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Opinião

Tensões midiáticas: o desafio do Partido dos Trabalhadores em busca do poder político

Tensões midiáticas: o desafio do Partido dos Trabalhadores em busca do poder político

Artigo por RED
19/07/2023 05:25 • Atualizado em 20/07/2023 09:13
Tensões midiáticas: o desafio do Partido dos Trabalhadores em busca do poder político

De ALEXANDRE CRUZ*

Um final de semana frio em Porto Alegre, diante de um sábado bonito na rua, também é um convite para reflexão. Considerei interessante a solicitação do Partido dos Trabalhadores de concessão de Rádio e Televisão. Enfim, pensei: o PT amadureceu. Parece que não existe mais aquela ingenuidade de acreditar que o resultado das políticas públicas, que influenciam as condições de vida dos setores da classe trabalhadora, tem uma correlação direta com o comportamento eleitoral.

Em sociedades midiatizadas, uma esquerda sem poder na mídia tem a tendência de perder o pleito eleitoral. E não estou afirmando que as políticas públicas não sejam fundamentais. Temos tudo para realizar um excelente governo, porém, sem uma correlação de força midiática, é difícil que o campo progressista consiga apoios eleitorais.

Atualmente, o mercado de televisão controla praticamente todo o mercado publicitário, cujo peso midiático da direita é absoluto. Isso não acontece somente no Brasil, ocorre no Chile. O principal adversário do governo é a direita midiática chilena, encabeçada pelo El Mercúrio. O mesmo ocorre em outros países da América Latina. O fenômeno Donald Trump não aconteceria sem a relevância da FOX. Da mesma forma, Berlusconi na Itália não teria sucesso sem a importância do Mediaset.

E o Partido dos Trabalhadores começou a compreender que, sem o poder da mídia, é impossível realizar política. Os atores políticos fundamentais não são apenas os partidos políticos, mas também os atores ideológicos, políticos e culturais fundamentais: que são os poderes midiáticos.


*Jornalista.

Imagem em Pixabay.

As opiniões emitidas nos artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da Rede Estação Democracia.

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