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Uma mulher foi assediada por segundo no Brasil em 2022, aponta pesquisa

Uma mulher foi assediada por segundo no Brasil em 2022, aponta pesquisa

Geral por RED
02/03/2023 18:30 • Atualizado em 02/03/2023 18:17
Uma mulher foi assediada por segundo no Brasil em 2022, aponta pesquisa

Em 2022, 30 milhões de mulheres sofreram algum tipo de assédio. O número equivale a uma mulher sendo assediada a cada segundo no Brasil. Os dados foram publicado nesta quinta-feira, 02, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A pesquisa Visível e Invisível – a Vitimização de Mulheres no Brasil mostrou também que 18,,6 milhões de mulheres relataram ter sido vítimas de agressão ou violência física e verbal, equivalendo a 35 mulheres agredidas por minuto.

Todos os tipos de crimes cresceram no período de dois anos. Veja as porcentagens:

Assédio e importunação sexual

  • 2021: 37,9%
  • 2023: 46,7%

Qualquer tipo de violência ou agressão

  • 2021: 24,4%
  • 2023: 28,9%

Agressão verbal

  • 2021: 18,6%
  • 2023: 23,1%

Ameaça e perseguição

  • 2021: 7,9%
  • 2023: 13%

Ameaça com arma de fogo ou faca

  • 2021: 3,1%
  • 2023: 5,1%

Espancamento ou tentativa de estrangulamento

  • 2021: 2,4%
  • 2023: 5,4%

Em entrevista ao UOL, a diretora do fórum responsável pelo levantamento, Samira Bueno, casos de assédio em ambiente de trabalho foram os que mais cresceram. Cerca de 11,9 milhões de mulheres foram alvos de comentários sexuais e constrangedores no meio profissional. Uma média de um caso por hora.

Para chegar a esses números, foram realizadas entrevistas com 2.017 pessoas em 126 municípios. A amostra reflete a população brasileira adulta com mais de 16 anos. Os dados de 2022 são os maiores desde 2017 quando a pesquisa começou a ser realizada.

Perfil das vítimas

A pesquisa analisou o perfil étnico racial, faixa etária, escolaridade e estado civil das vítimas de violência.

Étnico racial | 65,6% eram negras, 29% brancas, 2,3% amarelas e 3% indígenas.

As mulheres negras registram maior nível de violência, cerca de 29,9%, do que as brancas.

Idade | 30,3% tinham entre 16 e 24 anos; 22,8% entre 25 e 34 anos; 20,6% entre 35 e 44 anos; 17,1% entre 45 e 59 anos; e 9,2% 60 anos ou mais.

As mais jovens foram mais atingidas, com 43,%, principalmente com ofensas verbais, entorno de 32,4%.

Escolaridade | As que possuem apenas o ensino fundamental são as que mais sofreram agressões física (14,6%), espancamento ou tentativa de estrangulamento (7,7%), ameaça com arma de fogo ou faca (8,3%) e esfaqueamento ou tiro (2,5%).

Estado civil | Mulheres separadas e divorciadas sofreram mais, 41,3%, do que as as solteiras (37,3%), as viúvas (24,6%) e as casadas (17%).

Agressores

“Evidências nacionais e internacionais apontam para um maior risco de violência após ou por uma tentativa de término do relacionamento”, aponta o relatório. Em 31,3% o agressor é o ex-companheiro.

Mas os companheiros atuais não ficam distantes, sendo responsáveis por 26,7% das agressões.

“Ao mesmo tempo que sofrer violência pode gerar o desejo, por parte da mulher, de terminar a relação, a violência pode surgir ou ser intensificada após o rompimento pelo ex-companheiro, que não aceita a separação. Diversos casos de feminicídio noticiados diariamente ilustram a situação, onde o ex-parceiro, na tentativa de voltar a exercer seu
papel de dominação sobre a mulher, busca reatar o relacionamento ou puni-la pela decisão de encerrá-lo através do uso da violência, muitas vezes letal”, explica a pesquisa.

Outros 24,5% dos casos são feitos por agressores desconhecidos.

Causas para o tamanho da violência em 2022

A reportagem publicada no g1, mostrou que três fatores influenciaram o aumentos em todos os tipos de violência e agressão contra mulheres. São eles:

  1. Fim do financiamento de políticas públicas que combatem a violência contra a mulher nos últimos quatro anos durante a gestão Bolsonaro
  2. A pandemia de covid-19 comprometeu o funcionamento de serviços que acolhem as vítimas
  3. Ação política de movimentos ultraconservadores eleitos na última década que são contra a igualdade de gênero

Com informações do g1 e do UOL

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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