Área usada pela agropecuária cresce 50% em 37 anos

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Dados levantados pelo MapBiomas divulgados nesta sexta-feira (6) mostram que, entre 1985 e 2022, a área ocupada pela agropecuária cresceu 50%, incorporando um território equivalente ao Mato Grosso, o terceiro maior estado brasileiro. Com este avanço desenfreado, a atividade ocupa atualmente um terço do território nacional.

Quase dois terços deste avanço de ocupação ocorre pelo desmatamento para pastagem, o que gera um impacto ambiental grave. “A expansão da agropecuária ainda envolve desmatamento. Isso contribui para o aumento das emissões de gases de efeito estufa do país, perda de ecossistemas naturais e sua biodiversidade e impactos na regulação do clima e ciclo hidrológico”, enumera Julia Shimbo, coordenadora científica do MapBiomas.

“Essa expansão também frequentemente leva a conflitos fundiários e sociais, com comunidades tradicionais e indígenas. Além disso, o manejo agropecuário inadequado pode levar a degradação do solo, perda da produtividade a longo prazo”, completa.

A Amazônia é onde esse processo mais vem acontecendo, em especial no Pará. Há quatro décadas a área amazônica ocupada por pasto para agropecuária era de 13,7 milhões. Em 2022, já havia saltado para 57,7 milhões.

“Ainda temos a perda de vegetação nativa em todos os biomas, com diferentes padrões de conversão. O aumento da área de pastagem na Amazônia, superando a área do Cerrado, está relacionado com o aumento do desmatamento da região nos últimos anos, prioritariamente para utilização em pastagens”, explica Shimbo. “Mas muitas dessas áreas não são produtivas, sendo a conversão para venda de terras que posteriormente podem ser convertidas para agricultura.”


Foto: Embrapa

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