Deputados regionais vão coordenar iniciativa; projeto prevê escuta de demandas locais e reforço na comunicação da Casa
Após as mobilizações populares contra a chamada PEC da Blindagem e o projeto de anistia, a Câmara dos Deputados iniciou, na última quinta-feira (25), a estruturação do programa Câmara pelo Brasil, que pretende intensificar o diálogo da Casa com autoridades locais e a sociedade civil.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a iniciativa busca ampliar a presença do Parlamento fora de Brasília, levando comissões, audiências e visitas técnicas a diferentes estados. Segundo ele, o objetivo é dar “protagonismo” às agendas externas e aproximar a instituição da população.
A medida surge em meio à repercussão negativa das propostas recentes que ampliavam privilégios a parlamentares — a PEC da Blindagem e o PL da Anistia —, ambas criticadas em manifestações de rua em várias capitais. A pressão popular foi apontada como fator decisivo para a rejeição da PEC no Senado, por unanimidade, na Comissão de Constituição e Justiça.
Coordenação regional
O programa terá coordenadores regionais, encarregados de recolher demandas locais e elaborar relatórios a serem enviados à presidência da Câmara. Foram definidos os seguintes representantes:
- Norte: Júnior Ferrari (PSD-PA)
- Nordeste: Leo Prates (PDT-BA)
- Sudeste: Da Vitória (PP-ES)
- Sul: Toninho Wandscheer (PP-PR)
O deputado Da Vitória, além de coordenar o Sudeste, também comandará o comitê de gestão do programa, articulando ações em todas as regiões. Ele destacou que a iniciativa servirá para “identificar demandas prioritárias que possam resultar em projetos de lei, recursos orçamentários ou outras medidas voltadas ao desenvolvimento regional”.
Comunicação reforçada
Paralelamente, a gestão de Hugo Motta tem investido em estratégias de comunicação para reduzir a distância entre a Câmara e a sociedade. Nos últimos meses, a Casa inaugurou um estúdio multimídia, lançou um videocast institucional e passou a investir na presença digital do presidente.
Também está em avaliação a contratação de uma consultoria técnica para apoiar a produção de conteúdo para redes sociais. O contrato, que ainda não foi assinado, pode chegar a até R$ 4,9 milhões.
Aliados de Motta afirmam que a ideia de criar o programa já vinha sendo discutida desde março, mas ganhou força após os protestos recentes. “A sociedade está exigindo mais presença, mais proximidade da Câmara. As manifestações aceleraram esse processo”, disse um parlamentar ouvido reservadamente.
Imagem destacada: Lula Marques/ Agência Brasil





Respostas de 2
A sociedade não está exigindo mais presença e sim mais respeito! O que está difícil de nossos parlamentares entenderem, o que está faltando é a Bancada do povo, em vez de bancadas “nixos”!!!
Baita picaretagem! Vão gastar mais um dinheiro do povo para seu próprio proveito, como acontece com as malditas emendas!