Da REDAÇÃO DA RED
O ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados agora são réus no STF por conta da suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. A Primeira Turma da Corte aceitou a denúncia da PGR de forma unânime, o que significa que todos os envolvidos responderão formalmente à Justiça. A ideia é agilizar o julgamento para que o caso não se misture com as eleições de 2026.
A decisão complica ainda mais a situação política de Bolsonaro, que já está inelegível. Dentro da sua base, há um impasse sobre se é hora de escolher um novo nome para liderar a direita na disputa eleitoral de 2026. Enquanto isso, a ação penal avança e abre espaço para que os réus tentem se defender com provas, testemunhas e perícias.
Além de Bolsonaro, também foram denunciados ex-ministros e militares que teriam participado da articulação golpista. Eles enfrentam acusações pesadas, como tentativa de golpe de Estado, formação de organização criminosa e deterioração do patrimônio público. Se condenados, podem pegar até 43 anos de prisão.
O ministro Alexandre de Moraes afirmou que há evidências de que Bolsonaro não só sabia das movimentações golpistas, como teria coordenado parte delas, inclusive usando as Forças Armadas para alimentar a desconfiança contra as urnas eletrônicas. Ele mencionou a reunião com embaixadores em que Bolsonaro atacou o sistema eleitoral sem provas e destacou que o ex-presidente conhecia o conteúdo da chamada “minuta do golpe”.
Já o ministro Luiz Fux, apesar de votar a favor do recebimento da denúncia, alertou para a necessidade de rever a dosimetria das penas aplicadas nos processos relacionados ao 8 de janeiro. Ele defendeu uma abordagem mais equilibrada, argumentando que a Justiça deve sempre refletir sobre erros e acertos.
Com o processo em andamento, Bolsonaro e seus aliados agora terão que enfrentar a Justiça e tentar provar que não tiveram participação direta na articulação golpista. Enquanto isso, o cenário político segue agitado, com a direita dividida sobre o futuro da liderança do ex-presidente.
Foto da capa: Jair Bolsonaro — Foto: Douglas Magno/AFP