O Supremo Tribunal Federal (STF) começou o julgamento dos réus denunciados por participar dos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Nos dias 13 e 14 de setembro, três pessoas foram condenadas a 14 e a 17 anos de prisão. Ainda não há data marcada para julgar o restante das ações.
Os atos antidemocráticos foram um acontecimento construído ao longo dos últimos anos durante o governo de Jair Bolsonaro. Assim como em outros episódios de golpes ou tentativas de golpes e de movimentos político-sociais registrados pela história, houve um movimento teórico, uma “panfletagem” das ideias anteriormente, como apontam o doutor em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rafael Lameira, e o advogado Ben Hur Rava.
Além da disseminação de ideias golpistas, a falta de ação de setores da sociedade também fazem parte da construção do 8 de janeiro. Para a a advogada Josefina Serra dos Santos, o Judiciário que só passou a defender a democracia após ser atingido diretamente, destacando o comportamento omisso e protetor até aquele momento. Ainda lembra que políticos e integrantes do alto escalão ainda não foram apontados e denunciados como participantes e financiadores dos atos.
O julgamento, a reiterada defesa da democracia e o diálogo entre quem possui opiniões políticas divergentes fazem parte do que os pesquisadores estão chamando de pacificação. “É a primeira vez que o Brasil passa a limpo um golpe ou uma tentativa de golpe, isso ainda não tinha sido feito”, comenta Lameira.
Assista ao programa completo:
O programa Espaço Plural vai ao ar no YouTube e no Facebook de segunda à sexta-feira, a partir das 14h, com a apresentação do jornalista Solon Saldanha.
Foto: Joedson Alves/Agência Brasil.
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