Casos Marcantes de Líderes da América Latina e do Caribe

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Por EDELBERTO BEHS*

Com a realização de parada militar em 14 de junho que custou 40 milhões de dólares aos cofres públicos para marcar o dia do natalício do presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump se inscreve a um eventual próximo livro do jornalista Ariel Palacios, autor de “América Latina lado B – O cringe, o bizarro e o esdrúxulo de presidentes, ditadores e monarcas e vizinhos do Brasil”.

Oficialmente, a parada militar festejava os 250 anos do exército, mas no final da fala de Trump o palanque das autoridades entoou um “Parabéns pra você”, o que deixou marcado nas entrelinhas as reais prioridades do evento.

O livro, explica Ariel no prólogo, “é uma antologia de excentricidades, loucuras, comportamentos corruptos, frivolidades, exorbitâncias financeiras a uma dolce vita pessoal – mas com o dinheiro público – recheadas de crueldades, perversões, ambições e passionalismos, além de egocentrismos turbinados praticados por presidentes (civis e militares, ditadores e eleitos) dos países da América Hispânica e do Caribe.

Escolha em quais excentricidades caberia colocar Donald Trump. Palacios não olhará para ele porque o livro se limita, como deixa manifesto, dos mandatários da América Hispânica e do Caribe. Ele também explica porque o Brasil ficou fora. “Talvez nosso (re)conhecimento se dê de forma mais clara quando olharmos para os outros, para que, a partir de comparações, diferenças e semelhanças saltem aos olhos”.

Vejam que exemplos nacionais não faltariam. Basta olhar para um passado nem tão distante e encontrar na presidência da República figuras como Jânio Quadro, o homem da vassourinha que limparia o país; Fernando Collor de Mello, o caçador de marajás; Jair Messias Bolsonaro com seus arroubos de machismo. Ariel terá, se assim o desejar, farto material para um livro com material exclusivo da gente de casa.

Uma das estórias mais fantásticas no Lado B da América Latina vem do México. Em 1838, mexicanos e franceses se enfrentaram em Veracruz e o general Antonio de Padua María Severino López de Santa Anna y Pérez de Lebrón, mais conhecido como Antonio López de Santa Anna, foi atingido pelos estilhaços de tiro de canhão e os médicos tiveram que amputar uma perna, que acabou enterrada, com honras, no jardim de fazenda de sua propriedade.

Mas o general galgou à presidência da República e, com o status presidencial, decidiu, em 1842, fazer um funeral para sua perna. Organizou, portanto, um desfile militar, com a participação de sete bandas que interpretaram marchas fúnebres. O cortejo contou com a presença de representantes da Igreja Católica mexicana, embaixadores, parlamentares. O próprio Santa Anna presidiu o funeral de Estado, que teve até missa na igreja de Zempoala. “A perna do ‘Salvador da Pátria’ foi colocada dentro de um caixão de madeira de lei e coberto com a bandeira mexicana”, relata Ariel.

O livro vem repleto de fatos que cabem num anedotário. Ariel lembra a fuga do presidente do Peru, Alberto Fujimori, ao Japão, que de lá enviou pedido de renúncia por fax “(o primeiro e até agora único caso mundial de renúncia registrado nessa modalidade)”. O autor também traz estatísticas: 14 presidente e ex-presidentes da Bolívia, desde sua independência em 1825, partiram desta para outra dimensão de forma não natural.


*Edelberto Behs é Jornalista, Coordenador do Curso de Jornalismo da Unisinos durante o período de 2003 a 2020. Foi editor assistente de Geral no Diário do Sul, de Porto Alegre, assessor de imprensa da IECLB, assessor de imprensa do Consulado Geral da República Federal da Alemanha, em Porto Alegre, e editor do serviço em português da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC).

Foto de capa:  Sputnik / Aleksei Nikolsky, AP/Eraldo Peres, Paul White, Fernando Vergara, Juan Karita, Matias D | Divulgação

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