📰 JORNAL DO MUNDO SURREAL Nº 13

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Imagem gerada por IA ChatGPT

O Alien do Chororô, O Pastor do Ânus, O Dissimulado de Terno e a República dos Bilhões Evaporados

Alien: O 01º Passageiro da Nave Brasil

A política brasileira finalmente encontrou sua obra-prima metafórica: Flávio Bolsonaro candidato é o Alien saindo do peito de Jair Bolsonaro, só que com menos dentes, mais lágrimas e uma performance intestinal que faria Ridley Scott pedir advertência indicativa de 18 anos.

No clássico Alien – O Oitavo Passageiro, o bicho cresce em silêncio dentro do coitado do John Hurt até decidir arrombar o tórax do homem num espetáculo digno de matinê proibida para cardíacos. Pois bem: na versão brasileira, Jair é o John Hurt, mas com muito mais fake news na corrente sanguínea, e Flávio é o xenomorfo, só que com colapso emocional, voz embargada e um talento olímpico para chorar diante das câmeras.

A cena se completa quando a política nacional — essa nave sempre à beira de um surto psicótico — desperta para a criatura que emergiu: não exatamente um predador letal, mas aquele tipo de ET pegajoso que não mata ninguém… só acaba com reputações, paciências e votos indecisos.

Jair, ainda se recuperando do parto torácico, tenta disfarçar que aquilo não é uma candidatura “de verdade”: é um ensaio, uma sondagem, uma espécie de “brinquedo emocional” para os filhos lidarem com o veto devastador de Michele, a única pessoa da Via Láctea capaz de interromper transmissões de live por força espiritual.

E assim o bolsonarismo entra em sua fase ficção científica ao natural: Jair virou incubadora, Flávio virou Alien e Michele virou Ripley, a protagonista da franquia Alien, interpretada por Sigourney Weaver — só que sem compaixão e com muito mais veto.


O Pastor Rapacaneco e a Diplomacia do Ânus Raspado

Se existir um dia o Museu Brasileiro do Surrealismo Político, a peça de entrada será um busto de André Fernandes, o deputado-pastor cuja principal contribuição à humanidade foi ensinar, em vídeo, como depilar o ânus com gilete — com precisão técnica que faria um relojoeiro suíço questionar sua vocação.

Pois esse mesmo iluminado resolveu fazer diplomacia. Não entre países — isso seria modesto demais — mas entre Bolsonaro e Ciro Gomes, a alquimia política equivalente a tentar misturar óleo, água e uma granada sem pino.

A negociação ia tão bem quanto poderia ir uma missão comandada por alguém que grava tutoriais depilatórios e que ganhou nas redes o apelido de Rapa Caneco… até Michele descobrir. E quando Michele descobre alguma coisa, a física quântica entra em pânico. Em segundos o acordo evaporou, os meninos Bolsonaro encolheram como estagiários arrependidos e o pastor voltou para suas atividades capilares, desta vez sem sonhos diplomáticos.

O mundo agradece. O Ceará respira. A política nacional ganha mais um capítulo inviável para qualquer roteirista sóbrio.

O Brasil é tão surreal que até as partes íntimas têm lideranças políticas próprias.


Tarcísio, o Dissimulado: O Extremista Envernizado de Faria Lima

A elite financeira brasileira tem um fetiche conhecido: homens de voz calma, terno caro e olhar de gerente que promete resolver “internamente”. Tarcísio caiu nesse gosto da mesma forma que um cartão sem limite cai na tentação de uma loja de relógios Rolex.

Para a Faria Lima, Tarcísio é o técnico, o racional, o equilíbrio do multiverso. Para o mundo real, ele é a versão executiva deluxe do bolsonarismo, militar até o osso, ideológico até o último fio de cabelo perfeitamente alinhado e ex-chefe de Derrite — sim, esse mesmo, o policial retirado da Rota por “excesso de violência”. Uma proeza equivalente a ser expulso de um bar por beber demais… na Oktoberfest.

O grande truque de Tarcísio é simples: o homem descobriu que basta um terno slim e um corte de cabelo hidratado para que o autoritarismo pareça gestão moderna. É o fascismo com condicionador.


Flávio Bolsonaro: O Anjo do Chororô e o Mártir da Vergonha Nacional

Se existisse, na política, um prêmio para “melhor ator em papel dramático fisiológico”, Flávio Bolsonaro teria estatuetas suficientes para montar um puxadinho no gabinete. O homem chora com a facilidade de uma cebola adolescente.

Chorou em discursos, em medalhas, em eventos, sem eventos. Mas seu grande momento, digno de exposição no Louvre do Constrangimento, ocorreu no debate à Prefeitura do Rio, quando ele desmaiou, evacuou-se, foi socorrido por Jandira, e Jair, em epifania patriótica, gritou:
“Comunista não mete a mão no meu filho!”

Se o apocalipse tivesse trilha sonora, seria essa frase.

Agora, esse mesmo Flávio é apresentado como presidenciável. Um homem que reúne emoção instável, histórico gastrointestinal preocupante e um pai que impede atendimento médico com base em ideologia. O Brasil merece um Nobel por sobrevivência.


A Candidatura-Balão: O Plano Espiritual dos Chorões

A suposta candidatura de Flávio Bolsonaro não nasce de estratégia, doutrina ou desejo real de governar. Ela nasce de algo muito mais prosaico: o desequilíbrio emocional crônico do clã e a necessidade desesperada de gerar distrações capazes de reconstruir o ego esfarelado dos meninos Bolsonaro após o veto cósmico de Michele. É menos política e mais constelação familiar — uma espécie de terapia clandestina onde o paciente insiste em se inscrever na disputa presidencial para não admitir que apanhou dentro de casa.

A coreografia é tão previsível que já poderia ser automatizada por IA: Jair solta o balão, a base comemora, a imprensa noticia, os filhos ficam excitados como pombos diante de migalhas, Michele descobre, veta, humilha, recolhe os brinquedos, Jair recua fingindo que tudo era um “teste interno”, e recomeça. É a novela mexicana mais repetida do país, escrita por roteiristas que alternam entre delírio místico e déficit de serotonina.

A candidatura Flávio é, portanto, menos veículo eleitoral e mais boia inflável emocional. Serve para bloquear Tarcísio, chantagear aliados, manter projeção, impedir debandadas e dar aos garotos a sensação momentânea de que ainda mandam em algo além da própria carência. No fundo, é um balão de ar quente: vistoso, colorido, grande… mas com nada dentro.


Michele Bolsonaro: A Rainha do Veto e CEO do Clã

No universo bolsonarista, Michele não é apenas a figura de maior autoridade: ela é a infraestrutura completa. É a operadora do sistema, a mesa de corte, a torre de comando e o firewall que determina quem entra, quem sai e quem respira. Jair é o holograma. Os filhos são pop-ups inconvenientes. Quem manda, de verdade, é ela.

Michele opera com a precisão de uma auditora da Receita misturada com a impaciência de uma mãe que voltou da igreja e encontrou a sala destruída. Ela descobre um acordo espúrio, e o acordo implode. Ela desaprova uma articulação, e ela desaparece. Ela enruga a testa, e a extrema-direita inteira tenta adivinhar o motivo no Zap. Não é poder político — é poder espiritual, doméstico e administrativo, tudo misturado numa entidade que ninguém ousa desafiar.

Os filhos agem à sua volta como adolescentes que quebraram o carro da família e tentam convencer que “já estava assim”. Jair, por sua vez, tenta aparentar comando, mas sua única ação efetiva é criar confusão para depois recuar diante do olhar que decide tudo. O fato é simples: Michele é o sistema operacional do bolsonarismo. Jair, Flávio, Eduardo e Carlos são aplicativos instáveis, com memória limitada, travando em loop desde 2018.


A Farra dos 133 Bilhões Evaporados: O Mercado Invisível

Enquanto o Brasil acompanha o teatro tragicômico da família Bolsonaro, o mercado financeiro — esse ente místico que se diz racional, técnico e meritocrático — vive seu próprio carnaval de delírios: 133 bilhões de reais sumiram como se tivessem sido chupados por um portal interdimensional especializado em furtar dinheiro de investidor e boa-fé de acionista.

REFIT: 26 bilhões derretidos como manteiga no asfalto.
Banco Master: 12,2 bilhões evaporados como se o balanço fosse feito com tinta invisível.
Lojas Americanas: 43 bilhões lançados no universo como um satélite clandestino.
Carbono Oculto: 52 bilhões pulverizados e ainda não recuperados pela Operação da PF.

Tudo isso no país onde hospital usa impressora emprestada e escola tem goteira na biblioteca. Mas a elite, resiliente em sua própria hipocrisia, continua dizendo que “o problema do Brasil é o Estado”, enquanto o setor privado transforma cifras nacionais em buracos negros contábeis. É a meritocracia dos espertos: quando dá lucro, é competência; quando dá prejuízo, é culpa do governo, do câmbio ou do alinhamento dos planetas.


A PEC Antifacção Sabotada: O Truque de Derrite

A PEC que deveria combater o crime organizado virou, nas mãos de Derrite, um manual de instruções para não ser pego. Ele pegou o texto original — que tinha traços de racionalidade — e tratou como um pitbull tratando um brinquedo: triturou, distorceu e transformou em algo irreconhecível.

O resultado é uma peça legislativa que dificulta investigações, protege políticos suspeitos e tenta blindar governadores com currículo no mínimo duvidoso. Como a PEC da Bandidagem foi derrotada pela pressão popular, Tarcísio, Derrite e Motta resolveram fazer da PEC Antifacção um Frankenstein que transforma o combate ao crime em marketing de campanha para quem vive politicamente da narrativa do confronto.

Derrite, que mal conseguiria relatar um boletim escolar sem ameaçar alguém no corredor, produziu uma aberração jurídica que faria o próprio crime organizado pedir direitos autorais.


O Senado e o Ritual Místico do “Me Salva, Pacheco”

O Senado brasileiro entrou num transe coletivo digno de seita esotérica. A missão: impedir que Lula indique Jorge Messias ao STF, não por divergências filosóficas ou rigor constitucional, mas porque parte da Casa teme o destino inevitável de quem deixou digitais no escândalo pornográfico dos 80 bilhões do orçamento secreto.

O plano é simples como golpe mal disfarçado: bloquear Messias, empurrar Rodrigo Pacheco para o Supremo e criar uma blindagem institucional com cheiro de incenso republicano. Tudo isso tentando não parecer que estão desesperados, embora a paranoia já tenha tomado a antessala inteira.

A última vez que o Senado rejeitou uma indicação ao STF foi em 1894, quando pessoas ainda se comunicavam por carta e bigode era critério moral. Alcolumbre quer quebrar esse jejum histórico — e talvez acabar quebrando, junto, o próprio CPF político.


Rio de Janeiro: O Universo Expandido do Crime

O Rio de Janeiro continua sendo o experimento sociopolítico mais ousado do país: uma metrópole onde crime, política e economia se misturam com a naturalidade de quem troca figurinha na praia. A prisão do presidente da ALERJ — envolvido em sonegação, lavagem e máfia variada — não é nem clímax: é abertura de temporada.

REFIT e Banco Master completam o enredo com cifras tão absurdas que fariam Pablo Escobar pedir consultoria. A realidade fluminense já não é documentário nem ficção: é multiverso do crime, onde cada episódio parece escrito por roteiristas que desistiram de obedecer qualquer limite narrativo.

Se dependesse da PEC deformada de Derrite, qualquer investigação exigiria autorização do governador — ou seja, seria o equivalente institucional de perguntar ao assaltante se você pode chamar a polícia.


Pós-Marola: A Sucessão Bolsonarista como Folhetim Ritualístico

A sucessão bolsonarista não é processo político: é ritual doméstico, ciclo lunar, terapia em grupo involuntária. Os passos são imutáveis como liturgia de culto:

Jair anuncia qualquer coisa.
Michele veta com um olhar.
Os filhos choram como se tivessem perdido a custódia das próprias emoções.
Jair recua tentando salvar a própria masculinidade.
A base entra em pânico.
Flávio faz live para chorar melhor.
Eduardo posta memes de quinta categoria.
Carlos desaparece no próprio labirinto mental.
E tudo recomeça.

A definição de candidato só virá quando Michele apertar o OK imaginário no software interno da família. Até lá, a nave Brasil segue sendo pilotada pelo Alien chorão, enquanto Tarcísio, sempre calculista, observa a distância, afiando suas ambições de CEO executivo do autoritarismo em banho-maria.


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