Aposentadoria antecipada de Barroso abre disputa no STF e pressiona Lula na escolha do novo ministro

translate

Aposentadoria do ministro Luis Barroso - Foto: Luiz Silveira/STF

Da REDAÇÃO

A aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, anunciada nesta quarta (9), abriu oficialmente a temporada de articulações políticas em torno de sua sucessão no Supremo Tribunal Federal (STF). Com a vaga em aberto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá que navegar por uma complexa rede de interesses partidários, institucionais e eleitorais para definir seu indicado — tarefa que promete ser ainda mais delicada diante do atual cenário político e das expectativas para 2026.

Jorge Messias combina lealdade e resistência

Um dos nomes mais cotados é o do advogado-geral da União, Jorge Messias, considerado homem de confiança de Lula. Messias reúce as qualidades valorizadas pelo presidente: perfil técnico, histórico de lealdade e interlocução fluente com o meio político. Além disso, tem idade para permanecer no STF por até três décadas.

No entanto, seu principal trunfo — a proximidade com o PT — pode ser, paradoxalmente, seu maior entrave. Segundo a colunista Eliane Cantanhêde, do Estadão, Lula tem sinalizado preferência por nomes que ampliem o apoio político para além das fileiras do partido. A escolha de Messias, portanto, só deverá se concretizar se Lula repetir o critério que o levou a indicar Cristiano Zanin: a lealdade pessoal como prioridade.

Rodrigo Pacheco e Bruno Dantas têm apoio no STF e no Senado

Outros nomes em destaque são os do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas. Ambos têm forte respaldo entre os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Flávio Dino — grupo com grande influência dentro do STF.

Pacheco, em especial, surge como peça-chave no xadrez político. Além de estar nos planos de Lula para o Supremo, também é visto como possível candidato do governo às eleições em Minas Gerais. Seu nome conta ainda com o apoio de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado — responsável por sabatinar o futuro indicado.

Esse apoio não é trivial: Alcolumbre tem sido um aliado estratégico do Planalto, mas pode usar seu poder para pressionar por um nome mais alinhado ao seu grupo. Com o União Brasil rachado e parte da legenda em rota de colisão com o governo, uma escolha que desagrade o senador pode trazer dificuldades nas votações do Congresso.

Vinícius Carvalho surge como alternativa técnica

Também aparece no radar o nome de Vinícius Carvalho, ministro da Controladoria-Geral da União. Com perfil técnico e menos exposto politicamente, é visto como uma alternativa de menor atrito com o Senado e o próprio STF. Carvalho poderia representar uma escolha de equilíbrio, caso Lula opte por uma saída menos tensionada — embora, até o momento, seu nome não esteja entre os mais fortes.

Escolha do novo ministro terá peso político e eleitoral

Mais do que escolher um nome, Lula terá que medir cuidadosamente o impacto da indicação sobre sua articulação no Congresso, o equilíbrio interno do STF e os planos para as eleições presidenciais e estaduais de 2026. A equação envolve alianças políticas, pressão dos tribunais superiores, representatividade ideológica e, claro, os interesses do próprio governo.

Em meio a esse tabuleiro, a sucessão de Barroso promete ser mais do que uma escolha técnica: será um termômetro da estratégia de Lula para consolidar poder no Judiciário e costurar apoio para os desafios que virão.

Foto da capa: Luiz Silveira/STF


Tags:
STF, Barroso, Lula, sucessão STF, Jorge Messias, Rodrigo Pacheco, Bruno Dantas, Senado, Alcolumbre, nomeação ministro STF, eleições 2026

Receba as novidades no seu email

* indica obrigatório

Intuit Mailchimp

Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia..

Gostou do texto? Tem críticas, correções ou complementações a fazer? Quer elogiar?

Deixe aqui o seu comentário.

Os comentários não representam a opinião da RED. A responsabilidade é do comentador.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress

Gostou do Conteúdo?

Considere apoiar o trabalho da RED para que possamos continuar produzindo

Toda ajuda é bem vinda! Faça uma contribuição única ou doe um valor mensalmente

Informação, Análise e Diálogo no Campo Democrático

Faça Parte do Nosso Grupo de Whatsapp

Fique por dentro das notícias e do debate democrático