Caso Abin: investigadores apontam que rastreamento ilegal foi usado para fins eleitorais e cerco ao STF

Investigadores revelaram que o esquema de rastreamento ilegal de celulares utilizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi utilizado de forma sistemática durante o período das eleições municipais em 2020, e também para formar um “cerco ao STF”. As informações foram divulgadas pela TV Globo nesta sexta-feira (20).

Segundo um dos interlocutores, durante meses, a espionagem eletrônica rastreou “centenas de celulares” de quem frequentava o STF. Além dos servidores do tribunal, foram monitorados advogados, policiais, jornalistas e os próprios ministros. A investigação identificou 33 mil acessos da localização telefônica dos mais diversos alvos.

Segundo publicação do g1, existem também denúncias e suspeitas sendo apuradas em outras investigações sobre o uso desse mesmo sistema de rastreamento – por outras pessoas de fora da Abin – também nas eleições de 2022. A PF deve aprofundar as investigações e abrir uma nova frente de apuração para entender se o Exército estaria ou não usando o sistema ilegalmente, por quais motivos e por quanto tempo.

A matéria ainda revela que “para não deixar vestígios, a ‘gangue Abin de rastreamento’ – como vem sendo chamado o grupo pelos investigadores – apagou dos computadores a grande maioria dos acessos”. Até o momento, a Polícia Federal conseguiu levantar apenas cerca de 1,8 mil dos 33 mil acessos ilegais.

O sistema First Mile usado pela Abin permite saber apenas a localização dos celulares, e não o conteúdo no aparelho ou as mensagens enviadas. Mas os investigadores tentam descobrir, no entanto, se outros sistemas sofisticados podem ter sido usados em conjunto para acessar esses conteúdos.

Nesta sexta, a PF prendeu dois servidores da Abin e Paulo Maurício Fortunato Pinto, atual número 3 da Abin, foi afastado do cargo. Em nota, a Abin informou para a imprensa que instaurou um procedimento para apurar a questão, que todas as solicitações da PF e do STF foram atendidas integralmente, e que colaborou com as investigações desde o início.


Foto: José Cruz/Arquivo Agência Brasil

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