Advogado gaúcho diz que caso das vinícolas é só a ponta de um iceberg

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O advogado Antônio Carlos Côrtes, 74 anos, um dos fundadores do Grupo Palmares, responsável pela proposta do 20 de Novembro como Dia Nacional da Consciência Negra, em plena ditadura militar, disse que o caso dos trabalhadores resgatados da escravidão na Serra gaúcha “é apenas a ponta do iceberg do que ocorre em boa parte do Brasil. A segunda abolição ainda não chegou”, afirma.

Côrtes é um dos advogados que íntegra o Coletivo Cidadania, Antirracismo e Direitos Humanos, responsável pela Ação Civil Pública contra as vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton protocolada no Fórum de Bento Gonçalves no dia 17 do mês passado.

CONDENAÇÃO

A Ação pede a condenação das vinícolas ao pagamento de 207 milhões à título de indenização por danos morais coletivos. Em caso de condenação o dinheiro será destinado ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos – FDD, sob gestão do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Rio Grande do Sul (CODENE).

O advogado que assina a ação juntamente com Cláudio Latorraca, Dojival Vieira, André Moreira, Lucílio Bastos, Ed Matos, Fátima Dourado e André Moreira, prefere não comentar sobre as chances de vitória. “Vejo que a propositura da ação já é de se aplaudir. Não uso expressão de vencer ou perder. Justiça não é jogo de loteria. É içar o justo”, acrescenta.

OMISSÃO E SILÊNCIO

Quanto ao silêncio de entidades que ainda não manifestaram apoio a iniciativa, Côrtes destaca: “Observo o que dizia Desmond Tuto: se você é omisso, toma o lado do opressor”. Ou Martin Luther King: “me preocupa o silencio dos bons”.

Os advogados do Coletivo foram constituídos pela Maria Mulher – Organização de Mulheres Negras, SOEUAFROBRASILEIRA, Coletivo de Advogados de S. Paulo (COADE) e Movimento dos Direitos Humanos do Tocantins.


Matéria do AfroPress

Foto: Antônio Carlos Côrtes, integrante da Academia Rio-Grandense de Letras —  RBS TV/Reprodução

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