Por ANGELO CAVALCANTE*
Os Estados Unidos, de longe, é a nação com a maior quantidade de armas individuais em todo o mundo.
Estimativas sugerem 121 armas para cada grupo de cem pessoas!
Soma aqui, soma ali… Tem mais, bem mais armas de fogo do que gente!
Ao fim, os brancos, protestantes e conservadores cidadãos estadunidenses somam 393 milhões de armas para uma população de 330 milhões de indivíduos!
É grave!
Vamos parear, comparar, por exemplo, com a Índia, um titã asiático com 1,4 bilhão de pessoas e que possui 71,1 milhão de armas de fogo nas mãos do seu povo.
Esse é levantamento feito pela organização Small Arms Survey com sede em Genebra, na Suiça.
O pior do estudo é a constatação da facilidade fluída com que qualquer cidadão dos Estados Unidos tem acesso a armamentos; basta o sujeito ter mais de 18 anos, um RG legível, um endereço para chamar de seu e… Pronto!
É fácil feito comprar mandioca na feira!
O dramático de todo esse quadro é que as possibilidades de acompanhamento ou monitoramento estatal desse arsenal continental são assumidamente ineficazes.
O analista e jornalista brasileiro José Arbex Junior (PUC/SP) sugere que a potência americana está diante de inevitável guerra civil.
A posição de Arbex tem fundamento; em primeiro, o pacto federativo dos Estados Unidos é de uma fragilidade imensa; estados do norte e estados do sul, desde a Guerra de Secessão, ainda não se conciliaram.
Em seguida e não por menos, organizações de extrema direita como a Ku Klux Kan (KKK), a Alt-Right , os Neonazis , os Nacionalistas Brancos e os Skinheads seguem firmes e atuando; não casualmente, a bandeira dos Estados Confederados, símbolo da própria apartação e fragmentação territorial dos Estados Unidos segue adesivada e bem amostrada nos veículos e pick-ups dos nacionalistas mais exaltados e empolvorosos.
Segundo a ONG Southern Poverty Law Center(SPLC), entidade que monitora grupos radicais e ultranacionalistas nos EUA, já estão devidamente registrados e catalogados 917 grupos neonazistas e operando abertamente por todo o país.
Pois bem…
De acordo com a SPLC, desde o “Trump I” até ao atual, houve espantoso incremento de 17% desses grupos no dia-a-dia da população.
Por fim, os EUA possui noventa milhões de pessoas sem qualquer tipo de acesso aos seguros de saúde, ao Care ; o equivalente ao nosso bom SUS. O desemprego (5%) segue crescendo, sobretudo, depois da guerra de tarifação e irresponsavelmente conduzida por Trump.
Ao fim, os sintomas são claros, o declínio do império americano ( cf . Denis Arcand) está posto e a agonia e esperneios desse colosso serão sentidos por todo o mundo.
A ronda e que o Império faz atualmente nas águas caribenhas, em impressionante e arriscada proximidade com o Brasil, um país historicamente pacífico, expressa o tamanho e a profundidade da crise americana.
*Angelo Cavalcante é economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Itumbiara.
E-mail : angelo.cavalcante@ueg.br
Foto de capa: Mercado acionário dos EUA (Foto: Adobe Stock)




