A necessária reação cidadã

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De CARLOS R. WINCKLER*

Sentimento de luto e indignação difusa pairam no ar. O assassinato dos médicos no Rio de Janeiro com evidências de execução mostra que, talvez, tenhamos atingido o limite. Não bastam respostas restritas às instituições. Há motivações políticas de setores de extrema direita que se confundem com o crime organizado miliciano. Não aceitam a derrota em 8 de janeiro, as condenações de golpistas do Judiciário via STF, por ora restrita à malta de assalto direto aos Três Poderes – e nem a perspectiva de indiciamento e prisão de Bolsonaro.

A polícia local, em surpreendente e célere investigação, conseguiu uma gravação que provaria o engano de alvo por milicianos em conflito, a tese miraculosa que tudo explicaria. Em poucas horas! Até hoje não resolveram o assassinato de Marielle (cinco anos!).  Alguém confia na polícia carioca e em um governo local bolsonarista? E há o precedente do assassinato do irmão de Marcelo Freixo, e agora, por acaso obviamente, do irmão da deputada federal Sâmia Bonfim, que já havia registrado BO de ameaça de morte por sua corajosa atuação parlamentar. Estilo colombiano de intimidação. Não perdoam ninguém. Na linha de fogo estão os deputados federais Sâmia Bonfim e Glauber Braga, ambos do PSOL.

O governador de SP, Tarcísio Freitas do PL, eleito graças ao apoio de Bolsonaro, ofereceu prontamente auxílio nas investigações. Sem dúvida, alguém com alto espirito público, como se vê na liberação da Polícia Militar para cometer toda ordem de tropelias e violações de direitos básicos em SP. Nem cadáver com marcas severas de tortura faltou. Por falar em cadáveres, em menos de 24 horas a Delegacia de Homicídios, auxiliada pela inteligência da policia, encontrou os corpos dos suspeitos do assassinato dos médicos em dois automóveis. Morreram por prejudicar negócios na região? Tudo muito conveniente.

Aproxima-se a hora de voltarmos às ruas, caso contrário o governo Lula não resistirá até 2026. As melhorias econômicas em si não garantem a democracia em um ambiente em grande medida protofascista. O descontrole das PMs, as ações milicianas, a inundação de fake news, a tentativa de montar um semipresidencialismo de chantagistas encastelados no Congresso, assassinatos suspeitíssimos, não bastassem militares ressentidos à espreita por oportunidade de intervenção após o fracasso de 8 de janeiro, só poderão ser enfrentados com movimentos populares massivos.


*Sociólogo. Graduado em Letras e Direito, com especialização em Mídia e Sociedade.

Imagem em Pixabay.

Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaositered@gmail.com . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

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