O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a quebra do sigilo da operação da Polícia Federal (PF) realizada na manhã desta sexta-feira, que tem como alvo militares aliados do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, envolvidos no esquema de venda ilegal de joias e esculturas. Os bens foram dados ao governo por delegações estrangeiras.
Os mandados de busca e apreensão, autorizados pelo ministro, foram cumpridos em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro contra o tenente-coronel Mauro Cid e o seu pai, o general Mauro César Lorena Cid. O ex-ajudante de ordens e tenente Osmar Crivelatti e o advogado Frederick Wassef também foram alvos da operação.
A operação de hoje faz parte do processo que investiga a atuação de uma organização criminosa e se encaixa no “uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens” e no “desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras”.
“Com o avançar das investigações, destacou a autoridade policial que foram identificados, até o presente momento, cinco eixos principais de atuação da referida organização criminosa: (a) ataques virtuais a opositores; (b) ataques às instituições (STF, TSE), ao sistema eletrônico de votação e à higidez do processo eleitoral; (c) tentativa de Golpe de Estado e de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;(d) ataques às vacinas contra a Covid-19 e às medidas sanitárias na pandemia e; (e) uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens”, disse.
Os desvios começaram em 2022 e terminaram neste ano. Os presentes deveriam ter sido direcionados ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), ao invés de irem para o acervo pessoal de Bolsonaro, por serem de altíssimo valor.
“Os elementos de prova colhidos demonstraram que, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi criada uma estrutura para desviar os bens de alto valor presenteados por autoridades estrangeiras ao ex-presidente da República, para serem posteriormente evadidos do Brasil, por meio de aeronaves da Força Aérea brasileira e vendidos nos Estados Unidos, fatos que, além de ilícitos criminais, demonstram total desprezo pelo patrimônio histórico brasileiro”, detalhou o ministro.
O documento traz o print de diversas mensagens trocadas entre Mauro Cid com assessores e com o seu pai, general Mauro César Lorena Cid. Em uma das conversas, o tenente-coronel orienta a captura de imagem dos objetos. Uma das fotos, o rosto de general aparece no reflexo, conforme apontado pelas investigações.


Com informações do Congresso em Foco.
Foto: Carlos Moura/SCO/STF.
Para receber os boletins e notícias direto no seu Whatsapp, adicione o número da Rede Estação Democracia por este link aqui e mande um alô.