Por RUDOLFO LAGO*, do Correio da Manhã
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) agendou quatro dias do mês de outubro para o julgamento da ação penal contra o núcleo 4 envolvidos no plano de tentativa de golpe de Estado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O colegiado marcou sessões para os dias 14, 15, 21 e 22 de outubro para julgar o caso. Na segunda-feira (22), o relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, liberou o processo para julgamento.
Além de Moraes, o colegiado é composto pelos ministros Cristiano Zanin (que foi presidente da Primeira Turma na época do julgamento dos réus do núcleo principal da trama), Flávio Dino (eleito novo presidente do colegiado), Cármen Lúcia, e Luiz Fux.
Função
Os réus desse núcleo são acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de organizarem ações de desinformação para propagar notícias falsas sobre o processo eleitoral (com foco nas urnas eletrônicas) e ataques virtuais a instituições e autoridades, em 2022.
Réus
Os réus do núcleo 4 são: os militares Ailton Gonçalves Moraes Barros, Ângelo Martins Denicoli, Giancarlo Gomes Rodrigues, Guilherme Marques de Almeida, Reginaldo Vieira de Abreu, o policial Marcelo Araújo Bormevet e Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal).
“Em pouco tempo vou estar solta”, diz Zambelli na CCJ
Presa na Itália, Zambelli se defendeu na CCJ | Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados
A deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que espera ser libertada em breve na Itália. Ela prestou depoimento à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (24). As informações são da Agência Câmara de Notícias.
“Em pouco tempo, não vou estar mais dentro de um presídio. Vou estar solta, porque o processo foi todo injusto, do começo até o final, e espero que consiga provar isso aqui também na CCJ e no Plenário”, ela declarou.
Zambelli falou à CCJ no âmbito da Representação 2/25, da Mesa Diretora, apresentada após condenação criminal pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Autoridades
Segundo ela, autoridades italianas foram surpreendidas por detalhes do processo no STF. “O ministro Alexandre de Moraes foi vítima, relator e julgador. Quando falei, começaram a rir. ‘Isso não existe, fala a verdade para a gente'”. Presa na Itália, ela aguarda ser extraditada para o Brasil.
Condenação
A deputada licenciada e o hacker Walter Delgatti Neto foram condenados em agosto pela invasão, em 2023, do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a inserção de um falso mandado de prisão contra Moraes, entre outros documentos falsos.
Sigilo
A CCJ informou ao colegiado que reiterou a Moraes o pedido para a derrubada do sigilo de todo o processo no STF contra a deputada. A CCJ já ouviu Delgatti Neto, que reiterou as acusações à deputada e, em favor dela, falaram o especialista em provas digitais Michel Spiero.
STF
Zambelli também foi condenada pelo STF à perda do mandato. Após análise na CCJ, o caso seguirá para o Plenário. No depoimento, ela citou o ex-deputado Daniel Silveira, condenado em 2022 por crimes de ameaça ao Estado Democrático de Direito, e apontou uma “sanha persecutória” do STF.
*Rudolfo Lago é jornalista do Correio da Manhã / Brasília, foi editor do site Congreso e é diretor da Consultoria Imagem e Credibilidade.
Publicado originalmente no Correio da Manhã.
Foto de capa: Primeira Turma agenda julgamento do núcleo 4 | Gustavo Moreno – STF
