Opinião
Tempestade política: a controvérsia por trás da negligência climática
Tempestade política: a controvérsia por trás da negligência climática
De ALEXANDRE CRUZ*
Tempo instável em Porto Alegre e tenso em muitas regiões do Rio Grande do Sul, principalmente no Vale do Taquari. Havia muitos temas sobre os quais escrever: os 50 anos do golpe do Chile, a política espanhola e a reforma ministerial. No entanto, o mais urgente é a tragédia ambiental que assolou o Rio Grande do Sul. Foi um cenário devastador, com a força da água invadindo bairros urbanos e centros urbanos. Cidades como Muçum e Roca Sales foram praticamente destruídas e, o pior de tudo, vidas humanas foram ceifadas. Até o momento, 47 pessoas morreram no Rio Grande do Sul.
Sem buscar a politização, o excelente jornalista da Globonews, André Trigueiro, colocou o governador Eduardo Leite em uma posição frágil ao questionar por que o modelo matemático da METSUL não foi considerado. Os modelos matemáticos são fundamentais para prever eventos climáticos extremos, como ciclones e enchentes. Isso permite que as autoridades tomem medidas preventivas e evacuem áreas de risco, salvando vidas e reduzindo danos materiais. Leite ignorou o monitoramento de evento climático.
O papel da liderança política na tomada de decisões informadas é crucial, especialmente quando se trata de questões que afetam diretamente a vida das pessoas. No entanto, nos deparamos com esta situação preocupante: o governador do Rio Grande do Sul parece ter completamente ignorado o modelo matemático confiável na previsão do tempo. Isso levanta uma série de questionamentos importantes.
Mas por que negligenciar uma ferramenta confiável? A previsão do tempo é um campo no qual os modelos matemáticos desempenham um papel fundamental. Esses modelos são baseados em dados e ciência sólida, fornecendo informações valiosas para o processo de decisão em situações climáticas críticas. Por que o governador escolheu ignorar uma ferramenta comprovada que poderia ter ajudado a proteger vidas e propriedades?
Qual será o custo de ignorar o modelo? Até o momento, tem sido muito alto, com consequências graves, incluindo a perda de vidas humanas e danos à infraestrutura. Que outras informações foram usadas? Se os modelos matemáticos não foram levados em consideração, que tipo de informação o governador usou para tomar decisões relacionadas ao clima? É crucial entender quais fontes de dados ou conselhos foram priorizados em relação aos modelos matemáticos e porque.
Qual é a justificativa do governador Eduardo Leite para ignorar um modelo matemático amplamente aceito e respeitado? É fundamental que os líderes expliquem suas decisões, especialmente quando elas podem ter impactos significativos. Como podemos evitar que isso se repita?
A questão central aqui não é apenas a decisão em si, mas a necessidade de transparência, responsabilidade e uma abordagem baseada em evidências quando se trata de governança. A sociedade merece respostas a esses questionamentos para entender melhor como as suas lideranças estão lidando com questões cruciais que afetam a todos nós. Muito provavelmente merece uma CPI para esclarecer os fatos!
*Jornalista.
Imagem em Pixabay.
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