jornal GGN
Foto: Joedson Alves/Agencia Brasil
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