Um estudo conduzido pelo instituto de pesquisas Plano CDE que saiu na Folha de São Paulo neste final de semana indicou as principais razões para a população das classes C, D e E tomar empréstimos. Comprar comida e pagar as contas são as causas das dívidas dos mais pobres nos últimos meses no país.
Conforme divulgado, entre 45% e 50% dos respondentes das classes C, D e E indicaram que a alimentação e as contas do mês foram ou seriam a principal finalidade para obtenção de empréstimos. Percentual que cai para 30% entre as classes A e B. O estudo ainda aponta que 50% das famílias tomaram algum tipo de empréstimo no último ano, sendo familiares e amigos a principal fonte para a busca dos recursos entre os mais pobres, seguidas pelos bancos digitais e tradicionais. E a mesma porcentagem dos participantes nas classes D e E já tiveram de reduzir a compra de comida para pagar uma dívida.
Foram consideradas para definir as classes D e E domicílios com renda familiar de até R$ 2.000. Na C2, o intervalo vai de R$ 2.000 até R$ 3.000, e de R$ 3.000 até R$ 6.000 na C1. A AB é formada por lares com renda familiar acima de R$ 6.000.
A Folha também traz a avaliação sobre o estudo do Coordenador do Centro de Estudos em Microfinanças e Inclusão Financeira da FGV (Fundação Getulio Vargas), Lauro Gonzalez, que afirma que “a combinação de um cenário de crescimento econômico baixo desde meados de 2014 com uma inflação alta e um mercado de trabalho caracterizado pela precarização e a informalidade faz com que o crédito seja cada vez mais utilizado como um complemento à renda da população de menor poder aquisitivo”.
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Imagem – Pixabay.